on the radar: artistas que você precisa conhecer

indie pop, eletrônicos, psicodelia, rock alternativo e folkem nossa curadoria da semana de artistas pra conhecer e acompanhar

André Salles
You! Me! Dancing!
8 min readJul 26, 2024

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Plasma Chasms

para fãs de: Pond, Jamiroquai e Bee-Gees

A dupla americana Plasma Chasms vem se preparando para o lançamento de Chrysalis, seu primeiro álbum completo, e acaba de revelar o novo single “Interstellar Baby”. Indo ainda mais fundo na psicodelia do que antes, o Plasma Chasms cria uma atmosfera especial riquíssima em detalhes e cheia de nuances em sua nova música. Após a ótima “Solaris” no mês passado, a banda mostra aqui quase uma nova faceta. A sonoridade navegada pela dupla em “Interstellar Baby” eleva tudo o que já conhecíamos deles antes ao máximo, resultando em uma faixa de tirar o fôlego. “Interstellar Baby” tem inspiração no sentimento veranil de aproveitar as tardes e noites de sextas-feiras, dançando e se divertindo ao lado de quem se ama. Com fortes influências do funk e groove dos anos 70, o Plasma Chasms constrói aqui uma canção que soa atemporal e como uma trilha sonora perfeita para momentos leves e altos, de descontração e relaxamento.

Mylo Choy

para fãs de: Phoebe Bridgers, The Japanese House e Julien Baker

Mylo Choy, artista não-binárie da Califórnia, acaba de lançar seu mais recente EP Summer Projects (Part 2) e segue como a continuação do trabalho iniciado em Summer Projects (Part 1) em 2022. Mylo faz um indie folk fortemente regado a sintetizadores e eletrônicos mas que segue, em seu cerne, focado em melodias de piano e violões que servem como fundo para seus vocais e liricismo. Pintando paisagens sonoras riquíssimas em textura e delicadeza, Mylo nos mostra aqui cinco novas faixas que complementam muito bem o seu trabalho passado e mostram uma visão artística muito clara do começo ao fim. Caminhando livremente pelos cenários do indie já explorados por artistas como Claud e The Japanese House, a música feita por Mylo em seu Summer Projects oscila entre o confissional e narrativa com uma fluidez sem igual. Mylo se revela uma pessoa bastante astuta e observadora de tudo o que está acontecendo ao seu redor, tendo a natureza como grande fonte de inspiração. Sua sonoridade é relaxante, calma e tranquila mas traz sempre uma personalidade única e marcante a cada acorde.

Under Delusion

para fãs de: Garbage, Songs for Sabotage e Royal Blood

Diretamente de Rússia, o trio de post-punk Under Delusion retorna com “Music Is My Drug” — o mais recente single de seu antecipado segundo álbum. Sua mais recente canção mostra o Under Delusion indo ainda mais fundo no synth-rock do que vimos em seu debut Lover em 2022, e essa roupagem cai sobre eles como uma luva. Os vocais serenos e graves de sua vocalista caminham livremente entre o onírico e a sensualidade, criando por si só uma atmosfera reconfortante e cativante. A direção que a banda vem seguindo nos singles de seu próximo trabalho navegam uma excelente mistura de rock alternativo dos anos 90, remetendo a nomes como Garbage, e ao mesmo tempo esse resgate soa contemporâneo e moderno. Com uma letra que fala sobre como Música como algo que não se pode viver sim, mas ao mesmo tempo pode trazer imensa dor, a banda fez aqui seu single mais completo até o momento. O Under Delusion vem fazendo uma música cada vez mais interessante, recheada de referências e influências impecáveis, e mais uma vez eles acertam em cheio com “Music Is My Drug”.

Nadine Finsterbusch

para fãs de: Animal Collective, Björk e Dirty Projectors

My Space é o título do primeiro álbum completo da artista de synthpop alemã Nadine Finsterbusch. Citando Kate Bush, Kylie Minogue e Cindy Lauper como influências, a artista que atualmente reside em Nova York cria seu próprio universo recheado de referências e texturas. Em seu álbum de estreia a musicista, cantora e compositora Nadine navega as mais diversas nuances da música eletrônica, fazendo um uso brilhante tanto de glitch quanto chillwave, hyperpop e dream pop que resultam em uma música altamente criativa do começo ao fim. Sua capacidade de mesclar melodias tradicionais do pop com produções não-óbvias cria uma atmosfera desafiadora e interessante que permeia todo o trabalho, abusando de uma veia experimental ao mesmo tempo em que soa reconfortante. Em suas letras, Nadine lida com temas adultos como quebra de confiança e amizades falhas mas ainda mantém um tom esperançoso, uma perspectiva e maturidade que só chegam com a vivência e experiência de uma mulher de 44 anos. Em My Space, Nadine nos guia por seu mundo singular com melodias e tonalidades que são um verdadeiro sopro de inventividade na música eletrônica atual.

Pixia

para fãs de: Halsey, BANKS e Tei Shi

Com inspirações em Halsey e Lana Del Rey, a musicista Pixia acaba de nos mostrar seu novo single “Last Words”. Um electropop tão contagiante quanto é sombrio, a artista residente em Londres cria atmosferas peculiares ao misturar influências góticas ao seu synthpop. Com material lançado desde 2021, a jovem artista se encontra em uma jornada de auto-conhecimento, aprimoramento e evolução se revelando mais interessante a cada novo single. “Last Words” é sua segunda música do ano, após a ótima “Wonderland”, e mostra uma Pixia ainda mais madura e confiante. Uma canção bastante passional e dançante, Pixia ostenta um crescimento rápido tanto em termos vocais quanto em instrumentação, escolhas de produção não-convencionais e cria cuidadosamente uma narrativa que captura a essência de um amor não-correspondido e emoções mal resolvidas. Tudo isso em uma música pop de três minutos que é absolutamente memorável. Pixia confirma em “Last Words” que possui uma visão artística bastante definida, e está lapidando seu som para brilhar cada vez mais daqui pra frente.

Chandra

para fãs de: The Darkness, Coldplay e Suede

“Lifted” é o título do novo single da banda britânica Chandra, encabeçada pelo artista Chandra Nair. “Lifted” conta com ótimas camadas de vocais em coro, criando harmonias belissimas que parecem flutuar sobre a base instrumental soft rock. A positividade é uma das maiores características da música do Chandra, mas dessa vez em “Lifted” ele consegue fazer isso ao mesmo tempo em que parece aprofundar mais em uma produção interessante e rica em nuances. Ainda esbanjando alegrias e good vibes, Chandra faz aqui uma música leve como de costume, mas encontra espaço para inovações dentro de seu som. Com uma produção muito mais rica e muitissimo bem construída e fazendo um excelente uso de movimentos, acordes e melodias como nunca antes vistas em sua discografia. “Lifted” se mostra uma prova de que Chandra consegue manter sua essência e ainda evoluir enquanto cantor e compositor, explorando ritmos e cadências diferentes com sutileza e inteligência.

Guild Theory

para fãs de: Interpol, Black Rebel Motorcycle Club e Midlake

Guild Theory é uma dupla britânica formada por Rob Lewis e Matt Smith que acaba de lançar seu segundo álbum, The Mellified Man. A dupla faz um rock alternativo com ávidas influências de post-rock e prog rock, criando uma atmosfera que soa tanto onírica quanto épica. Citando nomes como Oceansize, Radiohead e A Perfect Circle como influências, o duo se afastou levemente do post-punk que permeou seu primeiro álbum Streaks of Light Burn the Sky do ano passado e apostou em uma produção mais complexa, intricada e sombria dessa vez. “Indignant Swines” foi o single que antecedeu seu lançamento, música que segue como a mais acessível do trabalho, mostrando essa mudança e amadurecimento de uma só vez. Ao longo de The Mellified Man, a dupla explora sonoridades que flertam tanto com o folk quanto com o metal especialmente no que se trata de performance vocal. Guild Theory fez um álbum que cria seu próprio espaço para existir, usando e abusando de texturas sonoras a fim de criar uma experiência singular e potente. Suas composições trazem uma força e nuance sem igual, fazendo de The Mellified Man uma obra densa e intensa que mostra a banda explorando seu lado mais experimental até hoje. Com certeza um trabalho de tirar o fôlego como poucos outros, o Guild Theory se consolida aqui como uma das bandas mais interessantes e abre caminhos para se tornar algo que transcende convenções simplistas de gêneros musicais.

Sunset Salore

para fãs de: MARINA, Meg Mac e Florence and the Machine

A artista australiana Sunset Salore acaba de lançar seu novo single “Call It”, primeira música vinda de seu EP Love Kills the Monsters que tem previsão de lançamento ainda esse ano. A moça faz um indie pop com uma atmosfera levemente sombria mas ainda leve e dançante, remetendo em espírito ao icônico Lungs da Florence and the Machine — artista cuja influência é mencionada pela própria Sunset Salore. “Call It” é uma canção que fala sobre o momento em que alguém decide terminar um relacionamento, pensando nas micro-agressões que culminam na percepção de que a coisa não está funcionando e você merece algo melhor. Trata-se de uma música bastante universal e pessoal, mostrando uma verdadeira vulnerabilidade por parte da artista. A produção em “Call It” a completa perfeitamente, explorando instrumentais orgânicos e eletrônicos que fluem lado a lado muitissimo bem. O primeiro gostinho de seu EP de estreia mostra que Sunset Salore tem tudo para surpreender, com performances vocais excelentes belamente alinhadas a ótimos conceitos; “Call It” é uma música que te deixa querendo ouvir mais dela.

The Screaming Pope

para fãs de: Simian Mobile Disco, WhoMadeWho e Jamie xx

O artista e produtor de música eletrônica George Bolton retorna com The Mountain, seu segundo álbum de 2024 lançado sob seu projeto The Screaming Pope. Em seu novo trabalho George continua sua saga de atualizar e revitalizar a sonoridade techno/trance predominante dos anos 90, e aqui ele segue com uma coletânea impecável de sons, texturas e melodias. Ao longo de treze curtas faixas totalizando pouco menos de trinta minutos, o músico explora as nuances da música eletrônica em uma mistura eletrizante de faixas instrumentais e com vocalistas convidadas em um álbum que parece estar em constante mudança. George, artista residente de Boston no Massachusetts, apresenta aqui uma continuação ainda mais interessante do que Your Star de Janeiro, construindo cuidadosamente melodias e apostando em nuance como nunca antes. Podemos observar em The Mountain influências de R&B e soul, assim como IDM e synthpop sendo navegadas com maestria e coesão. Seu novo trabalho mostra um artista em contínua evolução, sabendo como expandir sua sonoridade para lados ainda não explorados e com um dinamismo de tirar o fôlego.

Lara Taubman

para fãs de: Joni Mitchell, Leonard Cohen e Zooey Deschanel

A americana Lara Taubman lançou há pouco tempo The Gospel of Getting Free, seu terceiro álbum completo, e nele ela mergulha de cabeça no folk com toques de country e americana. A musicista, cantora e compositora cita os gêneros de folk, bluegrass, soul e blues como principais inspirações para seu trabalho e em The Gospel of Getting Free podemos observar isso tudo coexistindo com suavidade e maturidade. Com uma visão re-energizada e perspectivas positivas, Lara fez um álbum belissimo do começo ao fim no qual explora sonoridades clássicas com destreza. Como seu título sugere, em seu novo álbum Lara está em busca de libertação e o trabalho soa como vindo de alguém que se encontra livre de amarras, traumas e dores e segue buscando alegria, felicidade e êxtase. Leve, delicado e com uma produção riquíssima em detalhes, aqui Lara se consolida ainda mais como uma exímia narradora e contadora de histórias capaz de transformar adversidades em lições de vida como poucos outros.

Esta matéria foi feita através do Musosoup e o movimento #SustainableCurator. Saiba mais aqui.

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