on the radar: dez bandas que você precisa conhecer

Do ambient ao synthpop passando pelo indie e hard rock: novos artistas pra você conhecer e acompanhar

Henrique Amorim
You! Me! Dancing!
6 min readApr 15, 2022

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The Pink Nostalgia

parece: How to Dress Well, Blood Orange e Diamond Rings

O primeiro tocar do piano em “Radio Silence” já começa a criar a atmosfera envolvente do single mais recente do The Pink Nostalgia, projeto de Joseph James, que vem direto da embaçada Londres aqui para nosso radar de recomendações. Os vocais de James preenchem todos os espaços deixados pelo lento dedilhar do piano na introdução, mas camadas incríveis são adicionadas com o passar da música. Esse single entra no hall de releases do músico depois da incrível “Kodak”, também desse ano, ambas faixas que aparecem depois do lançamento do álbum MONOCHROME do ano passado. Joseph tem diversos trunfos em suas mãos — batidas interessantes, camadas cheias de sabor e um vocal expansivo muito bem feito.

Lazer Viking

parece: King Charles, Bright Light Bright Light e John Grant

Indo de encontro com as influências disco que permearam boa parte dos discos de começo de pandemia lá em 2020, temos o projeto Lazer Viking, músico de Praga, na República Checa, que prepara seu álbum Tunnel Vision para setembro desse ano. “Yr Body”, vídeo aí de cima, é o primeiro single do trabalho mais completo do cantor. Com uma voz grave e bastante sonora que combina muito bem com os elementos eletrônicos utilizados aqui, Viking tem muito poder nessa epítome da não-dança que brinca por aqui no single, criando batidas moderadas e explodindo em vocais bem colocados. Uma boa pedida para momentos calmos e que exigem concentração. Por aqui ficamos animados com a espera do álbum e vocês?

Freddie Sunshine

parece: Astronautalis, Theophilus London e Blood Orange

it’s ok, i’m okay é o segundo EP do americano Freddie Sunshine e mais um para sua já ótima discografia. O moço mistura elementos de indie pop, hip hop, bedroom pop, emo e pop punk resultando em um som incrívelmente único e interessante de se ouvir. Fazendo música desde 2019 e ficando melhor a cada lançamento, it’s ok, i’m okay resulta em seu momento mais alto da carreira até agora. Sempre experimentando com coisas novas e transformando tudo o que toca em algo absurdamente original (como seu cover de “What’s This?” do clássico O Estranho Mundo de Jack), Freddie é um mestre do DIY, compondo, produzindo e masterizando praticamente tudo o que já lançou sozinho. O moço é um talento e tanto!

SJÖBLOM

parece: The Cure, Slowdive e The Killers (Sam’s Town)

Já com dois álbuns lançados em 2016 e 2021, o sueco Johan Sjöblom Eliot faz em “Demons”, faixa-título de seu último disco, um lindo dueto com a cantora Anna Sjödén. Johan, que também faz parte da excelente banda sueca The Exploding Boy, faz de seu trabalho solo um que vai mais pro lado do indie-dream-pop do que o post-punk firme de sua outra banda. Demons é um álbum bastante dinâmico e cinemático, explorando sintetizadores e guitarras da melhor forma possúvel. “Demons” trata-se da faixa mais calma do disco, na qual eles exploram seu lado mais leve e quase acústico nos mostrando uma música belissima em seus detalhes. Johan já é um artista completo e com um nome de respeito, e seu projeto solo se revela cada vez mais interessante e complexo.

Bloodtooth

parece: The Go! Team, Le Tigre e Santigold

Bloodtooth é um projeto indie britânico encabeçado pela maravilhosa Emily O ao lado dos produtores Luke Parsons e Rik O’Neill. A banda faz uma fusão de punk, eletrônico, art pop, grunge e tudo mais o que der na telha. Seu som lo-fi é absurdamente original e se mostra mais interessante e surpreendente a cada coisa nova. Com quatro outros singles nas costas que vão do garagem/post-punk de “Generation Spies” até ao r&b alternativo quasi-Santigold de “Let’s Pull Together By Pulling Apart”, o Bloodtooth se mostra completamente destemido em suas vontades e criações. “Going Higher” é seu mais recente trabalho, uma faixa que emula o melhor do Le Tigre em seu auge e com certeza deixaria Kathleen Hanna orgulhosa. Seu primeiro álbum completo deve sair ainda esse ano e promete uma explosão de influências, eu já estou contando os dias até poder ouví-lo!

de antiquis et novis

parece: Tangerine Dream, Portishead e Washed Out

O compositor e produtor alemão Matthias Schorer cria texturas e ambientes memoráveis usando uma seleção de sintetizadores modernos e vintages. A proposta de seu projeto de antiquis et novis é da colaboração com artistas e vocalistas dos mais diferentes lugares, principalmente Europa e Ásia. “Calm”, seu novo single após o ótimo “Afterglow” (também o título de seu próximo álbum), segue com influências eletrônicas do trip-hop, ambient e house ao mesmo tempo em que incorpora riffs de guitarras e violões. “Calm” se revela uma de suas composições mais acessíveis até o momento, e mais uma canção belissima perfeita pra se ouvir e relaxar.

Split Persona

parece: Wolfmother, The Black Keys e The Dead Weather

O quarteto americano Split Persona começou sua carreira quase por acidente poucos meses antes da pandemia. O grupo já conta com um ótimo EP em 2020 e agora segue com seu primeiro single do ano, a excelente “I Need More”. Sabendo como poucos a mesclar sua energia do hard rock com uma acessibilidade linda, o Split Persona tem ótimas referências e influências — principalmente a psicodelia dos anos 60 e 70, e sabem fazer uso disso muito bem. Trata-se de uma banda que parece já ter nascido extremamente focada e sabendo para onde querem ir, e eles estão no caminho certo.

22 Oceans

parece: First Aid Kit, Let’s Eat Grandma e Weyes Blood

Numa mistura entre o folk e algumas batidas eletrônicas menos complexas e mais calmas aparece o trio 22 Oceans, expoentes de Liverpool, Inglaterra, composto pelas gêmeas Hughes, Carys e Keeley, que dão pano para a voz que beira o etéreo por aqui; e Mike Guy, responsável por colocar as camadas intensas nesse som que parece simples, mas é cheio de texturas “Home” é o single mais recente do trio, faixa que deve aparecer no próximo EP marcado para esse ano, e entrega os vocais das gêmeas de maneira brilhante em cima de um panorama folclórico.

Mia Delamar

parece: Aaliyah, Alessia Cara e Amber Mark

O poder que emana da voz de Mia Delamar, cantora de apenas 23 anos de Atlanta, EUA, é algo de deixar o queixo lá no chão. Emborcada em influências recentes do soul que conversam muito bem com o pop em batidas mais comerciais, mas sem deixar de lado a voz como protagonista, algo tão característico do gênero, Mia entrega seu single mais recente, “Cool”, uma verdadeira pedra preciosa, totalmente lapidada e bem produzida, perfeita para fãs dessa mistura contemporânea. O single é o primeiro desde o EP Focus de 2021 que já mostrava certa maturidade — mas é muito impressionante ver o quanto ela cresceu desde então.

Ali Pips

parece: Amanda Palmer (Theatre Is Evil), The Dresden Dolls e The Jane Austen Argument

“Vicious Ballet” é a primeira música de 2022 da artista americana Ali Pips, seguindo os excelentes singles que lançou ano passado. A moça subverte a coisa do ‘mulher tocando piano’ fazendo melodias e arranjos inesperados, e misturando seu piano com guitarras e baterias cativantes. Elementos de funk, math e prog rock, indie pop… Amanda Palmer ficaria orgulhosa de ouvir Ali Pips. Sempre com atmosferas que vão mais para o lado sombrio, Ali já vem apresentando instrumentações inusitadas e interessantes desde seu primeiro single “Black Dahlia Smile Me”, e a moça continua cada vez melhor.

Esta matéria foi feita através do Musosoup e o movimento #SustainableCurator. Saiba mais aqui.

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