Lomelda — Hannah

Ouvindo esse álbum, só consigo pensar: por que vocês não me fizeram ouvir Lomelda antes?

Jennifer Baptista
You! Me! Dancing!
2 min readSep 14, 2020

--

Hannah

Lomelda

Lançamento: 04/Set/2020
Ouça: “Reach”, “Kisses” e “Wonder”
Nota: 7.0
Stream

Por mais que a gente seja entusiasta da música e esteja em uma constante busca de novos sons, sempre tem alguma coisa muito boa que se perde, né? Mesmo com outros quatro discos já lançados, foi só no quinto, intitulado Hannah, que eu conheci o trabalho de Hannah Read. Cheguei atrasada, é verdade, mas o importante é que cheguei.

Lomelda, o nome que deu a seu projeto musical, é uma palavra inventada e que significa “eco das estrelas”, que se encaixa muito bem no som que a estadunidense faz.

Seja pela instrumental folk, com vezes de pop e de rock, ou pela voz calma de Hannah, o álbum carrega em si um aspecto muito confortável e caseiro — no sentido de fazer com que o ouvinte se sinta acolhido. É muito difícil sentir-se inconveniente ao ouvir suas músicas ou se sentir um estranho… Talvez o fato de o álbum ter sido produzido por Read e seu irmão Tommy contribuam para isso. Feito em casa, sabe?

Eu adoro a união de voz, letras e instrumental presentes em Hannah. Tudo isso constrói a experiência e cada elemento conta um pedacinho dessa história, tendo seu próprio momento de brilhar. Como em “Reach”, que talvez seja minha canção favorita do álbum.

Como uma completa desconhecedora do trabalho prévio de Hannah Read, mas que se encantou por seu mais recente lançamento, eu tenho a impressão de que este é um momento em que a artista quer reclamar a autoria de seu trabalho. Não que os discos anteriores não representassem quem ela é… Mas parece que, nesse momento, ela deseja chamá-lo de seu; colocar o seu nome — tanto no título quanto em três de suas músicas.

Em “Hannah Happiest”, ela canta ‘Asked you if you knew who I was/You said, ‘Hannah’’. Em “Hannah Sun”, ela fala sobre tentar brilhar e, por fim, em “Hannah Please”: ‘Why can’t I speak?/Come on Hannah, please’.

Não há nada de errado em ser o eco das estrelas, mas há muita beleza em sermos nós mesmos. E, para mim, é isso que Hannah Read faz aqui.

--

--