on the radar: dez bandas que você precisa conhecer

Hora de renovar a playlist conhecendo sons fresquinhos

Henrique Amorim
You! Me! Dancing!
6 min readFeb 25, 2022

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First Frontier

parece: Blood Red Shoes, Bat and Ball e Matt and Kim

O First Frontier é um duo da industrial Birmingham, uma das maiores cidades da Inglaterra no Reino Unido. Em março, a dupla planeja lançar seu primeiro EP, Just Matter, e apresenta seu novo single, “Insist”, com uma energia contida, mas pronta para explodir a qualquer momento. Baterias fortes e uma guitarra levemente suja fazem a receita da banda e, é claro, com um complemento de um jogral de vozes bem feito e colocado. Num resgate do indie rock sem muitas peculiaridades, mas extremamente bem feito, o First Frontier começa a entrar nos indícios de que um revival do movimento pode aparecer a qualquer momento.

Shafkkat & ROJAZ

parece: Kaytranada, Sampha e Peggy Gou

“Her” é o single colaborativo entre o britânico Shafkkat e a espanhola Rojaz, mas mostra as nuances perfeitas dos dois em um único exemplar. Rojaz concede sua doce voz para as batidas perfeitas de Shafkkat, que já tem um EP elogiadíssimo na praça e continua a explorar as fronteiras da música eletrônica nesse novo trabalho. A combinação voz-sintetizador dá esse resultado que parece uma costura de boas influências. Então, nessa entoada relaxante ficamos acostumados com os sons de ambos em uma só vez, com o brilhantismo do duo escancarado, na nossa frente.

Lavender Honey

parece: Owl City, Passion Pit e LIGHTS

Aquele indie feito no quarto não vai nos deixar tão cedo. Uma das formas mais fáceis de mostrar o talento pro mundo continua ganhando adeptos e a bola da vez é o som do Lavender Honey, nome artístico do projeto de Daniel Thompson, rapaz de Nashville que acaba de lançar “Need Your Love”, seu single de estreia. Com uma voz doce que lembra os falsetes bem feitos do eletrônico da década retrasada, Lavender Honey conquista com sua combinação bem pensada com batidas leves e com uma produção cristalina que fica ainda mais surpreendente ao associar que esse é só o seu primeiro trabalho oficial. Em sintetizadores que beiram o etéreo, Daniel amarra tudo e entrega um produto digno de nota por aqui no nosso radar.

sautereau

parece: Maggie Rogers, Dua Lipa e Alice Merton

Um pop bem feito, às vezes, é tudo o que precisamos. Nessa pegada, apresentamos Chloé Sautereau (que assina com seu sobrenome), musicista erradicada nos EUA, mas originária da Suíça, que chega com sua voz fantástica para conquistar um espaço na sua próxima pista de dança, ainda que contemplativa. “what if” é o seu single mais recente e traz uma entoada pop menos convencional e com elementos acústicos interessantes que amarram o som de maneira exemplar. Este é apenas um exemplo do poder da moça, que assina a produção da sua própria faixa e entrega um pop menos produzido que consegue conquistar de primeira ouvida.

Sol Arctica

parece: Confidence Man, Fitz and The Tantrums e Alphabeat

O produtor australiano Chris Lugton assina a produção do Sol Arctica, banda/projeto solo que tem como mote experimentar e trazer elementos pouco convencionais para ritmos consagrados. Brincando com fusões de gêneros que talvez não se conversariam tão bem em outras ocasiões, como sintetizadores e hard rock, o rapaz mostra todo seu brilhantismo no single mais recente — a incrível “Dancing Here Always”, numa jogada entre o soul, o jazz e elementos eletrônicos retrofuturistas, contando com a parceria de Caterina Branca nos vocais, que continua o que foi entregue em “Android Tears”, seu single anterior, e profissionaliza ainda mais o trabalho. Numa entoada instrumental com convidados, Chris tem um caminho interessante a trilhar e consegue ocupar fácil uma jornada ao lado de produtores já consagrados, como Mark Ronson, por exemplo.

Vanden Dool

parece: Placebo, Depeche Mode e Molchat Doma

Depois de lançar o seu primeiro disco-compilação em 2019, representando sua coleção de trabalhos até então, e um EP no período alto da pandemia, Vanden Doll, direto do Canadá, apresenta seu novo single duplo, trazendo elementos eletrônicos sombrios junto de uma voz incrível que é trabalhada beirando o quase etéreo. Em “You Will Not Love Me Forever” vemos uma produção reverberante urgente e intensa, enquanto que em “Distant Company” enxergamos uma faixa oitentista saudosa com elementos frescos muito bem colocados em uma roupagem mais relaxada. O elemento que une tudo é o trabalho eletrônico singular de Vanden Dool, sempre bem aparado e muito particular, além, é claro, de sua voz característica, presente em toda sua discografia.

Lee Switzer-Woolf

parece: Modest Mouse, Travis e The Decemberists

Baseado em Reading, Inglaterra (aquela cidade do festival mesmo), Lee Switzer-Woolf entrega seu primeiro álbum aqui nesse começo de 2022. Uma coleção de sons que unem elementos do folk, em um violão bem posto e característico; com elementos do eletrônico, leves, ainda que soem urgentes, e melódicos; tudo combinado para uma ligação orgânica perfeita, amarados por um toque de polimento final. Scientific Automatic Palmistry aparece num contexto de arrefecimento (pelo menos por agora) da pandemia, mas ainda foi criado num contexto de isolamento — num estúdio caseiro. O mais engraçado é que a produção de tudo soa gigantemente profissional e observar um músico independente e experiente começando um novo projeto com tanta força já em seu primeiro lançamento adiciona camadas ainda mais interessantes.

Josh Gluck

parece: James Bay, John Mayer e Roo Panes

O Josh Gluck é daquelas pessoas que abre a boca e sai uma voz estrondosa dali que você não consegue entender muito bem de onde emana tanto poder. E o músico da Flórida já estreia bem em materiais mais sólidos: ele acaba de lançar seu primeiro EP, Welcome Home, e entrega músicas de uma produção incrível e sem dever nada para muito músico velho de estrada. Gluck coloca tanto poder na sua guitarra quanto emana da sua voz, entregando faixas que combinam o melhor do soul com o melhor do rock mais clássico. Numa toada quase balada, Gluck entrega as melhores faixas, como “Jaybird”, mas também brilha com canções mais potentes, como a abertura em “Down No More”. Josh, definitivamente, está pronto para te conquistar.

Soft Set

parece: Mazzy Star, Pavement e Galaxie 500

Depois de lançar o EP Love And Dancing em 2020, o Soft Set prepara o terreno para lançar o seu primeiro álbum de estúdio, Still LIfe, agora no verão do hemisfério norte. Numa pegada que mistura o darkwave com o dream pop, o duo de Toronto, Canadá, encontra sua identidade facilmente. Entregando elementos mais frescos e contemporâneos com outros que conseguíamos ver facilmente no passado, eles apresentam o primeiro excerto desse disco, a excelente “More More More”, que coloca um violão misturado de sintetizadores quase industriais poderosos, amarrados por um jogral de vozes interessante. Por aqui ficamos curiosos para colocar nossos ouvidos nesse primeiro álbum de estúdio e recomendamos o duo sem pensar duas vezes.

Jonas Brøg

parece: George Ezra, Matt Costa e James Bay

Os países nórdicos são um celeiro de bandas e artistas inspiradores e incríveis. Jonas Brøg não deixa de ser mais um exemplo do poder de criatividade desse conjunto de países. Brøg apresenta “I Believe In You” para dar entrada nos trabalhos do seu primeiro disco de estúdio, Jonas, que deve aparecer agora em 2022. Ainda assim, o músico já conta com diversos singles aclamados e dois EPs. Inclusive, Jonas tem uma estreita relação com o Brasil, já que “I’m Your Nr. 1” foi também lançada (2021) em português numa parceria com a cantora Lilian Vieira. Jonas é admirador da nossa cultura e nós já viramos fãs por aqui. E é numa pegada bem animada com elementos que vão do piano ao violão bem tocado, onde Jonas também coloca sua voz em protagonismo, amarrando tudo com maestria, que o músico leva sua discografia. Animado para ver o que o músico vai nos mostrar em seu primeiro lançamento cheio.

Esta matéria foi feita através do Musosoup e o movimento #SustainableCurator. Saiba mais aqui.

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