on the radar: dez bandas que você precisa conhecer

Passando do indie folk ao punk rock, selecionamos dez novos artistas pra ficar de olho

Henrique Amorim
You! Me! Dancing!
6 min readJul 1, 2022

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North Ship

parece: Radiohead, Arctic Monkeys (Humbug) e David Bowie (Blackstar)

O duo North Ship vem para a nossa seção de radar direto de Copenhague, na Dinamarca. O país nórdico dá sua leve ambientação para o som etéreo e apoiado em elementos eletrônicos que vemos por aqui no seu single mais recente, a incrível “Plastic House”, que aparece no desafio de suceder o single “Green Light”, que alcance números impressionantes na famosa plataforma de streaming. Com uma voz rascante para mesclar com esse som sintético, mas que, surpreendemente, beira o orgânico, o duo entrega potência sem precisar de efusividade, contidos em elementos seguros e muito bem planejados e produzidos.

Escapades

parece: Wolf Alice, Little Green Cars e The Joy Formidable

Por aqui gostamos do post-punk inglês misturado com um shoegaze leve. Os Escapades são lá de Manchester, terra precursora do movimento lá no meio-fim do século passado e entregam brilhantismo. Dentro dessa premissa, observamos uma banda renovada com um jogo de vocal muito bem feito e pensado que casa perfeitamente com a melodia arrastada no seu recente single “Look At The Waves”, segundo de 2022, olhando com muito otimismo para novos projetos para o quarteto depois do lançamento do EP What Are You Doing? do ano passado.

Becca Lynn

parece: Fitz and The Tantrums, Lucky Soul e The Asteroids Galaxy Tour

Num movimento prolífico, Becca Lynn, projeto de synthpop de Becky Ketelsen e Adam Neilson de Boise, EUA, acaba de lançar seu segundo EP, o interessante e animado Sage. Numa pegada que mistura elementos característicos do jazz e do soul com elementos eletrônicos chiclete muito bem planejados, produtor (Adam) e cantora (Becky) se conversam numa química de dar inveja para muita banda. Em ritmos frescos e doces, encontram sua força e fazem música contemporânea com um toque vintage, ecoando a era dourada dos EUA.

The Birthday Letters

parece: Fleet Foxes, Sufjan Stevens e Bright Eyes

The Birthday Letters é a banda-projeto-de-um-homem-só de Joseph Hughes, direto do Reino Unido. O rapaz acaba de lançar seu segundo álbum de estúdio, o leve e gostoso Yearning For Vitalists, que se apresenta numa poesia e numa teatralidade tocantes. Com leveza e simplicidade, Hughes parece nos conduzir por sua opereta com maestria, adicionando instrumentos e elementos aqui e ali, com sua voz doce e delicada como principal fio condutor disso tudo. Ora jogando com animação, ora jogando com melancolia, Hughes sabe muito bem o que está fazendo e mostra uma maturidade muito interessante por aqui com um trabalho bem lapidado e produzido. Vale a pedida!

Ratchet

parece: King Krule, Mac DeMarco e Alex G

Num jogo de rapidez, Ratchet, projeto independente de um holandês de 19 anos, apareceu na vontade de impressionar uma garota. Ao aprender guitarra, o músico não parou mais e nós agradecemos por isso, já que somos agraciados com pérolas como a frenética “Fixed Heart”, single mais recente da tenra carreira. Não querendo esconder suas influências e sua quase imaturidade, Ratchet entrega-se praticamente cru num bedroom pop leve e divertido, assim como a música para ele deve ser. Em viradas rápidas de instrumentação, a faixa se desfia de maneira elegante, mesmo que visceral e urgente.

Wotts

parece: The War On Drugs, The Killers (Sam’s Town) e Real Estate

Após o lançamento do ótimo álbum COLONIES ano passado, a dupla canadense Wotts seguiu fazendo excelentes singles. Jayem e Ricky 100 fazem um rock alternativo que empresta elementos desde o hip-hop até noise, resultando em um som bastante interessante — denso, mas sempre com uma sensibilidade e apelo pop muito agradáveis. Seu mais novo single, “6 Shooter”, é uma colaboração com o também canadense The Desert Island Big Bang e trata-se da primeira vez que o Wotts lança algo em conjunto com outro artista. “6 Shooter” é, na verdade, produto de um ‘desafio’: o DIBB pediu ao Wotts para que incorporassem trechos e elementos de sua música “Six- Shooter” e criassem algo novo. O mais interessante dessa parceria é que não se trata de um cover ou remix, e sim de um single completamente original inspirado pelo trabalho de DIBB — e o que ouvimos é uma prova da criatividade e talento que o Wotts já mostrou antes, de uma forma ainda mais inventiva. O resultado é a música mais acessível já feita pelo Wotts até o momento, com lindo apelo radiofônico mas ainda se mantendo fiel à sua própria estética.

Brandon Richie

parece: Rancid, Bad Religion e Operation Ivy

Diretamente da cena punk independente de Orlando e Philadelphia, o americano Brandon Richie faz uma música extremamente enérgica, urgente e infecciosa. Seu ‘party punk’, como o próprio descreve seu estilo, é um pop punk bastante direto recheado de riffs grudentos, linhas de baixo matadoras e uma bateria simplesmente impecável. “My Movie” é seu mais recente single, sua segunda música de 2022, e ela traz elementos muito interessantes à sua prolífica discografia: um peso comumente encontrado no hardcore punk, mas que é lindamente incorporado ao universo divertido de Brandon Richie. Passeando de forma livre entre os mais variados estilos possíveis do punk, Brandon já conta com um álbum lançado ano passado além de diversos singles e EPs desde 2018. Brandon e sua banda, formada também por Shane Hobensack, Adam Beigler e Brian Feenie, seguem fazendo músicas poderosas que remetem ao melhor de atos como Rancid e Operation Ivy.

Roxx Revolt & The Velvets

parece: Juliette and The Licks, The Runaways e The White Stripes

O quarteto americano Roxx Revolt & The Velvets lança agora seu segundo EP, Uno, constituído por três excelentes faixas. O novo trabalho segue uma extensa turnê pela costa leste dos Estados Unidos e mostra uma linda evolução em relação ao seu primeiro EP 7, do ano passado. A banda faz um som fortemente inspirado tanto no hard quanto no glam rock clássicos dos anos 70 — um rock and roll simples, sem floreios e extremamente bem feito. Com músicas poderosas, a banda já é conhecida por suas insanas e enérgicas apresentações ao vivo e uma atitude sem igual. Mostrando-se mais confiantes a cada novo single, Roxx Revolt & The Velvets estão em um caminho para se tornarem um nome de peso no futuro próximo.

Dave Helgi Johan

parece: Of Monsters and Men, Lou Barlow (Emoh) e múm

“Fair-Weather Friend” é o single de estreia como artista solo do canadense Dave Helgi Johan. O moço, que passou boa parte da última década como baixista tanto em turnês quanto em estúdio para vários artistas, se mudou para a Austrália em 2019 para ativamente percorrer sua estrada solo. Fazendo um indie folk maravilhoso e juntando os mais diversos elementos e inspirações, Dave fez uma faixa que soa como algo novo ao mesmo tempo em que honra e respeita o passado. “Fair-Weather Friend” é um ótimo primeiro single de um músico completo que já sabe muito bem o que quer fazer e, principalmente, como chegar lá. Dave Helgi Johan em menos de três minutos já se mostrou um cantor e compositor extremamente competente e completo!

Jeremy M

parece: Clairo, Claud e mxmtoon

O britânico de 19 anos Jeremy Muluka já conta com algumas demos e singles desde 2020, e agora nos presenteia com “boys don’t cry” — seu primeiro single original oficial. Trata-se de um indie pop muito bacana, influenciado por nomes como dodie, Holly Humberstone e Matilda Mann, segundo o próprio cantor. Jeremy também lançou esse ano um belissimo cover de “Yellow”, clássica do Coldplay, e agora foca em suas próprias composições. “boys don’t cry” é resultado das experimentações feitas pelo moço quando começou a escrever e gravar as próprias músicas durante a pandemia. Jeremy faz um bedroom pop de respeito, e com um conteúdo lírico que também se mostra um como poucos — falando sobre masculinidade tóxica e como ninguém nunca leva a sério jovens meninos quando falam sobre seus sentimentos. Jeremy tem um EP a caminho chamado Is It Too Late? previsto pra ainda esse ano e eu mal posso esperar!

Esta matéria foi feita através do Musosoup e o movimento #SustainableCurator. Saiba mais aqui.

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