on the radar: dez bandas que você precisa conhecer

Concluindo Janeiro com uma nova leva de dez artistas interessantes pra atualizar as playlists

André Salles
You! Me! Dancing!
7 min readJan 28, 2022

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5ON5

parece: Daft Punk, Phoenix (United) e Justice

O nome de boy band sul coreana engana. O 5ON5 está longe de ser uma expoente da vertente e está longe da Coreia do Sul também. Direto do berço e furor de vários segmentos da música eletrônica, Berlim, o quarteto traz em seu mais recente single, “Don’t Dance”, uma não-ode à dança e ao período pós isolamentos. A força da banda reside no mesclar de vários ritmos sem soar uma colagem destrambelhada, fazendo colagens e passeios muito bem costurados e pensados. Ansioso para ouvir mais do que a banda nos proporcionará.

Yon Idy

parece: Sondre Lerche, Ásgeir e Vance Joy

Acho que eu nunca tinha ouvido um músico da Macedônia do Norte, país pequeno lá da Europa. Yon Idy é de lá e traz, na sua voz rasgada e no dedilhar bem feito do violão, um poder incrível e encantador. Preparando-se para lançar seu primeiro álbum em 2022, o músico cita Leonard Cohen, Muse e Beatles como influências na sua infância e adolescência em Escópia/Skopje, capital do seu país. “In Time”, sua faixa mais recente, equipara-se com “My Fire”, lançada no meio-fim do ano passado e gera uma expectativa tremenda para o álbum. Sem dúvida alguma, Yon Idy tem tudo o que é necessário para um músico brilhante da cena folk — a bela voz, o dedilhar do violão e a boa composição estão ali na sua frente.

Golden Plates

parece: The National, Frightened Rabbit e Interpol

Já citamos brevemente o Golden Plates aqui por sua participação no ótimo single “In Love… Again” do Everything But the Everything, e agora vamos falar de seu novo single solo. “Blue California”, que faz parte de uma série de lançamentos planejados para todo o ano de 2022, traz um indie rock com cara da parte mais sombria dos anos 2000, como The National no Alligator e qualquer momento da discografia do Frightened Rabbit. Golden Plates é um projeto do músico Elder Brycen que já conta com três ótimos álbuns completos, um ao vivo e diversos singles. Suas últimas músicas, “Nobody Like You”, “Bombs” e “Dear Casey”, singles poderosos que ficam mais interessantes e complexos a cada ouvida, também farão parte do que eventualmente será um novo álbum — mas o destaque aqui fica pra “Blue California”. Soando quase como um outtake do High Violet, sua letra trata sobre o fim de um relacionamento no qual você sabe que a outra pessoa já nem pensa mais em você mas você não consegue evitar de ainda gostar dela. Pesado, mas talvez sua mais bela letra até o momento. Golden Plates começa 2022 dando continuidade à ótima série de singles iniciada no ano passado, e mostra que está melhor a cada nova composição.

Dionne Sturdy-Clow

parece: The Kills, Cage the Elephant e The White Stripes

A jovem britânica Dionne Sturdy-Clow está apenas em seu segundo single, e “I Could Be Somebody” já mostra uma maturidade sonora e lírica invejável. Seu primeiro single Flying With The Dogs em 2020 trazia duas músicas, “Too Dumb To Love” e “It’s Your Life”, e estabeleceu a moça como um nome para ser observado de perto. Citando Frank Turner e Johnny Cash como influências e fazendo uma fusão interessantíssima de folk com pop punk e country, o som de Dionne é bastante único. Sua veia do punk rock fala mais alto mesmo quando ela está tocando apenas um violão, quase como Laura Jane Grace fazia no começo da carreira como Against Me!. “I Could Be Somebody” é a prova de o quanto Dionne melhorou e evoluiu como compositora nesses quase dois anos. Trata-se de sua melhor música até o momento, e com certeza uma ótima prévia do que ainda virá dessa moça.

Kru Manasa

parece: Two Door Cinema Club, Phoenix e The Wombats

“Want” é o single de estreia do indiano-que-vive-em-Nova-York Kru Manasa. O moço se mudou a fim de seguir seu sonho de se tornar ator, e no meio do caminho tropeçou um pouco na música. E lançou um excelente single! Um indie rock com uma pegada acessível e radiofônica mas que ainda se mostra bastante original. “Want” é uma música tão gostosa de se ouvir que você se encontra voltando pra ela e dando repeat sem nem ver o tempo passar. Em sua letra ele canta sobre seus sonhos e expectativas ao se mudar pra Nova York, tema também encontrado em “Welcome To New York”, de Taylor Swift — uma das influências declaradas de Kru. O som feito pelo moço está bem distante de qualquer uma das eras de Swift, mas sua influência na forma como ele escreve as letras é bastante clara. “Want” é uma excelente estreia, e espero que o moço consiga tudo o que deseja na vida — e que continue também na música, pois seu talento é inegável.

Maggie the Cat

parece: Got A Girl, St. Vincent e Du Blonde

Maggie the Cat é uma cantora de Londres conhecida por ser a vocalista da banda de post-punk Madonnatron, que faz um blend interessante de rock com influências italianas e jazz e possui dois álbuns. Agora Maggie se lança em carreira solo, nos apresentando seu novo single “I Love You & I’ve Got A Gun”. Sua música solo se mostra um pouco mais leve e ainda mais diversa do que seu trabalho com o Madonnatron é, mas continua tendo a Itália como influência. “I Love You & I’ve Got A Gun” é inspirada no filme italiano Ragazza Con La Pistola de 1968 dirigido por Mario Monacelli. Entre os temas abordados, tanto no filme como na música de Maggie, estão erotomania, sexo, misticismo e assasinato — mas tudo feito de uma forma quase erótica e sedutora assim como nos filmes B dos anos 60, como o The Long Blondes também fazia. Maggie traz essa atmosfera de cinema antigo para sua música de uma forma bastante fácil e o resultado é um som único. Seu álbum solo promete ser um que valerá a espera.

Roses in Hand

parece: MUNA, Sigrid e Carly Rae Jepsen

Após alguns lançamentos pontuais em 2015 e 2016, a banda retorna com seu trabalho mais forte até hoje. “Paradise” é o último single da dupla australiana Roses in Hand e ele apresenta o som mais completo que eles já entregaram, fazendo um indie pop complexo, ao mesmo tempo em que soa leve e divertido. Sua letra fala sobre um tema bastante profundo, sobre ter tudo o que sempre se quis mas achar que não merece tê-lo; sua vocalista Jessica Allen diz que a música serve como uma reafirmação. “Paradise” aposta em uma produção dinâmica mais voltada ao synth pop, com guitarras sutis, batidas marcantes e sintetizadores muito bem colocados — além de uma composição e refrão grudentos que ficam na cabeça por horas. Seu último single segue a ótima “Buttons” lançada em 2020, e marca o começo de um ótimo futuro para a dupla.

Jacob and the Starry Eyed Shadows

parece: The Goo Goo Dolls, Manic Street Preachers e Paramore

O músico inglês Jamie Titterton começou a lançar música sob o nome Jacob and the Starry Eyed Shadows ano passado e já conta com seis singles, seu mais recente sendo “When The Lights Go Out”. A canção é a primeira de uma série de singles que o moço lançará esse ano até seu primeiro álbum completo finalmente sair ainda esse ano. Sua música aqui tem uma vibe de rock alternativo dos anos 90 com pitadas de emo e indie rock resultando em algo delicioso de se ouvir e que te deixa querendo mais. Com uma produção indo para um lado mais pop punk, com ótimos riffs de guitarra e um refrão maravilhoso, “When The Lights Go Out” se distancia um pouquinho dos também ótimos singles do ano passado; fazendo com que o futuro som de Jamie ainda pareça um pouco incerto mas cada vez mais interessante.

Hyooman

parece: Real Estate, Washed Out e Alex G

O quinteto Hyooman, encabeçado pelo vocalista Leng Moua, lançou dois singles excelentes ano passado (“Half Brain” e “Kid”), trazendo um indie rock com influências psicodélicas e de dream pop na mesma medida. “Month End” é o segundo single em antecipação ao seu álbum completo chamado Pilot que sai agora no começo de 2022, e já gerando expectativas por aqui. Seu som é uma mistura perfeita de lo-fi com bedroom pop e indie rock dos anos 90 como Alex G e Pavement com doses bem colocadas de psicodelia leve e uma sensibilidade única. Com uma produção e instrumentais impecáveis, destaque para as sempre maravilhosas linhas de baixo, o Hyooman constroi canções calmas seguindo o melhor do chillwave e se mantendo bastante original o tempo todo. Considerando o que já ouvimos da banda, Pilot promete ser um álbum pra se colocar no repeat e se esquecer da vida.

SamSeb Kierkegaard

parece: AFI, My Chemical Romance e Malice Mizer

O sul-coreano Samuel Lee, no momento residindo na Inglaterra, faz música usando o nome SamSeb Kierkegaard e já lançou ótimos singles desde 2020. Com influências de indie rock, emo e shoegaze, Samuel faz um rock bastante direto cheio de complexidades sonoras e personalidade. Seu projeto atual e mais recente, “Luna: Luna Moonlight”, é o segundo capítulo de sua ‘saga fantástica emo rock’ (em suas próprias palavras) seguindo o excelente “Luna: The Invisible Irony” do fim do ano passado. Formado em Filosofia, Samuel em sua abordagem toca em temas como existencialismo e ansiedade — seu nome artístico é uma homenagem ao filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard — mas em momento algum sua música soa pretensiosa. Na verdade, o som feito por Samuel até mesmo em seus singles fora da história de ‘Luna’, trazem algo bastante pessoal mas de fácil identificação. SamSeb Kierkegaard com certeza é um nome bastante interessante e promissor, com um senso estético e lírico únicos.

Esta matéria foi feita através do Musosoup e o movimento #SustainableCurator. Saiba mais aqui.

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