on the radar: dez bandas que você precisa conhecer

Novo mês e uma nova e eclética leva de artistas bacanas pra ouvir

Henrique Amorim
You! Me! Dancing!
6 min readFeb 11, 2022

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Faith Low

parece: The 1975, LAUV e Gus Dapperton

Faith Low pode ser facilmente colocado ao lado das bandas/artistas que falam sobre a problemática ‘ser jovem’ nesse mundo doido. Buscando referências em sons diversos, a banda é de um homem só e composta por um único rapaz lá de Edimburgo, na Escócia. “Manic” é apenas seu segundo single e é muito nítido o talento embutido em toda a construção da faixa, desde as letras dentro da premissa que eu abri esse parágrafo até o instrumental caótico com diversas nuances dentro de pouco tempo. Talento, temos; e tomara que o futuro seja promissor!

D3lta

parece: Jamie Webster, Noah and The Whale, Paolo Nutini

Mesmo direto da Grécia, é possível notar a influência britânica direta, oriunda de um dos pais de D3lta, jovem que acaba de lançar “Strange”, seu mais novo single e que continua a boa fase das músicas lançadas no ano passado. Nessa faixa, por exemplo, o dedilhar do violão super característico da terra da rainha não deixa de entregar toda sua influência e potência. A voz gigante acompanhando todo esse instrumental preenche todos os espaços restantes, adquirindo um gosto de quero mais dessa entoada antêmica que permeia o som do rapaz. D3lta parece estar construindo uma carreira sólida com esses primeiros singles apresentados e deve trazer discos para deixar os fãs do folk britânico muito felizes.

Barry Tierney

parece: Beirut, Mumford & Sons e The Decemberists

Quase alegórico, Barry Tierney adiciona instrumentos e nuances em seu folk clássico que tornam seu som de uma riqueza ímpar. Sua voz potente e característica complementa esse panorama, trazendo uma roupagem clássica para sua sonoridade. Barry deixa transparecer sua origem irlandesa em seu sotaque no meio da cantoria e o ressoar da sanfona dão ares bons de antecipação do seu segundo álbum que deve sair ainda esse ano. “Colours On Canvas” é uma das primeiras músicas desse disco e entrega toda a versatilidade do artista, entregando uma música recheada de instrumentos atípicos e que eu já não consigo ver fora de seu som.

Fintan McKahey

parece: James Bay, Ásgeir e Of Monsters and Men

A Irlanda marca presença mais uma vez aqui com Fintan McKahey, músico que faz um indie folk gostoso e cheio de personalidade com sua voz rascante e marcante. O instrumental leve e suntuoso criam panorama para a brilhante faixa que o músico acaba de apresentar e trazemos por aqui. “Amber” é uma ode à grande notícia de um passo importante na vida do rapaz: a paternidade. Fintan já tem em sua bagagem um EP e um álbum de 2019 e começa a preparar o terreno para adicionar mais volume para sua discografia. Amadurecimentos são passos importantes na vida de alguém e Fintan parece refletir em seu som com maestria esse novo passo da sua vida.

Happy Science

parece: Dry Cleaning, Yard Act e IDLES

Seguindo na ótima onda de post-punk que vem invadindo a cena indie britânica nos últimos anos com bandas cada vez mais originais e interessantes, apresentamos aqui o Happy Science. O quarteto londrino, que se autodescreve como uma ‘alternativa ao rock alternativo’, acaba de lançar seu segundo single, “The Last Goodbye”, após o maravilhoso debut com “Future Vertigo”. Recheado com riffs de guitarra únicos e grudentos, linhas de baixo impecáveis e esse estilo falado de vocais que na hora lembra Dry Cleaning, o Happy Science veio pra ficar. A pandemia atrasou um pouco seus planos, que eram de começar seus lançamentos em 2020, mas nesse meio tempo a banda ficou treinando, compondo e se aperfeiçoando — e o resultado é a música incrível que ouvimos aqui; com certeza apenas o começo de muito mais ainda por vir deles.

Year of the Fist

parece: L7, Lunachicks e Bikini Kill

O quarteto punk californiano Year of the Fist já possui uma longa jornada: juntos e na ativa desde 2011, sete anos separam seu primeiro álbum Death Breath Light & Pain (2012) do segundo (Revive Me, 2019). Desde Revive Me, a banda realmente voltou à atividade e já lançaram seis singles (incluindo um cover impecável de PJ Harvey) além de várias aparições em compilações. Com uma maravilhosa essência riot grrrl e um som que parece vir direto do começo dos anos 90, o Year of the Fist faz um punk cru extremamente bem trabalhado com riffs grudentos, vocais fortes e linhas de baixo presentes e marcantes. Após o excelente EP Fancy no ano passado, a banda se prepara agora para o lançamento de seu primeiro álbum ao vivo, Live At The Ivy Room, no qual revisita todo o seu catálogo de uma década. “Killer On The Road”, um dos destaques de seu primeiro álbum, ganha agora uma versão ao vivo incrivelmente feroz e urgente como uma força da natureza. Espero que 2022 seja o ano em que o mundo finalmente pare para prestar atenção neles.

Shane Thunder

parece: Culture Shock, Fox Stevenson e Charli XCX

O irlandês Shane Thunder tem uma abordagem bastante única e interessante para música eletrônica. Com elementos de EDM, hip hop, drum and bass e indie pop, seu novo single “Big Smile” segue uma série de ótimos lançamentos ano passado e mostra que o moço continua se desafiando. É o próprio Shane quem faz tudo aqui, da composição à produção, vocais, mixagem e até a arte da capa e dirige os próprios clipes. O talento de Shane em seu DIY é nítido, principalmente nessa faixa, sua melhor e mais acessível até o momento. Sabendo dar sua própria cara e originalidade ao juntar todas as suas influências em algo que não se pode comparar com nada que acontece no mainstream atual, Shane se solidifica como um produtor de respeito.

DAMIEN

parece: Nine Inch Nails, Depeche Mode e Throbbing Gristle

DAMIEN é um produtor inglês queer não-binárie que faz um rock eletrônico fortemente influenciado por industrial e darkwave, mas ainda trazendo uma acessibilidade pop. “2 Out Of 10”, seu mais novo lançamento, sendo a melhor ilustração de sua versatilidade. Essa mistura de rock industrial com acessibilidade pop feita por DAMIEN aqui não é muito diferente do que foi explorado por Halsey no subvalorizado If I Can’t Have Love, I Want Power — produzido por Trent Reznor. “2 Out Of 10”, segundo DAMIEN, é a música mais ‘pop’ do álbum, que em sua maioria segue no industrial/darkwave. DAMIEN já lançou um álbum completo ano passado, o ótimo Girl, que mostrava todas as suas influências ao mesmo tempo. Aqui, prestes a lançar Wrong Age. Wrong Race. Wrong Gender., seu segundo álbum, DAMIEN parece pegar todas essas influências e aumentá-las até o máximo — resultando em uma ansiedade enorme em ouvir o disco inteiro logo.

Miss Torsion

parece: Siouxsie and the Banshees, The Cure e Killing Joke

De Zurique na Suíça Mirjam Götschy se lança em um projeto solo como Miss Torsion e faz um indie rock recheado de influências do darkwave gótico dos anos 80 — Siouxsie Sioux, Bauhaus, The Killing Joke, Christian Death e por aí vai. O que a moça faz de melhor é trazer essa atmosfera para os dias atuais de uma forma que pareça bastante natural e nada forçado. “Love Parasite”, seu novo trabalho, saiu no finalzinho do ano passado e se mostrou seu single mais forte até o momento. Apesar do tema sombrio de sua letra, “Love Parasite” é uma canção bastante ‘pra cima’ e animada, e essa dualidade adiciona uma intrigante camada a mais em sua produção. Mirjam já possui outras duas músicas lançadas de seu projeto solo, seu debut “We Are The Aliens” e um ótimo cover de “Mr. Roboto” do Styx. A moça promete muita coisa interessante pra esse ano de 2022, e mal posso esperar pra ouvir!

Vocal Loner

parece: Julien Baker, Hand Habits e Phoebe Bridgers

Diretamente de Estocolmo, na Suécia, Vocal Loner se lança como um dos mais interessantes e delicados nomes do bedroom pop. Seu primeiro single foi um cover bastante atmosférico do clássico “Eleanor Rigby” dos Beatles, e agora nos mostra sua primeira música original — a maravilhosa “Man On The Moon”. Em seu primeiro single autoral, Vocal Loner canta uma história sobre uma mulher que se apaixona mais pela ideia do que pela pessoa em si; trazendo uma dinâmica peculiar às tradicionais canções de amor. Vocal Loner brilha exatamente por conta da melodia clara e simples, direta e extremamente bem feita e bem produzida. Com uma estreia impecável, Vocal Loner nos deixa querendo ouvir mais e mais — e o melhor é que já existem outros lançamentos previstos para esse ano ainda!

Esta matéria foi feita através do Musosoup e o movimento #SustainableCurator. Saiba mais aqui.

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