Declan McKenna — Zeros

Com pitadas de pop, indie, sintetizadores e roquenrol, Zeros carrega diferentes referências do jovem de 21 anos espalhadas por todos os cantos

Zeros

Declan McKenna

Lançamento: 04/Set/2020
Ouça: “You Better Believe”, “The Key To Life On Earth” e “Beautiful Faces”
Nota: 9.0
Stream

Antes de ganhar esse álbum para resenhar, não lembro de ter ouvido, conscientemente, Declan McKenna. Já conhecia de nome por trás do single “Brazil”, mas era apenas uma figura do imaginário musical britânico para mim. No instante em que dei play em Zeros, porém, entendi o porquê de todo o buzz.

Antes de ouvir o segundo álbum do cantor inglês, já tinha sido impactada por comentários super positivos de Justin Young, o frontman do Vaccines, e George Ezra no twitter. Ainda assim, tentei chegar nele de forma menos contaminada possível.

Quando “You Better Believe!!!” começou a tocar, eu já estava conquistada. Há algo na música de abertura, escolhida com muita sabedoria, que conquista o ouvinte. Ela é vibrante e consegue nos apresentar quem é e a que vem Declan McKenna. A ótima transição para “Be An Astronaut” ajuda a entender o tom do álbum e um pouco mais das facetas do músico.

Além de introduzir o personagem Daniel, que aparece em outros momentos do disco, ajudando a contar essa história/jornada de ansiedade e encontrar-se perdido.

Eu adorei essa fantasia estética presente em Zeros que, para mim, é um álbum espacial. Com pitadas de pop, indie, sintetizadores e roquenrol, carrega diferentes referências do jovem de 21 anos espalhadas por todos os cantos. Para mim, tem momentos em que lembra Bowie e outros que fazem lembrar o indie pop britânico dos anos 2000 e 2010 (como em “Rapture”, que soa super nostálgica, ainda que contemporânea).

E eu gosto especialmente de como a capa complementa toda essa estética. Em um por trás das câmeras, Declan comentou como foi doloroso o processo de criação da capa. E talvez essa seja a síntese do segundo trabalho, que mistura a beleza das melodias com a dor das letras.

Zeros é um álbum sobre sentir-se perdido, temer meteoros (mesmo que metafóricos) e descobrir como se vive nessa Terra, se a gente tentar extrair um significado concreto. E, para mim, é uma obra que chega num momento certo e me traz uma constante surpresa na forma de Declan McKenna para dar uma colorida nesse mundo cada vez mais bizarro e aterrorizante. Já sou fã!