Dan Deacon — Mystic Familiar

Compositor estadunidense retorna apostando em temas grandiosos, mas apresenta resultados mistos

Matheus Moreno
You! Me! Dancing!
2 min readFeb 14, 2020

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Mystic Familiar

Dan Deacon

Lançamento: 31/Jan/2020
Ouça: “Become A Mountain”, “Sat By A Tree” e “Fell Into The Ocean”
Nota: 6.0
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Seria um desserviço tentar rotular o som de Dan Deacon em um único estilo. Durante toda a sua carreira, o músico demonstrou ser uma amálgama de diferentes vertentes de música eletrônica — de Daft Punk a Animal Collective — complementada com um toque experimental próprio. A sonoridade resultante é única, porém também de qualidade dúbia, visto que algumas vezes as invenções acabam não dando resultados tão excepcionais. Mystic Familiar, seu quinto disco de estúdio, é mais um exemplo disso.

Logo em seus primeiros minutos, Mystic Familiar estabelece distintamente sua temática: mortalidade, espiritualidade, natureza... Estes temas universais, juntos aos sons épicos característicos da sonoridade de Deacon, instituem um certo ar de grandiosidade ao álbum. Esse, porém, de muito parece ser artificial e imerecido: não há momentum (tanto lírica quanto musicalmente) suficiente presente entre faixas para carregar o ouvinte pela pequena odisseia que o disco pretende narrar; então, como uma obra completa, ele pode acabar sendo muito exaustivo.

Por isso, assim como o resto da discografia do cantor, o novo disco apresenta inconsistência na qualidade, com algumas ideias melhores e mais bem executadas que outras. Infelizmente — e isso não é comum em seus outros álbuns — , quase todas essas ideias parecem confinadas, pouco criativas e, algumas vezes, similares entre si. O resultado é frustrante, com uma sensação de potencial desperdiçado. As músicas que se destacam não fazem muito além de reafirmar a capacidade de Deacon como produtor, a qual não era incerta em primeiro lugar. Mystic Familiar acaba deixando o músico em um ponto fixo: sem sinais de evolução nem regresso.

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