METZ — Atlas Vending

Agressivo e visceral: o novo álbum do METZ chega chutando a porta

Larissa Basilio
You! Me! Dancing!
2 min readOct 23, 2020

--

Atlas Vending

METZ

Lançamento: 09/Out/2020
Ouça: “The Mirror” , “Hail Taxi”, “Sugar Pill” e “A Boat To Drown In”
Nota: 7.1
Stream

A banda canadense METZ lançou na sexta-feira (9), o seu quarto álbum de estúdio. O grupo é uma espécie de aposta certeira da famosa gravadora independente de Seattle, a Sub Pop, primeira a contratar bandas como o Nirvana e o Soundgarden — coração do movimento grunge. Em um paralelo com o Nirvana, que conseguia apostar em um híbrido entre o barulho e o pop, o METZ garante seu som ao lado das pedradas, nem sempre gentis aos ouvidos, mas que, ainda sim, possuem algo de grudento ou cativante.

Experimentando uma onda orgânica, os canadenses mergulharam em um mar agitado de hardcore, punk e noise. Uma tempestade turbulenta e confusa. Há momentos onde não sabemos qual caminho ou quais viradas irão aparecer ao longo das músicas.

Um tom de imediatismo e afobação toma conta dos vocais e mal sobra tempo para respirar. “The Mirror”, terceira faixa, parece uma visita Queens of the Stone Age que fazia seu som no começo dos anos 2000 — um flerte entre Rated R e o Songs For The Deaf. Distorção.

Em Atlas Vending, o grupo tenta arriscar, experimentar novos sons e maximizar as distorções e momentos de virada. É uma jogada, mas parece perdida em meio a letras que não acompanham tanto ou parecem genéricas em comparação ao som. Um movimento contrário às composições de bandas como IDLES e Fontaines D.C., que soam extremamente alinhadas entre palavra e som. Entretanto, “Hail Taxi”, quarta faixa, é um acerto de união entre o que há para ser falado e a forma. A letra combina com os vocais mais rasgados, um pouco desesperados.

A fúria e a pressa parecem caminhar com o METZ. Falta explorar se isso foi um momento ocasional ou um caminho. Arriscar mais? Caprichar mais nas palavras? Acelerar ao ponto que só o METZ irá saber o que está sendo tocado? São questões demais, mas os canadenses ainda têm tempo para responder qual o futuro do grupo. O álbum é bom, só não é incrível, e toda a potência do METZ pede que eles se sobressaiam.

--

--