Green Day — Father Of All Motherfuckers

Disco despretensioso não figura entre os melhores, mas é avanço em relação aos trabalhos recentes

Lauriberto Pompeu
You! Me! Dancing!
2 min readFeb 19, 2020

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Father Of All Motherfuckers

Green Day

Lançamento: 07/Fev/2020
Ouça: “
I Was Teenage Teenager”, “Stab You In The Heart” e “Sugar Youth”
Nota:
7.5
Stream

Recém-classificados como “tiozões do rock”, o trio do Green Day volta no começo de 2020 com um lançamento acima da média. Não chega nem perto da outrora banda adolescente pop punk entediada dos anos 1990 e 2000, mas representa um trajetória ascendente se considerados os discos lançados nos anos 2010.

Father Of All Motherfuckers é melhor que seu antecessor Revolution Radio, de 2016, que por sua vez é melhor que a trilogia ¡Uno!, ¡Dos! e ¡Tré!, lançada em 2012 — e a pior ideia da história da banda.

A capa já é um prenúncio fidedigno do conteúdo do álbum e faz uma referência direta ao American Idiot. Nela há um unicórnio vomitando arco-íris e no fundo uma mão sangrando com uma granada, a mesma que estampa o maior sucesso comercial da banda. Diferente do disco de 2004, uma ópera rock com narrativa elaborada e planejada estrategicamente, o álbum de 2020 é feito com uma aparente improvisação.

Um dos principais acertos foi em não encher linguiça, a duração de 26 minutos é bastante adequada e, talvez, se fosse estendida para um pouco além disso, ficasse enjoativo.

O antecessor deste lançamento, Revolution Radio, de 2016, pecou justamente por isso. Apesar de ser também um álbum bom, havia músicas dispensáveis e 44 minutos pareceu excessivo. Infelizmente nem todos podem ser iguais ao 21st Century Breakdown, de 2009, que, com 70 minutos, entregou não só um trabalho agradável melodicamente, mas com uma narrativa e conceitos concisos.

Father Of All… é a proposta menos pretensiosa do Green Day há pelo 20 anos. Não há críticas políticas explícitas e nem preocupação com crítica social de qualquer forma. Em alguns momentos, o 13º disco da banda lembra Warning:, lançado pela banda em 2000, igualmente agradável de ouvir e com a mesma carga de pop punk nos arranjos. Warning:, no entanto, é um pouco menos despretensioso, com uma carga política maior.

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