CHVRCHES — Screen Violence

Carregado de influências de filmes de terror, quarto álbum do trio é um deleite para quem sente saudade dos primeiros trabalhos

Matheus Rodrigues
You! Me! Dancing!
2 min readSep 6, 2021

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Screen Violence

CHVRCHES

Ouça: “He Said She Said”, “Nightmares”, “How Not To Drown” e “Asking For A Friend”
Nota: 9.0
Stream

Love Is Dead (2018) foi um álbum que dividiu diversas opiniões entre os fãs do CHVRCHES e a crítica especializada. Enquanto muitos apontavam que a ruptura da veia mais alternativa em busca de um som mais mainstream pudesse ser um “problema”, outros afirmavam que posições mais destacadas em festivais por toda Europa e Estados Unidos e um desempenho comercial mais sólido pudessem fazer com que o trio escocês tivesse sua carreira alavancada de vez. Quando as divulgações de um novo projeto começaram, uma pergunta se formou: para onde o CHVRCHES iria?

Screen Violence consegue incorporar o “velho CHVRCHES” dos dois primeiros (e incríveis) álbuns e combinar com o som mais pop de seu antecessor, sem perder a identidade que os destacou no cenário musical no início da década passada. Moldado pela estética de filmes de terror e suspense dos anos 80, 90 e 2000, como Nightmare On Elm Street, Friday the 13th, Scream, Audition e It Follows, Lauren, a principal compositora do trabalho, se coloca no papel de uma ‘final girl’ sobrevivendo a um filme de terror dirigido por relacionamentos abusivos, problemas como depressão, sonhos frustrados e a invasão da tecnologia nos relacionamentos interpessoais.

Combinando o uso dos sintetizadores (alguns deles analógicos, que dão mais “corpo” ao projeto) com uma maior presença de baixo e guitarra, o trio passeia por influências de bandas como The Cure (com Robert Smith participando de uma das faixas), Echo & the Bunnymen, The Prodigy e muito do que o pop dos anos 80 possui, mas sem soar saudosista e sim, algo moderno e atual.

Screen Violence veio para buscar o seu espaço no meio dos instant classics The Bones Of What You Believe (2013) e Every Open Eye (2015), se mostrando um trabalho maduro, encorpado, criativo e carregado de referências e composições caprichadas.

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