Halsey — Manic

Halsey finalmente coloca no mundo o seu mais novo álbum, o íntimo e honesto Manic

Jenny Justino
You! Me! Dancing!
3 min readJan 30, 2020

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Manic

Halsey

Lançamento: 17/Jan/2020
Ouça: “Ashley”, “3am”, “Still Learning” e “929”
Nota: 9.0
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Ashley Nicolette Frangipane ou, melhor, a nossa querida Halsey, lançou seu terceiro álbum de estúdio no começo de 2020, dia 17 de Janeiro. A cantora que já nos entregou registros como Badlands (2015) e Hopeless Fountain Kingdom (2017), chega agora com Manic. E, nesse novo registro, Halsey apresenta 16 faixas e conta com participações de Suga — integrante do grupo de K-pop BTS —, Dominic Fike e Alanis Morissette, além de expor uma essência muito mais íntima do que vimos nos registros anteriores, isto é, o álbum expõe mais ainda os sentimentos, fragilidades e a honestidade de Halsey.

Particularmente, acho Halsey uma cantora/performer muito interessante e antes desse lançamento considerava o álbum Badlands (2015) um dos melhores registros dela. No entanto, Manic realmente é surpreendente e digno de reavaliarmos algumas posições, já que vemos uma Halsey verdadeiramente compartilhando seus relacionamentos turbulentos com homens, suas fragilidades e traumas — abortos espontâneos que infelizmente sofreu — momentos melancólicos, a relação com a imagem e a sociedade, ou seja, Halsey compartilha sua raiva, seu amor, sua honestidade, sua confusão, seus sentimentos em cada faixa de uma forma bastante transparente, honesta e cativante.

Gosto de boas histórias e Manic nos entrega em cada faixa um pouco das histórias e trajetória de Halsey. Histórias — nem sempre felizes — sendo contadas com belas melodias. E uma coisa que não falta para Halsey é autenticidade e Manic não poderia ser diferente, ele é realmente um álbum autêntico e sua espera valeu a pena. Além de tudo isso, sonoramente falando, Halsey passa por camadas de country, de rock, de hip-hop, de trap, de R&B… para construir cada capítulo-faixa de Manic, não se apegando à uma única tendência e resolvendo explorar, mas isso não afeta a coesão do registro e essa suposta “bagunça” sensorial combina com o todo o conteúdo lírico.

Manic soa sensível ao mesmo tempo que pode ser agressivo, as melodias mudam e se completam — seja com guitarras, sintetizadores, piano, violão, etc — mas são o pano de fundo para Halsey cantar sobre amor e raiva, sobre fama e sucesso, sobre a vontade de desistir, sobre autoestima, sobre se perder e não se reconhecer, sobre querer se encontrar e buscar o amor próprio. Manic é complexo — tanto quanto os sentimentos/fragilidades do ser humano, e nesse caso, de Halsey -, transparente e sensível, e mostra todo amadurecimento estético — e pessoal — de Halsey. Enfim, o que podemos fazer com nossos traumas, inseguranças, sentimentos, né? Halsey amadureceu com eles, musicalizou e compartilhou Manic.

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Jenny Justino
You! Me! Dancing!

Palavras soltas e nada neutras que emergem do meu silêncio, sensibilidade e ausência de sanidade, rs.