on the radar: dez bandas que você precisa conhecer

Uma nova e variada seleção de sons pra conhecer

Henrique Amorim
You! Me! Dancing!
6 min readMar 18, 2022

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Odelet

parece: Billie Holliday, Celeste e Joy Crookes

Direto de Detroit, Estados Unidos, a era de ouro está mais viva que nunca na voz de Odelet em seu álbum The Angels, recém lançado em fevereiro, com músicas que vão te levar para o século passado sem muito esforço. Colocando sua voz para trabalhar de maneira gigante e de forma a preencher todos espaços, Odelet consegue evocar grandes artistas do passado e adiciona seu toque contemporâneo, se colocando ao lado de Celeste e Joy Crookes, por exemplo, com um ritmo de base pouco trabalhado para dar local a todo brilhantismo em sua voz. Melancolia, suavidade e sofreguidão são presenças marcantes nesse registro, mostrando todo o poder da cantora.

The Miller Test

parece: Portishead, Massive Attack e Morcheeba

Com uma estética que lembra bandas como Modest Mouse ou Camera Obscura, The Miller Test apresenta o clipe para sua faixa mais recente, “Southend Vic”, criando uma história visual interessante para acompanhar a faixa que tem um quê de calmaria permeada pela voz suave da vocalista e a bateria em seu joguinho suave. Num ar onírico, étereo, The Miller Test conduz essa música retirada do seu segundo álbum de estúdio, Dead Blue, que saiu ano passado. Nesse trabalho de combinar uma voz distante com uma instrumentação lenta, eles constroem o próprio som de maneira gostosa e cativante. Uma boa pedida para dias que exigem um relaxamento, uma calmaria e um momento a sós com sua xícara de chá.

Gully

parece: Jungle, Mark Ronson (no “Record Collection”) e Jack Peñate

Gully é o homem que faz tudo em seu próprio projeto. São camadas e mais camadas de instrumentos diferentes que resultam em músicas incríveis como “See The Sun”, single mais recente do músico de Bristol, Inglaterra. Gully já lançou um EP, Student Blues, em 2019, e segue na sua trilha colocando muitos metais, guitarras e baterias que se conversam no que parece quase uma jam session com sua voz incrível por cima. A música tem uma produção cristalina e profissional invejáveis. Gully é daquelas bandas contemporâneas que resgata influências muito antigas, indo lá para o jazz e para o soul do meio do século passado, e coloca elementos atuais, resultando nessa coisa incrível que vemos aqui. Ansioso para ouvir os próximos passos do rapaz!

Stress Dolls

parece: Hole, Dream Wife e Amanda Palmer

Chelsea O’Donnell, pessoa por trás do projeto Stress Dolls que apresentamos aqui para vocês, tem uma voz característica e muito potente, que parece vir de alguma banda numa linha entre o grunge e o punk; e, complementada pela instrumentação mais suja e que beira o reverberante em algumas instâncias, faz um som anacrônico que conquista logo de começo. Em Forward, seu EP mais recente, já sentimos toda a força dela logo em “Alone”, faixa que abre o registro e que já mostra para o que ela veio. O restante das faixas mostra uma versatilidade original, mesmo que não fuja da premissa inicial de fazer um rock potente e sem muita firula — mas, amamos, sim, o violino em “Daisy”. Chelsea e seu Stress Dolls mostram, então, uma maturidade intensa para quem está há pouco tempo por aí — esperamos que dê o que falar!

Edwin Raphael

parece: King Krule, Sam Fender e Boniface

Eu tenho um fraco gigantesco pelo combo violão bem tocado e voz bonita por cima e é exatamente isso que Edwin Raphael entrega em seu single mais recente, “Have You Been Told?”. De parâmetros geográficos interessantes, Edwin tem origem em Dubai, mas está atualmente em Montreal, construindo sua extensa e aclamada carreira musical. Dono de três álbuns e um EP, Edwin coloca sua voz rascante para trabalhar de maneira simples, mas deixa tudo tão bonito. O violão o acompanha nessa jornada de descobertas e questionamentos, entregando sensações amargas amarradas por melodias bonitas. Edwin já trilhou um caminho muito bacana e tem tudo para continuar nessa caminhada de maneira bem feita.

r.mason

parece: Sharon Van Etten, Real Estate e The War On Drugs

rains too loud for t.v. é o primeiro EP da canadense Rebecca, que compila os ótimos singles lançados pela moça como r.mason desde o ano passado e adiciona uma faixa nova. As cinco músicas apresentadas aqui exploram o dream pop e a melancolia de uma forma linda e suave, nunca sendo exagerados mas não economizando na emoção apresentada. rains too loud for t.v. foi um projeto de dois anos compondo e gravando em Vancouver e Rebecca também está organizando um mini-documentário sobre o seu processo de criação e sobre as complexidades de fazer arte durante uma pandemia. A moça, acompanhada dos músicos Jonathan Blokmanis e Taylor Charles, cita nomes desde Lana Del Rey e Nina Simone até Radiohead e The War On Drugs como influências — resultando em um indie rock calmo bastante rico em detalhes, extremamente bonito e bem produzido.

Hana Piranha

parece: The Distillers, Pitty e Juliette and the Licks

Hana Piranha é uma banda de rock de Londres encabeçada por Hana Maria, sua cantora, compositora e multi-instrumentista. O som feito por Hana é um rock alternativo pra ninguém botar defeito fazendo uso de guitarras distorcidas e violinos elétricos com a mesma intensidade. Hana já possui quatro álbuns lançados desde 2016 e ao longo desses anos, já experimentou com os mais diversos estilos — Wednesday’s Child, seu último álbum de 2020, trouxe um som mais gótico-folk-acústico-com-harpas em contraposição ao hard rock de Waiting To Burn (2019). Hana Piranha agora retorna com seu novo single, “Fucked Up Feeling”, pronta para finalmente firmar-se como um forte nome. Seu single é uma colaboração com Jason Achilles, que também produziu Wednesday’s Child, e dessa vez retorna às guitarras, sintetizadores e cria uma atmosfera quase stoner, densa e muito divertida. Hana já mostrou no passado um potencial gigantesco, e “Fucked Up Feeling” parece ser a culminação de tudo o que fez até agora.

Slye

parece: Pizzagirl, Diamond Rings e Parcels

Colocando o seu primeiro EP na praça, o Slye, projeto musical de Anthony Sylvester direto de Liverpool, Inglaterra, apresenta músicas que flertam com uma gama de décadas, gêneros e referências sem se perder em suas próprias premissas. Entregando sabores bem recheados, uma mistura ampla com detalhes identificáveis de cada ponto, Slye pontua seu som com guitarras bem ritmadas, sintetizadores ácidos e uma voz característica bem colocada. A faixa de abertura, “Into Colour” já abre os caminhos de maneira brilhante, evocando Prince com Daft Punk numa mistura riquíssima. Os detalhes visuais do cantor colocam mais uma camada de brilhantismo por aí. Vale a conferida pra já!

Maya Yenn

parece: Maggie Rogers, Alice Merton e Meg Mac

Com uma voz doce e estonteante, Maya Yenn dá o tom para sua música. Indo de encontro às grandes vozes contemporâneas, como Maggie Rogers e Alice Merton, Yenn se posiciona sem precisar fazer grande esforço nesse grande hall. A instrumentação mesclando ritmos mais orgânicos e sintéticos conquista, também, facilmente. Com todos esses elementos a seu favor, Maya parece nascer já pronta para um consumo mais intenso — só nos falta um álbum ou EP recheado dessas músicas grandiosas que ela vem trabalhando como “How Much Sadness Can You Swallow?”, clipe que mostramos aqui acima, e “tiptoe”, primeiro single da cantora.

Jesse Grossi

parece: Sublime, Lily Allen e Red Hot Chilli Peppers

Com guitarras ritmadas num quase funk, Jesse Grossi apresenta “Outcast” e complementa as batidas divertidas com sua voz peculiar que parece ter vindo de alguma banda dos anos 1990/2000. Ainda que já seja considerada vintage, Jesse, direto de Los Angeles, California, parece evocar seu local de estadia muito bem em sua música — um indie rock perfeito para embalar uma tarde entre amigos se divertindo. Grossi lançou um álbum em 2020 e esse single é a preparação do seu caminho daqui para frente. Com espaço para solo de guitarra, “Outcast” é uma boa pedida para o nosso radar.

Esta matéria foi feita através do Musosoup e o movimento #SustainableCurator. Saiba mais aqui.

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