Sea Girls — Open Up Your Head

Grupo inglês lança seu primeiro álbum em meio à pandemia e enquanto tenta escapar dos clichês do indie rock

Open Up Your Head

Sea Girls

Lançamento: 14/Ago/2020
Ouça: “Lie To Me” , “Closer”, “Violet” e “Damage Done”
Nota: 7.3
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Como a maioria das bandas que surgiu após o boom do indie rock dos anos 2000 (alô The Strokes, The Libertines, The Killers, Arctic Monkeys), o grupo Sea Girls não nega a influência de seus antecessores para o seu som — eles, inclusive, abertamente admiram algumas das bandas aqui citadas. Mas, para tentar fugir da fórmula batida, os primeiros EPs da banda, lançados entre 2017 e 2020, apostam em uma energia um pouco mais sombria do que o estilo som-para-tocar-na-beco-203.

Open Up Your Head, lançado na última sexta-feira (14), surge em um contexto pandêmico, muito diferente de como a banda passou os últimos anos — veja bem, até esse ano, a banda vivia excursionando para angariar público e testar sua sonoridade antes de debutar com um álbum.

Seguindo a linha dos lançamentos anteriores, Sea Girls consegue mesclar uma energia explosiva com tons lúgubres. Uma espécie de fusão entre a fase da raiva e da depressão. Ou algo como misturar The Strokes e Interpol. Ao mesmo tempo em que a banda canta sobre alçar vôos altíssimos, discutem sobre o fundo do poço e passar por maus bocados. Enquanto “Damage Done” é carregada de muito arrependimento, faz menção ao consumo de bebida e drogas — referência aos problemas que o vocalista Henry Camamile acha importante debater, “Do You Really Wanna Know?”, terceira faixa, é um pop meio animadinho, meio triste e totalmente fim de festa, carregado de inseguranças e ambiguidades.

“Weight In Gold” ainda dá espaço para uma viagem de carro (uma fuga da vida adulta? uma fuga da realidade) e soa mais calorosa que as outras faixas. “Ready For More” mescla a energia do The Vaccines com o estilo lírico do The Wombats — é hora de abraçar o presente e rir do que a vida permite. A estreia de Open Up Your Head soa bem sucedida, levando em conta o contexto mundial, mas sem nenhum destaque específico e trazendo um novo frescor ao indie rock, mas questionando: como sair da zona de conforto em que o gênero se acomodou. Vem uma nova safra de bandas por aí?