Os Melhores de 2019 — Audiência

os melhores discos lançados em 2019 após compilada a votação pública da nossa audiência

Henrique Amorim
You! Me! Dancing!
8 min readDec 27, 2019

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10 Billie Eilish — When We Fall Asleep, Where Do We Go?

Em uma simples e rápida “navegada” pelas redes, nos deparamos facilmente com o nome Billie Eilish. Vemos comentários elogiando o seu trabalho, vídeos contando um pouco mais sobre Billie e vemos alguns comentários trazendo o questionamento: quem é Billie Eilish?; Essas reações podem ser justificadas pelo crescimento meteórico da jovem de 17 anos que vem atraindo a atenção musicalmente, visualmente, esteticamente, ou seja, uma coisa é fato, Billie Eilish está na boca do povo e quem ainda não conhece o seu trabalho, com toda certeza irá buscar algo sobre ela para saciar a curiosidade em torno dessa figura tão emblemática (…) [trechos do texto original para a resenha, publicada por nós, do álbum; escrita por Jenny Justino].

09 Jaloo — ft (pt. 1)

Ao lançar seu primeiro álbum, Jaloo botou os dois pés na porta da cena cultural do país e provou ser um artista multifacetado, criador de conceitos imagéticos, explorador de possibilidades sonoras. Mostrou também que seu som tinha lá seus hermetismos pascoais que agradou a muitos, assim como o deixou inacessível para tantos outros. Se Jaloo era pop no conceito, não o era no alcance. Agora, quase metade de uma década após o primeiro disco, o artista apresenta àquele público que se encontra na margem do mainstream um material mais palatável. A música eletrônica dos primeiros tempos ainda dão as caras, porém sem tanta densidade. Marcam a trilha de maneira mais madura, dá até para dançar melhor. O experimental deu algum espaço a construções mais estruturadas, mais coesas. A qualidade técnica da produção chama a atenção. Assim como as letras. Em geral, falam de amor e da dor de amar. Mas falam de outro jeito: mais desinibido, mais real. Jaloo está romanticamente diferente (…) [trechos do texto original para a resenha, publicada por nós, do álbum; escrita por André Pacheco]

08 Foals — Everything Not Saved Will Be Lost, Part 1

(…) A primeira parte [de Everything Not Saved Will Be Lost] foi lançada em março deste ano e traz canções típicas do indie rock popularizado no começos do milênio por The Strokes, em Is This It, Arctic Monkeys, em Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not, e no álbum autointitulado do Franz Ferdinand. Aliás, essa é uma característica permanente na discografia de Foals, que surgiu em 2005 e faz parte desse movimento de indie rock com pegadas de garage rock (…). A primeira parte do novo álbum do Foals é mais contido em si mesmo (…) [trechos do texto original para a resenha, publicada por nós, do álbum; escrita por Lauriberto Pompeu].

07 Lizzo — Cuz I Love You

É meio impossível ter chegado até esse momento do ano de 2019 sem nunca ter ouvido falar nessa força da natureza que é a cantora/rapper/flautista Lizzo. Cuz I Love You é seu terceiro álbum de estúdio e o primeiro lançado por uma grande gravadora. Em seus trabalhos anteriores, Lizzobangers, Big GRRRL Small World e, principalmente, no EP Coconut Oil, Lizzo já mostrava seu talento para misturar o rap, o hip hop e o pop com elementos que vão do rock ao soul e até mesmo seu treinamento em música clássica. E Cuz I Love You é a culminação disso tudo (…) [trechos do texto original para a resenha, publicada por nós, do álbum; escrita por André Salles].

06 Boogarins — Sombrou Dúvida

Aqui vemos um Boogarins mais palatável e menos dado a experimentações. Muitas das músicas do Sombrou Dúvida permitem entender o que o Dinho fala sem precisar de pesquisas nas letras na internet. No entanto, ainda é um álbum que mantém a essência “bugarinha”. Ainda há o tom psicodélico e os reverbs para reforçar esse tom, ainda que menos extremados (…). Neste ano, o conjunto de Goiânia resolveu delimitar uma zona de conforto. Não fizeram mal pois entregaram um álbum de bastante qualidade. Não chega a representar a importância para a música alternativa brasileira que Lá Vem A Morte representa, mas a banda acertou em não querer inventar a roda duas vezes seguidas (…) [trechos do texto original para a resenha, publicada por nós, do álbum; escrita por Lauriberto Pompeu].

05 Madonna — Madame X

O que faz um álbum ser bom? A artista por si só basta? São os hits? Os charts? Tem que ter uma farofa? São os produtores, os feats., a presença ou não de um conceito? Boas letras? Acho que isso é muito individual. Tudo isso pode ou não ser importante, mas o principal é o que ele desperta dentro de você (…). Fazia muito, mas muito tempo que eu não ouvia um álbum dela e sentia os arrepios que senti. Acho que a última vez que isso aconteceu foi com o Confessions On A Dance Floor. Mas Madame X me pegou. Foram tantas boas surpresas que quase me esqueci dos singles que ela lançou antes do álbum sair oficialmente (…). Vemos aqui uma Madonna revigorada, fresca e pronta pra outra. Pode ser que você acredite, como muitos, que ela precisa se aposentar. Pra mim, a arte que ela apresenta para o mundo é um presente. Que disco, meus amigos. Que disco (…) [trechos do texto original para a resenha, publicada por nós, do álbum; escrita por Giovanna Victor].

04 Weyes Blood — Titanic Rising

(…) Se você se encanta por essa estética folk anos 1970, de The Carpenters, Carole King e Cass Elliot, seja bem-vindo. Titanic Rising é um refinamento dessa estética com um ar atualizado, as prenúncias de um novo retro-futurismo já cantado anteriormente por artistas como First Aid Kit e Julia Holter (…). Sendo assim, tudo iria de vento em popa para essa resenha: sonoridade familiar, melodias aconchegantes, até a própria capa do álbum um deleite visual por si só. Mas assim que “A Lot’s Gonna Change” terminou, e deixou uma atmosfera soturna e melancólica no ar eu perdi o rumo. ‘Let me change my words, show me where it hurts’. E tudo dói, acredite em mim (…). Titanic Rising é sobre tristeza, mas é sobre esperança mais que tudo. Um feixe de luz reverso, que sai do fundo sombrio do oceano e vai de encontro a superfície, à procura de mais luz. Weyes Blood fez um produto impecável e que certamente será lembrado no futuro [trechos do texto original para a resenha, publicada por nós, do álbum; escrita por Roney Hãarengl].

03 FKA twigs — MAGDALENE

(…) O álbum é um mergulho em águas profundas que trazem consigo a memória de decepções, caminhos tortuosos, dias sombrios e experiências traumáticas que marcaram a vida da cantora nestes últimos 5 anos desde o lançamento de seu primeiro álbum LP1. No entanto, twigs, se apresentando por meio do arquétipo de Maria Madalena, reconhece a graça e a força que traz em si e compreende de forma profunda seu poder curativo. Maria Madalena é o símbolo de força e regeneração encontrado por twigs durante os eventos mais obscuros de sua vida [trechos do texto original para a resenha, publicada por nós, do álbum; escrita por Felipe Adão].

02 Charli XCX — Charli

(…) De uma certa forma, esse é seu primeiro álbum pop com produção real pop desde que o mundo começou a prestar atenção nela. E o resultado não é muito o que o mundo pop estava esperando. Mas, vindo da Charli XCX, não ser o pop que se estavam esperando já era o esperado (?) (…). Charli XCX já é um nome gigantesco no mundo pop, mesmo que não esteja nunca em níveis Beyoncé de reconhecimento. Mas tudo bem. Ela faz parte de uma geração de cantoras pop que se importam e muito com a música em si, assim como Carly Rae Jepsen e Robyn. Charli é um álbum desafiador, Charli tem do começo ao fim o ponto de vista da própria Charli. Nem sempre funciona, mas é inegável que ela sabe muito bem o que está fazendo e, principalmente, o porquê de fazer o que faz da forma que faz [trechos do texto original para a resenha, publicada por nós, do álbum; escrita por André Salles].

01 Lana Del Rey — Norman Fucking Rockwell!

Desde 2017, com um quarto álbum composto por poucas músicas memoráveis, Lana Del Rey nos deixara querendo mais. Por onde andavam as músicas com instrumental denso e bem trabalhado, que falavam sobre amores que não deram certo, que usavam de metáforas mil para abordar os cantos mais sombrios do indivíduo? Eis que, finalmente, Norman Fucking Rockwell! chegou. O título, uma alusão ao famoso ilustrador dos anos 40, conhecido pela estética que moldou o imaginário da população estadunidense sobre o famigerado american way of life, de cara nos apresenta uma contradição. Como poderia justamente Lana, uma personalidade que publicamente critica o atual governo dos Estados Unidos, exaltar logo alguém que tanto colaborou (dentro do ambiente artístico, e com o seu trabalho) a criar e promover um status quo que muitos almejavam (e ainda almejam), mas poucos efetivamente conseguiriam? Mas afinal, não somos todos isso: contradições? (…) [trechos do texto original para a resenha, publicada por nós, do álbum; escrita por Henrique Almeida].

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