Sea Power — Everything Was Forever

Apesar da mudança de nome, a antiga British Sea Power busca agradar fãs de todas as suas fases em novo disco

Emannuel K.
You! Me! Dancing!
2 min readMar 17, 2022

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Everything Was Forever

Sea Power

Ouça: “Doppelganger”, “Fear Eats the Soul”, “Two Fingers” e “Green Goddess”
Nota: 8.0
Stream

É de se esperar que uma banda passe por muitas mudanças conforme passa alguns anos na estrada. Seja na formação, na sonoridade ou até no nome. Há 20 anos, a British Sea Power fazia um som muito marcado pela influência do post-punk, atmosférico ao extremo. Hoje, a banda mudou o nome para o mais simples Sea Power, para não dar brecha para qualquer acusação de nacionalismo, e tem um repertório muito variado, que vai desde canções dançantes até trilhas sonoras de documentários marinhos. Everything was Forever tente unir esses elementos distintos em um álbum que possa agradar fãs de todas as fases do grupo.

Nas faixas do seu oitavo álbum (sem contar as trilhas sonoras), a banda conseguiu atingir o maior sucesso nas paradas britânicas de sua carreira ao trazer tanto músicas que remontam ao som dos seus primeiros discos, com um foco na atmosfera e vozes suaves, quase sussurradas, por vezes, mas também deixar espaço para faixas mais animadas, com vocais mais poderosos, e até a pegada dançante que marcaram a fase mais recente, em especial o LP anterior.

Este último lado é mais bem sucedido. A banda consegue atingir um ponto de nostalgia que lembra o indie do início do milênio, mas sem soar como se estivesse se repetindo ou buscando reviver algo que não faz mais sentido hoje. Apesar de manter o lado sombrio sempre, não é difícil imaginar o apogeu de algumas dessas canções ao vivo, com as guitarras cada vez mais intensas e o vocal frenético. As letras não são as melhores para se cantar junto, é verdade, mas já há tempos a preocupação da banda parece se voltar mais para fazer o público se movimentar. E fazer isso sem chegar nem perto de mudar o som ao ponto de entrar na seara do pop.

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Emannuel K.
You! Me! Dancing!

Escrevo ficção e adoro falar sobre arte, filosofia, vinho, história, cinema e, especialmente, literatura e música. Pseudo-intelectual, arrogante e metafórico.