EPHESE — Prémices (EP)

Estreia do trio francês traz referências da disco para o rock e entrega um trabalho coeso e maduro numa percepção de banda exemplar

Henrique Amorim
You! Me! Dancing!
2 min readDec 17, 2020

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Prémices

EPHESE

Lançamento: 17/Nov/2020
Ouça: “T.G.I.F” e “Silver Lining”
Nota: 7.9
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Na onda de descobrir novas coisas, encontramos algumas pérolas que merecem ser compartilhadas. Uma delas é o EPHESE, trio francês que marca sua estreia no mundo da música com um EP recheado de referências eletrônicas que estão voltando à exploração e traz tudo que o povo da França sabe fazer melhor: muito sintetizador com um leve sotaque francês para ninguém colocar defeito.

Com uma introdução matadora (“Now Boarding”) — talvez não tenha ouvido algo semelhante tão bom quanto desde “Intro” do The xx — o trio já começa a dar o corpo e a voz do seu ritmo, que não fica para trás do revival da disco music, mas dá seu toque quase único, colocando guitarras e baterias mais apropriadas para a mistura e a história dos músicos que compõe [a banda].

Apesar de ser apenas o primeiro lançamento cheio, o trio mostra um profissionalismo gigantesco em suas poucas faixas, trazendo uma maturidade interessante para quem esta começando como conjunto— os membros já têm experiência em outras aventuras, mas é necessário perceber que uma banda não é apenas uma junção de pessoas que tocam, a química faz parte e a convivência ajuda; trazer um som tão coeso com tão pouco tempo de banda é um feito impressionante.

O EP segue parelho por seus pouco mais de 20 minutos, trazendo faixas aonde Azalée completa o brilhantismo do instrumental com sua voz bem colocada, especialmente em “Silver Lining”, faixa necessária para continuar a entender a entoada do disco na música atual.

Com sintetizadores e batidas que correriam o risco de soarem datados, inspirados, também, numa italo-disco que não víamos tão bem feita desde a Little Boots, talvez, EPHESE abrilhanta esse ritmo com a guitarra, inspirados, talvez, nos seus conterrâneos do Phoenix, criando músicas cativantes, dançantes e poéticas, tudo isso ao mesmo tempo e com uma maestria impressionante.

Prémices, então, marca um começo bastante sólido para a história do trio que, sem dúvida, terá muito pra contar em seus lançamentos futuros, desde que sigam nesse pique e nesse ritmo de criatividade.

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