on the radar: artistas que você precisa conhecer
uma seleção diversa indo do indie rock ao jazz instrumental pra iniciar o ano com coisa boa pra todo mundo
Storm Boy
parece: Against Me!, Hot Water Music e Rancid
Baseados em Olympia, Washington, nos Estados Unidos, o trio de post-hardcore Storm Boy acaba de lançar seu mais novo EP With a Gasp the Reached to the Sky, um poderoso trabalho com quatro faixas. O trabalho é seu segundo EP e chega praticamente um ano após sua estreia com o EP Storm Boy ano passado, e mostra uma banda muito mais visceral. Ao longo das quatro músicas, vemos o Storm Boy apostando em uma estética sonora centrada no DIY e o punk rock com ótimas influências de todas as gerações de punk que já vieram antes deles. O EP já começa a todo vapor com a excelente “Full Orca” e daí pra frente os moços nos levam a um universo habitado por riffs melódicos e vocais gritados, amarrados por um baixo impecável e bateria matadora. With a Gasp… mostra uma ótima evolução para a banda, que nos traz um som muito mais rico e preenchido do que já fizeram antes em seu debut, e isso funciona muito bem para a banda. O Storm Boy faz uma música punk sem firulas e sem enrolações, soando como clássicos dos anos 90 e 2000. Esse EP é furioso, melódico e extremamente divertido — uma mais do que excelente forma de começar o ano novo!
JPRiZM
parece: Cut Copy, The Knife e Daft Punk
JPRiZM é o projeto synthpop/chillwave do americano Jared Price que faz uma excelente música eletrônica instrumental. “Analog Dreams” é seu mais recente single, do fim do ano passado, e conta com uma produção impecável e riquissima em detalhes. Explorando as paisagens sonoras pintadas por nomes que vão desde Cut Copy até Depeche Mode, Jared cria uma atmosfera bastante única e recheada de texturas e nuances. A sonoridade amarrada por ele aqui é como um chillwave com percussões mais proeminentes, com um ótimo ar retrô do synthpop dos anos 80 mas ainda soando bastante contemporâneo e até futurista em sua composição. O artista, um pianista de jazz clássico desde a infância, se apaixonou por sons eletrônicos e começou a compor usando teclados e sintetizadores na adolescência e vem desde então se aprimorando e expandindo seus horizontes. Jared já explorou as mais diversas quinas da música eletrônica enquanto produtor desde que se lançou oficialmente em 2013, provando que sabe muito bem o que está fazendo e sempre procurando novas fontes de inspiração. Extremamente criativa e vívida, a produção em “Analog Dreams” é de tirar o fôlego ao mesmo tempo em que te relaxa e transporta para outro mundo.
Clamber
parece: Two Door Cinema Club, Vampire Weekend e The Vaccines
“Italy” é o single de estreia do quinteto britânico Clamber, que vem causando certo frisson no Reino Unido. Trata-se de uma música energética e animada, recheada de influências do indie rock e pop dos anos 2000 com ótimos elemementos de synthpop e dinâmicas do folk de tirar o fôlego. O resultado dessa aglutinação de influências se dá na forma de uma canção grudenta do começo ao fim, com melodias excelentes que trazem à banda uma cara de maturidade e experiência — mesmo sendo, literalmente, seu primeiro single. Com uma letra que fala sobre escapismo e nostalgia pelo verão italiano, o Clamber consegue se estabelecer de vez como um nome bastante interessante emergindo da cena de indie rock britânica atual. “Italy” parece celebrar e reverenciar todos os artistas que já vieram antes deles ao mesmo tempo em que soa original o suficiente para manter a cena viva e ativa nos tempos contemporâneos. Com toda a certeza o Clamber ainda dará muito o que falar em 2024!
Underdog
parece: Built to Spill, Nirvana e The Stooges
Formada em 2013 por Scott Ferguson e Bryn Carlson, Underdog é uma banda de Boston nos Estados Unidos que acaba de lançar seu segundo álbum. Chamado Trans Global Amnesia, seu segundo registro vem após uma ótima estreia com Ether Dome em 2020 e mostra a dupla seguindo no mesmo rock alternativo supersônico de seu debut ao mesmo tempo em que nos inunda com novidades. Inspirado fortemente pelo rock alternativo dos anos 90, Trans Global Amnesia conta com guitarras sujas e distorcidas, e um senso melódico impecável. Recheado de riffs marcantes e uma percussão arrebatadora, o Underdog soa como uma perfeita aglutinação de suas influências. Os dois membros se conhecem desde os anos 80 e já tocaram juntos em diversas bandas de Boston através dos anos, e essa química e intimidade compartilhada é palatável em sua música. O Underdog faz um trabalho extremamente DIY, adicionando ótimos elementos de psicodelia e grunge ao seu rock cru de garagem e tudo funciona muitissimo bem. Um álbum essencial para fãs de um rock visceral e potente, com certeza.
Natalia Quest
parece: Evanescence, Muse e Lacuna Coil
A cantora Natalia Quest nasceu na Rússia e atualmente reside em Los Angeles, onde produz sua música. Natalia incorpora em sua música influências que vão desde metal sinfônico até rock progressivo, com toques eletrônicos e industriais — e o resultado soa épico e poderoso. “Inversion” é seu mais recente single e uma perfeita ilustração da paisagem sonora pintada por Natalia; contando com uma produção impecável. A moça cita diversos nomes que vão desde Tori Amos até System of a Down, trazendo um dinamismo sem igual às suas composições. Inspirada por eventos políticos e catastróficos globais, a artista vem escrevendo música há anos mas foi apenas em 2023 que se sentiu confortável para compartilhar seu trabalho e já conta com cinco músicas — três delas cantadas em seu nativo russo. Com vocais matadores e um senso de urgência que permeia cada segundo, Natalia faz uma sonoridade extremamente interessante e riquíssima em detalhes. “Inversion” mistura cordas e sintetizadores com ótimos riffs de guitarra, criando um nu-metal que soa novo ao mesmo tempo em que homenageia toda uma geração de bandas e artistas que vieram antes dela.
Ari Joshua
parece: RAAR Trio, Space Owl e Yann Tiersen
O guitarrista e compositor sul-africano Ari Joshua acaba de lançar “Country Stroll”, seu mais recente single. O moço faz uma música instrumental extremamente rica em detalhes e nuances, incorporando influências que vão do jazz ao funk com uma facilidade assombrosa. Leve e dinâmica do começo ao fim, “Country Stroll” soa oldschool no melhor dos sentidos — como uma perfeita trilha sonora para um curta dos anos 70. Isso vem do ragtime, principal estilo explorado por Ari em sua nova música, que conta com participação dos ícones do jazz John Medeski tocando órgão e Billy Martin na percussão. Ari em sua carreira já trabalhou com inúmeros artistas notáveis que vão desde Santana até Pearl Jam e R.E.M., e essa experiência toda com certeza se faz muito aparente aqui. O músico cria com facilidade um som capaz de te transportar para outra época, soando exatamente como um passeio pelo campo. “Country Stroll” é uma excelente pausa no caos do dia a dia, um momento para refletir e respirar livre de preocupações.
Patrick Doval
parece: The Vaccines, Green Day e The Libertines
O artista americano Patrick Doval já conta com álbuns desde 2007, e agora se prepara para o lançamento de seu mais novo single “Back Home”. Fazendo um indie rock direto e cheio de ótimas influências que vão desde o pop punk até o power pop, Patrick faz uma música excelente para se ouvir e esquecer do mundo. Com uma linha de baixo impecável e riffs de guitarra grudentos, Patrick conta mais uma vez com Pete Parada, ex-baterista do The Offspring, nas baquetas e o resultado é uma energia contagiante do início ao fim. Seus vocais parecem mais confiantes do que nunca, assim como as guitarras soam muitissimo bem costuradas por uma produção que explora seu melhor momento. Sabendo incorporar instrumentações extremamente dinâmicas, Patrick dá início ao seu ano seguindo na mesma linha que nos mostrou ano passado com a excelente “Soulless Machine”. Seu próximo álbum, o primeiro desde 2019, já promete ser um dos destaques de 2024 e com sua versatilidade e diversidade sonora.
Esta matéria foi feita através do Musosoup e o movimento #SustainableCurator. Saiba mais aqui.