on the radar: dez bandas que você precisa conhecer

A variedade tomou conta do nosso radar — do indie pop e do twee ao folk e a darkwave, recomendamos uma nova seleção de artistas que estão começando

Henrique Amorim
You! Me! Dancing!
5 min readMar 4, 2022

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Marc Bird

parece: Fyfe Dangerfield, Jack Peñate e Sondre Lerche

“Moon Puddles” é o primeiro single do segundo álbum do inglês Marc Bird, disco este que deve aparecer em algum momento ao longo deste ano. Numa pegada bastante cinematográfica, Marc nos leva ao seu som através de ondas suaves, viagens estelares e uma voz etérea colocada sob tudo, deixando tudo amarrado de maneira estonteante. Bird cria pequenas experiências em seu som, fazendo dos seus instrumentos, poesia; e da sua voz, arte. Numa combinação muito bem feita, temos exemplos que beiram o onírico e permeiam a imaginação num quase dream pop puxado para um folk rock. Vale a conferida!

Jack DeMeo

parece: Conor Oberst, Stornoway e Badly Drawn Boy

A voz de Jack DeMeo, rapaz dono de sua própria vontade e que encabeça seu próprio projeto, é um dos artifícios chave para entender o brilhantismo disso aqui e de faixas como “Coyotes”, single mais recente do músico de Los Angeles e que marca seu retorno depois de algum tempinho sem lançar nada. Com timbres invejáveis e suaves, DeMeo entra em nuances particulares que podem servir de conforto e consolo para muitos — e é exatamente essa a premissa que ele nos traz no sentimento de estrangeiro em seu próprio lugar que vemos em “Coyotes”. Confere aí 1) a voz incrível do rapaz; 2) o seu lirismo gigantesco; 3) a guitarrinha leve e suave.

ADian

parece: Rex Orange County, Cuco e Guillemots

Quando um músico consegue mostrar em apenas seu segundo single um brilhantismo e profissionalismo desse tamanho, o projeto vem parar aqui rapidinho. ADian, originário de Birmingham, Inglaterra, acaba de lançar “Better Day” e conquista cada vez mais nossos ouvidos. Versando sobre esperança, ADian consegue juntar um violão bem tocado e uma voz doce, suave e bem colocada com leves batidas eletrônicas que estão ali para dar uma atmosfera diferente na construção sonora da faixa. ADian tem um longo caminho pela frente e por aqui ficamos orgulhosos de dar palco para o músico.

RavenRain

parece: Santigold, Le Corps Mince de Françoise e Confidence Man

Numa estética que resgata o mundo cyberpunk, RavenRain traz uma sonoridade potente e criativa para o seu som. “MOVING ON”, que trazemos por aqui, é sua faixa mais recente e não fica para trás dentro da sua discografia que começou em 2020. De origem italiana, a artista traz elementos do hip-hop e do eletrônico juntos numa construção sonora que também caminha pelo pop contemporâneo, sempre mostrando o seu poder como lirista também. Com um EP de 2021 nas costas, RavenRain se mostra confiante e mais do que pronta para brilhar em sua jornada.

Matt McClure

parece: Purple Mountains, Stephen Malkmus e the Mountain Goats

Goodbye Felons é o nome do primeiro álbum do músico Matt McClure direto da terra do grunge, Seattle. Construído durante a pandemia, o disco traz elementos vívidos do que ela provocou na vida do músico, com várias questões aparecendo aqui e ali. Com uma guitarra bastante presente e ressonante dando panorama e servindo como protagonista e uma voz grave para finalizar, McClure traz músicas rápidas e que beiram o claustrofóbico em alguns momentos, colocando seu disco desde já no grande hall de lançamentos para o ano. Por aqui, recomendamos não só o álbum completinho, mas foco principal em “Regular Old Names”, uma das principais faixas do álbum.

Forgotten Garden

parece: Phoebe Bridgers, The Cure e Julia Jacklin

O duo Forgotten Garden tem nos vocais de Inês uma das suas principais forças. Resgatando elementos oitentistas e mesclando com um folk mais contemporâneo, próximo do indie, a banda consegue mostrar uma produção muito cristalina em “Bad Guy”, seu single mais recente, colocando instrumentos muito bem alinhados com a suavidade da vocalização. Inês e Danny se complementam muito bem e entregam uma atmosfera serena e pacífica dentro de um mar de referências em ebulição. Ano passado o duo já lançou seu primeiro EP e esperamos ver algo completo em breve, mostrando todo esse talento em potencial.

Former Lives

parece: Camera Obscura, Sleater-Kinney e Belle and Sebastian

“Cordon Sanitaire” é o terceiro single do projeto Former Lives, guiado pelo músico Sean Joseph Klassen e seu cachorro, Bruce, direto da fantástica Portland, EUA. Com participações especiais, o rapaz consegue canalizar influências diretas do twee e do indie pop saudoso dos anos 2000, colocando elementos divertidos junto dos seus sintetizadores menos analógicos, mas que funcionam muito bem nessa mistura de influências. “Cordon Sanitaire” conta com os vocais doces de Madison Savary, que dão um elemento elegante para a faixa, complementando muito bem a sonoridade. O projeto já tem grandiosidade e o primeiro álbum, Ceremony Of Living, sai agora em maio numa edição especial em vinil — e estamos muito ansiosos para ouvi-lo inteiro.

Asterous

parece: The Asteroids Galaxy Tour, Khruangbin e Red Hot Chilli Peppers

O duo canadense Asterous lançou o seu primeiro EP, auto-intitulado, ano passado. Com músicas que misturam influências de ritmos mais noturnos e uma estética condizente, eles encontram muita força no seu instrumental melódico. Em “Listen”, single mais recente, eles adicionam o funk e conseguem se apoiar muito bem numa guitarra mais ritmada pelo baixo e uma voz potente amarrando tudo, resultando em uma música com muito ritmo e cheia de criatividade. Juntando ritmos quase que opostos, então, o Asterous encontra poder e “Listen” consegue mostrar isso de forma majestosa — trazendo o vocal de Rummy muito bem ritmado pelos instrumentais de Don; um quebra cabeça bem montado e bem produzido.

Lazy Hunter

parece: The Killers, The Mars Volta e Talking Heads

A dupla britânica Lazy Hunter lança agora seu primeiro single de 2022, “influencer”, música que fará parte do seu próximo EP/mini-álbum Fast Track To The Peach Blossom Spring, que deve ser lançado nos próximos meses. Após alguns singles e um EP no ano passado, eles voltam com uma canção bastante dinâmica e interessante — um pouco diferente do que já fizeram no passado, apostando dessa vez em uma produção mais voltada ao indie rock que remete ao melhor do Killers: Sam’s Town. Esse novo caminho que deve ser trilhado pela banda promete muitas coisas boas em seu futuro, eu fiquei curioso para ouvir seu novo EP e ele já se encontra na lista de lançamentos aguardados.

Moon Walker

parece: Wolfmother, Them Crooked Vultures e The Dead Weather

O Moon Walker é uma dupla de Los Angeles formada por Harry Springer e Sean McCarthy, e já lançaram seu primeiro álbum completo no ano passado. Em Truth To Power, seu debut com sete faixas, mostraram um hard rock com lindas influências de garagem e surf — e agora no comecinho de 2022 já retornam com um novo single: “Doombox”. Essa música nova foca mais em seu lado Wolfmother, trazendo um indie rock agudo, vocais rápidos e uma vibe de blues que casa muito bem com eles. “Doombox” se revela uma de suas músicas mais fortes até agora, seguindo muito bem o que fizeram em Truth To Power e provando que o Moon Walker ainda tem muito mais coisas boas pra mostrar esse ano.

Esta matéria foi feita através do Musosoup e o movimento #SustainableCurator. Saiba mais aqui.

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