on the radar: artistas que você precisa conhecer

synthpop, power pop e indie punk em nossa seleção semanal de novidades pra você acompanhar

André Salles
You! Me! Dancing!
7 min readJun 28, 2024

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Draumr

para fãs de: The 1975, The Japanese House e Two Door Cinema Club

O produtor, cantor e músico francês Gabriel Cheurfa aparece por aqui mais uma vez com seu projeto Draumr, que acaba de nos presentear com o novo single “Things You Say to Yourself”. A faixa, que conta com vocais da artista americana Matya, aposta em um synthpop leve e divertido do começo ao fim e nos mostra um lado do Draumr que ainda não havia sido explorado a fundo. Em seu novo single, Gabriel mostra que não tem medo de expandir sua sonoridade para um lado mais acessível e isso também é refletido em seu conteúdo lírico. Aqui vemos um ótimo dueto entre Gabriel e Matya contando uma história de amor, falando sobre quando se conhece alguém novo e surgem sentimentos de dúvidas e incertezas sobre os sentimentos. Tudo flui muito bem em uma canção que soa como nada antes já vindo do Draumr, mesclando elementos de nu-disco e com influências do funk e groove dos anos 70. Gabriel prova aqui que é capaz de fazer de tudo, e mal posso esperar pra ouvir seu próximo álbum Somewhere Stellar, ainda sem data oficial de lançamento, mas que com certeza vai se mostrar um dos melhores discos de synthpop do ano.

Emma Miller

para fãs de: Kate Bush, Björk e Celestial North

Após seu excelente single “Sick & Tired” em Maio, a escocesa Emma Miller nos mostra mais uma prévia de seu próximo EP. Em sua nova música “Just A Feeling”, Emma cria uma atmosfera rica em detalhes com uma produção que empresta muito do dream pop, trip hop e ambient — mas sem nunca desviar por completo da delicadeza de seu trabalho anterior. Trata-se de um single estonteante, completamente destemido em sua profundidade e delicadeza. Os vocais etéreos de Emma são o ponto central de “Just A Feeling”, e ela faz deles um dos principais instrumentos ouvidos aqui com camadas justapostas de melodias e harmonias angelicais. “Just A Feeling” explora com leveza e determinação a noção de que nossos sentimentos, tanto os bons quanto os ruins, são sempre efêmeros e até mesmo o pior deles não vai durar pra sempre. Uma canção que transborda sensibilidade e com uma produção impecável do começo ao fim, fazendo uso de elementos de hip hop em sua percussão e cadências do indie folk de uma forma absolutamente inventiva. Emma vem se firmando cada vez mais como um nome pra se acompanhar de perto, criando universos memoráveis em suas canções e fazendo isso como mais ninguém.

The Stolen Moans

para fãs de: Yeah Yeah Yeahs, Gossip e The Kills

Citando Foo Fighters, Wolf Alice, Royal Blood e Yeah Yeah Yeahs como influências, o trio americano The Stolen Moans acaba de nos presentear com seu mais recente single. “Bard-Inspired Treachery, Chaos & Heartbreak” (ou “BITCH”) mostra toda a força da banda de uma vez só, ao fundir suas inspirações e culminar em uma sonoridade poderosa, direta e sem enrolações. O trio faz uma música explosiva, fortemente enraizada na estética DIY punk e fazendo uso apenas de guitarra, bateria e voz na maior parte do tempo. Extremamente divertido e com altíssimos níveis de energia o tempo todo, a banda soa como uma verdadeira tempestade. O Stolen Moans sabe e muito bem como fazer um rock rápido e que parece uma versão moderna e atualizada da cena indie punk do início dos anos 2000 — e fazem isso com facilidade. Já contando com diversos singles e um EP desde 2018, a banda está atualmente se preparando para o lançamento de seu primeiro álbum completo que com certeza será matador.

CMON CMON

para fãs de: R.E.M., Teenage Fanclub e The Lemonheads

O trio CMON CMON é baseado em Bruxelas, na Bélgica, e ano passado lançaram The Crack and the Light, seu primeiro álbum completo após um excelente EP com três faixas. Sua sonoridade te transporta instantaneamente para o power pop dos anos 80 e 90, tendo como maiores influências nomes como Teenage Fanclub e Fountains of Wayne, e o resultado é simples e excelente. Sem grandes firulas e apostando em um som agradável e atemporal, o CMON CMON cria uma atmosfera que nasce imbuída em nostalgia em seu álbum. Eu destaco aqui a faixa “New Orleans”, que encerra o disco na melhor das notas — trata-se de uma canção dinâmica que empresta os melhores momentos de álbuns como Murmur e consegue trazer isso pra atualidade com uma facilidade assombrosa. O CMON CMON com The Crack and the Light consegue construir cuidadosamente um som que infelizmente caiu em desuso nos últimos anos, e se firma como uma das melhores bandas de power pop dos dias de hoje. Eu mal posso esperar pra ouvir o que mais virá deles no futuro!

Plasma Chasms

para fãs de: Jamiroquai, Tame Impala e Bee-Gees

Após seu ótimo auto-entitulado EP em 2022, a dupla Plasma Chasms aparece por aqui novamente com seu novo single “Solaris”. Composta pela australiana Jane Drewett e o americano Adrian Guerrero, o Plasma Chasms caminha livremente entre o indie pop, synthpop, garage rock e faz isso tudo funcionar de uma forma de tirar o fôlego. O segundo single retirado de seu antecipado primeiro disco Chrysalis, ainda não lançado, aqui vemos o duo expandindo sua sonoridade e explorando ao máximo sua afinidade com a psicodelia dos anos 70. “Solaris” é uma música sobre aproveitar a vida, esbanjando felicidade, positividade e alegria de uma forma que não soa nem um pouco forçada. Absolutamente contagiante do começo ao fim, riquissima em detalhes e recheada de melodias e harmonias vocais incríveis, “Solaris” se destaca como uma de suas mais interessantes composições até agora e nos deixa ansiosos para seu álbum completo.

Sugar Nova

para fãs de: Dragonette, Little Dragon e Sylvan Esso

Sugar Nova é uma dupla de Denver, nos Estados Unidos, composta pelo produtor Luke Miller e a vocalista Rachel Eisenstat, que aposta com força em um indie pop com influências da disco music, synthpop e até chillwave. “Darkness Turns to Dawn” é seu infeccioso novo single, seu segundo lançamento após seu primeiro álbum Halogen ano passado. Sua nova música mostra que a dupla está totalmente energizada e trazendo novas inspirações para seu som, mergulhando de cabeça no disco-chic dos anos 70 sem olhar pra trás. Seu novo single soa muitissimo bem produzido, sabendo dosar seu ar retrô com ótimos elementos contemporâneos e modernos, criando uma música que é cai bem em qualquer festa — seja em baladas ou em sua própria casa. Com vocais, melodias e harmonias excelentes guiados por uma linha de baixo de funk e groove, “Darkness Turns to Dawn” soa como o momento em que o Sugar Nova deve deixar de vez sua marca na cena do dance pop de uma vez por todas.

Max Norton

para fãs de: Sebadoh, Courtney Barnett e Sugar

Max Norton é um músico britânico que já conta com uma longa carreira como baterista, tendo tocado com artistas como Benjamin Booker e Olivia Jean. Desde ano passado o moço vem se lançando em uma excelente carreira solo, e acaba de revelar seu novo single “Nothing in This World”, parte de seu primeiro EP Each One Is a Movie, e aposta em um indie rock melódico muito bem feito. Max cita Otis Redding, Jeff Buckley e Nick Drake como algumas de suas influências e isso fica claro em seu novo single. “Nothing in This World” é uma música bastante dinâmica com uma percussão matadora, fazendo um indie rock direto e cru mas com certos ares experimentais em sua produção que funcionam muito bem. O próprio Max foi quem escreveu, produziu e tocou todos os instrumentos nas músicas que compõem seu EP oficial de estreia, firmando seu talento enquanto artista completo de uma só vez. “Nothing in This World” conta com ótimas influências do power pop e indie rock dos anos 90, criando uma atmosfera convidativa e reconfortante aos fãs de uma boa guitarra indie.

Halvorsongs

para fãs de: Neon Trees, Pretenders e INXS

Halvorsongs é um projeto de estúdio encabeçado pelo artista Scott Halvorsen ao lado de Mark Riddick, que acaba de lançar sua mais recente composição “Paper Doll (Love Is the Only Way)”. Fortemente inspirada pelos sons de rock dos anos 80, “Paper Doll” traz uma nostalgia deliciosa e chega com ar de velha conhecida. O projeto cita desde Arctic Monkeys até MC5 e KISS como influências, e isso pode ser percebido nas progressões da produção muito bem. “Paper Doll” é uma canção de amor que tenta lidar com a dualidade do relacionamento, em que uma das partes quer algo sério e monogâmico e a outra, não. Extremamente dinâmica e divertida, “Paper Doll” é o quarto single do projeto e vem pouco tempo após a ótima “Bring Me Up”, e é muito interessante vê-los explorando essa sonoridade anos 80s ao seu máximo. Com certeza uma música que não aparece com frequência, o Halvorsongs fez um trabalho maravilhoso em expandir suas influências aqui da melhor forma possível.

Esta matéria foi feita através do Musosoup e o movimento #SustainableCurator. Saiba mais aqui.

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