Joji — SMITHEREENS

Com muita cri de cœur Joji anseia para seguir em frente com um álbum melancólico

SMITHEREENS

Joji

Ouça: “Glimpse Of Us”, “Die For You” e “YUKON (INTERLUDE)”
Nota: 6.8
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Uma vez um cronista me disse que a tristeza paralisa, a alegria ludibria e a melancolia é um estado quase catártico de criatividade. Talvez para George Miller, ou simplesmente, Joji tenha essas máximas em seu processo criativo. Se não for, então é uma mera coincidência.

Dois anos após o lançamento do queridinho de muitos Nectar ser lançado, Joji retorna com SMITHEREENS, um LP dividido em duas partes, no qual digo de passagem, deveria ser um EP. Por que? Simples, o álbum se perde fácil e tirando as faixas que facilmente saltam aos ouvidos, outras tantas poderiam ser descartadas facilmente. E “descartadas” simboliza muito o álbum que parece um compilado de B-sides de projetos anteriores.

Ao contrário de seu último trabalho, esse aqui não faz a gente ansiar por uma revisitada, você pode simplesmente escolher escutar o primeiro single e salvar as suas favoritas em uma playlist que tá tudo certo! É muito louco pensar que uma interlude seja mais interessante que uma canção propriamente dita.

Joji deixou a barra muito alta em seus trabalhos passados, SMITHEREENS soa genérico quando escutado com a atenção mais acentuada, tanto que a maioria das músicas nem escritas por ele foi, fora o exagero no instrumental, dá um sentimento de ausência de algo, ou tapa-buraco mesmo.

É um bom álbum, mas quando comparado com o que Joji já demonstrou que é capaz, tanto sonoramente, na composição e na produção, deixa bastante a desejar. É muito mais de cri de cœur do que um coup de grace.