on the radar: artistas que você precisa conhecer

synthpop, britpop, folk e indie rock em nossa seleção de novidades pra adicionar nas playlists do fim de semana

André Salles
You! Me! Dancing!
8 min readJun 21, 2024

--

Me & Melancholy

para fãs de: New Order, Depeche Mode e Cut Copy

O artista sueco Peter Ehrling já é figurinha carimbada por aqui com seu excelente projeto de synthpop Me & Melancholy. Após um excelente EP de covers, que foram desde The Smiths até a banda sueca Kent, Peter lança Illusio Veri, seu terceiro álbum completo. Expandindo seu synthpop e incorporando elementos que remetem ao industrial, a sonoridade feita por Peter aqui é absolutamente impecável em termos de melodia, composição e profundidade. Ao longo das nove faixas e quase trinta e cinco minutos, vemos Peter mergulhando de cabeça nos sintetizadores e cuidadosamente curando canções grudentas e memoráveis. Sempre com um pézinho no dark pop, a atmosfera presente em Illusio Veri é uma que abraça o ouvite por inteiro, te pegando pela mão e levando em uma verdadeira jornada recheada de detalhes e nuance. Com excelentes performances vocais e um som cinemático ao extremo, Illusio Veri firma Me & Melancholy como um dos mais interessantes atos do synthpop da atualidade e mostra que Peter sabe brincar com a linha entre a novidade e a nostalgia como poucos.

Rob Eberle

para fãs de: Alexander 23, Ryan Beatty e The Japanese House

Rob Eberle é um artista de indie pop baseado em Nova York, e ele acaba de lançar “hope u feel ok” — seu terceiro single de 2024. O músico cita nomes como FINNEAS e Elliott Smith como influências, e isso pode ser sentido em seu trabalho. Sua mais recente canção “hope u feel ok” mostra Rob expandindo seu som de uma forma orgânica e natural, e tudo funciona muitissimo bem. Aqui, vemos Rob adicionando elementos de pop punk, power pop e sintetizadores que culminam em uma atmosfera riquissima em detalhes e com sua melhor produção. Na sua letra “hope u feel ok” explora as ramificações de um término, contado sobre os dois pontos de vista diferentes envolvidos e o resultado é uma canção dinâmica, rápida e extremamente interessante. Rob Eberle começou a estudar música aos 12 anos, e além de compositor também é multi-instrumentista e aprendeu produção musical sozinho durante a pandemia. Desde 2021 ele vem lançando singles e se aprimorando cada vez mais tanto em termos de entrega e performance quanto em produção, “hope u feel ok” sendo a melhor ilustração disso. Trata-se de sua mais completa e complexa canção até o momento, provando que o jovem artista sabe muito bem o que está fazendo e aonde quer chegar.

Mat Hook

para fãs de: Oasis, The Stone Roses e James

Após os ótimos singles “Alone You Go” e “Runaway Road” no ano passado, o britânico Mat Hook retorna com seu terceiro lançamento solo com “Bleed Me Dry”. Mat já é um músico experiente, tendo feito parte da banda Kartica por anos antes de se aventurar sob seu próprio nome. A sonoridade explorada por Mat se apoia fortemente no britpop, citando The Verve e Ocean Colour Scene como influências, e ele consegue a memorável façanha de se manter fiel ao britpop ao mesmo tempo em que atualiza e traz esse som para a atualidade. Com leveza e graça, Mat navega décadas da música britânica de uma só vez ao juxtapor elementos vindos das mais diversas vertentes do indie rock. “Bleed Me Dry” retrata com honestidade e candor as incertezas que a vida pós-lockdown trouxe, sobre sentir-se sem rumo e sem direção. É uma canção belissima, e Mat explora tal temática com delicadeza. Mat tem feito um trabalho excelente em sua recém-fundada carreira solo, e eu mal posso esperar pra ouvir o que mais virá dele daqui pra frente.

Attic Theory

para fãs de: Seether, Foo Fighters e Silverchair

O Attic Theory já apareceu por aqui antes com sua matadora música “Narrow Lines” em 2022, e agora retornam com “Dare to Dream”. Trata-se, dessa vez, do mais novo single retirado de seu aguardado primeiro álbum What We Fear the Most, lançado em Abril desse ano. “Dare to Dream” mostra a banda explorando sua ótima fusão de grunge e rock alternativo, trazendo à frente melodias inspiradas pelo britpop e uma letra que é uma pelo à esperança e resiliência. Tendo como motivação um período bastante pessoal na vida do vocalista Lewis Wright no qual ele precisou passar por uma cirurgia na garganta e não sabia se voltaria ou não a cantar, “Dare to Dream” soa ainda mais como um hino de perseverança. A produção vista em seu álbum é uma bastante direta, focada em seu rock alternativo sem grandes experimentações, mas esbanjando liricismo e nuance em seus detalhes. Com certeza um single memorável!

Nissu

para fãs de: Charlie Puth, Ed Sheeran e Years & Years

Nissu é o projeto musical do brasileiro Vinícius Teixeira, residente de Dublin já há nove anos. “Connection” é seu mais recente single e video, inspirada pelas conexões virtuais feitas durante a pandemia. Sua sonoridade é um indie pop explosivo e muitissimo bem produzido, contando com eletrônicos marcantes, instrumentos de sopro e guitarras que criam uma atmosfera contagiante. Altamente motivacional e riquissimo em detalhes, “Connection” é seu terceiro single desde 2019 e continua mostrando que Nissu sabe muito bem o que está fazendo e sabe como aprimorar e refinar sua sonoridade ao mesmo tempo em que se mantém fiel à sua própria base. Com excelentes influências e inspirações, a paisagem sonora pintada por Nissu se revela uma bastante colorida, divertida e variada — priorizando sempre a sensação de bem estar, soando como trilha sonora para ótimos momentos de descontração. “Connection” ilustra isso muito bem, sendo sua melhor e mais complexa música até agora.

Henry the Archer

para fãs de: Wolfmother, Queens of the Stone Age e The Black Keys

Henry the Archer é um projeto encabeçado pelo americano R. Hennessy que já conta com material desde 2011 e acaba de lançar seu mais recente EP, The Garden. Contando com seis músicas, entre elas o excelente single “ViolinT”, aqui vemos a banda explorando seu hard rock com ótimos toques que vão desde stoner rock até country com uma maestria invejável. Ao longo dos curtos vinte minutos que compõem o EP, vemos a banda passando pelos mais diversos temas e humores — sempre com melodias impecáveis recheadas de riffs marcantes de guitarras e um senso de urgência sem igual. Hennessy, que reside no Texas, cria músicas diretas que soam como um soco no estômago e devem agradar, e muito, fãs de um rock cru e sem firulas. Esse EP com certeza é um marco em sua discografia até o momento, soando como uma banda em seu auge em termos de variedade, melodias e simplicidade.

Kyle Boswell

para fãs de: Kasabian, Arctic Monkeys e The Enemy

O britânico Kyle Boswell acaba lançou, agora em Maio, “When You Met the Protagonist”, seu mais recente single e primeira nova música desde “Girl in the Red Lingerie” do ano passado. Trata-se de uma canção que imediatamente te transporta para o auge do indie rock dos anos 2000, com fortes influências do britpop e do post-punk revival amplamente visto na cena britânica durante esse período. Citando nomes como Kasabian e Alex Turner como inspirações e influências, Kyle cria uma música grudenta e regada aos melhores momentos do indie rock das últimas duas décadas aglutinados em menos de três minutos. Com riffs impecáveis e um ótimo senso melódico, Kyle se firma de vez como um dos nomes a serem observados de perto daqui pra frente. Juntamente com “When You Met the Protagonist”, o artista também incluiu nesse single uma excelente versão ao vivo de sua faixa “Hourglass”, lançada em 2021, provando o quanto Kyle já evoluiu e amadureceu enquanto cantor e compositor. “When You Meet the Protagonist” fica como nossa dica aos saudosistas por uma das melhores eras da música contemporânea, e com certeza daqui pra frente ele ainda surpreenderá e muito.

Poppy Roscoe

para fãs de: Tame Impala, Led Zeppelin e Greta Van Fleet

Manzanita é o título do terceiro e mais recente álbum do quineto americano Poppy Roscoe. Sua música é um indie rock excelente, com toques de psicodelia, garage rock e punk que soam muitissimo bem amarrados e criam uma atmosfera bastante nostálgica aos fãs do indie dos anos 2010s. Contando com oito músicas e uma variedade sonora absurda, o Poppy Roscoe mostra que não tem medo de expandir e experimentar dentro de seu som, usando e abusando de riffs grudentos, teclados e melodias extremamente dinâmicas em suas faixas. Tendo como base elementos do rock clássico dos anos 60 e 70, a banda aglutina todas essas influências em um som urgente e muito divertido de se ouvir do começo ao fim. Seu novo álbum chega como uma prova de que a banda se encontra em uma ótima trajetória, mostrando uma clara evolução em relação aos seus trabalhos anteriores e que sabe dosar e muito bem seu rock psicodélico de uma forma nova e interessante.

Adam Wedd

para fãs de: Jimmy Eat World, Yellowcard e Fall Out Boy

O inglês Adam Wedd faz um pop punk bastante diverso e destemido, adicionando elementos acústicos e eletrônicos e criando uma sonoridade divertidissima. O maior exemplo disso está em seu novo single “WONT YA?”, que soa como uma ótima experimentação com diversos estilos de produção mas sem nunca abandonar a urgência e simplicidade do gênero. Uma música bastante política em sua essência, Adam canta sobre a duplicidade e mentiras contadas por pessoas em posições de poder a fim de mascarar a difícil realidade de milhares de pessoas. Adam faz isso de uma forma leve e irreverente, fazendo uso de um senso de humor ácido muito bem. “WONT YA?” é seu terceiro lançamento do ano, após o ótimo single “THIS IS THE ONE” e do EP Dublin, mostrando que o moço é um artista muito prolífico e não deve parar por aqui — e nós agradecemos.

Andy Smythe

para fãs de: The Beatles, Andrew Bird e Jeff Buckley

O cantor, compositor e produtor inglês Andy Smythe acaba de retornar com seu novo single “Love Ain’t Free”, seguindo o ótimo álbum Poetry in Exile lançado em Março desse ano. Em sua nova canção, Andy aposta em uma produção rápida e animada recheada de violinos e cordas que caminham lado a lado com os violões e percussão criando uma atmosfera extremamente agradável aos ouvidos. Andy tem como inspiração as repercussões do famigerado Brexit, quando o Reino Unido optou por sair da União Europeia alguns anos atrás, principalmente no que se trata de relações amorosas e interpessoais. Uma música de protesto com um tom despojado e irreverente, Andy tem uma visão e mensagem bastante claras e ele consegue transparecer isso através de sua música de uma forma sucinta e direta. A sonoridade nevegada por Andy em seu novo single soa como uma continuação direta e ainda mais complexa do indie folk tão bem feito por ele em Poetry in Exile, marcando um novo capítulo em sua discografia e começando definitvamente com o pé direito.

Esta matéria foi feita através do Musosoup e o movimento #SustainableCurator. Saiba mais aqui.

--

--