Courtney Marie Andrews — Old Flowers

O oitavo álbum da cantora folk é a epítome da sofrência de um final de relacionamento. E é lindo

Jennifer Baptista
You! Me! Dancing!
2 min readAug 6, 2020

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Old Flowers

Courtney Marie Andrews

Lançamento: 24/Jul/2020
Ouça: “Together Or Alone”, “Carnival Dream” e “Ships In The Night”
Nota: 8.0
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Nessa quarentena, eu já tive todas as fases possíveis no quesito musical — ou quase isso. Estou no momento em que quero ouvir músicas sonoramente confortáveis e que me façam sentir… E o Old Flowers me pareceu um bom candidato, mesmo sem eu ter ouvido Courtney Marie Andrews antes (com exceção de alguns segundos do single “Burlap String”).

Esse é o oitavo álbum da cantora de 29 anos, que começou a carreira quando tinha 15. Então, eu acho que escolhi um momento excelente para descobri-la — até porque nunca é tarde para conhecer novas e ótimas artistas.

Mesmo quem não entende inglês ou não vai atrás das letras e significados das canções entende bem demais que o Old Flowers é um álbum carregadíssimo de sentimentos. Essa cantora, dona de um vozeirão, está sentindo cada palavra, está doendo.

O country, assim como nosso sertanejo, tem muito de sofrência. E esse é um exemplo clássico. Courtney Marie Andrews conta sobre o fim de um relacionamento que viveu durante praticamente toda a sua vida adulta. E esse fim não foi fácil.

Em uma entrevista ao Independent, a cantora de Phoenix, nos Estados Unidos, falou justamente sobre ter vergonha da vulnerabilidade que transpareceu nas canções e até sobre não querer cantá-las — imagina que desperdício!

Assim como eu falei na resenha do novo álbum da SoKo, aqui temos muita verdade. Com sentimentos jorrando de um lugar genuíno. Cada uma das canções, escritas em diferentes cantos do mundo, fala de um momento desse “luto” pós-término e do que vem depois, sentimentos que inevitavelmente a gente já sentiu.

Não precisa ser fã de country ou folk para gostar do Old Flowers. Basta estar disposto a abrir o coração para ouvir uma das vozes mais bonitas da música contemporânea e se apaixonar.

Graças a deusa, eu sou uma pessoa eclética, que consegue transitar entre a maioria dos ritmos e apreciar música boa, independente do gênero. E nessa de julgar um álbum pela capa, eu ganhei um gostoso presente. Deixo pros especialistas do gênero julgarem a construção sonora do álbum, porque eu estou aqui para apreciar a arte musical bem feita.

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