Seafret — Most Of Us Are Strangers

Com disco pouco inspirado, os ingleses retornam com trabalho que deve empolgar somente quem já é fã (ou fã do Imagine Dragons)

Angelo Fadini
You! Me! Dancing!
2 min readMar 23, 2020

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Most Of Us Are Strangers

Seafret

Lançamento: 13/Mar/2020
Ouça: “Most Of Us Are Strangers” e “Unbreakable”
Nota: 4.8
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É quase triste ver o que aconteceu com o Seafret. Eles despontaram em 2015 com o single “Oceans” e mostraram no que eram realmente bons: fazer a melhor música folk, sentimental, dramática e grudenta. Com essa mistura ganharam o respeito da crítica e fãs ao redor do mundo. Mas o novo disco cheio deles, Most Of Us Are Strangers, não justifica a expectativa e nem o intervalo tão grande entre álbuns ao soar pouco inspirado.

Não há dúvidas de que há momentos de brilhantismo, mas o tom genérico do disco é muito mais forte. Em “Magnetic” e “Be My Queen”, para citar somente dois exemplos, a banda faz o possível para emular a sonoridade do Imagine Dragons e o resultado não poderia ter sido mais plástico e artificial. Há muito o que evoluir se o duo insistir nesse caminho com a roupagem pop que preenche metade das canções de Most Of Us Are Strangers.

Os pontos altos do disco realmente são os momentos em que o Seafret mergulha e expande seu universo folk. Com violão acústico e alguma orquestração, músicas como “Most Of Us Are Strangers” e “Unbreakable” mostram a evolução do duo como compositores e intérpretes. É nessas faixas que eles parecem ter dedicado todo o capricho da produção e o inegável talento que possuem. Pena que o resultado final do disco é bem irregular, com destaque negativo ainda para as poesias adolescentes que substituíram boa parte das boas letras de outrora.

Se na estreia a banda parecia ter bastante consciência de quem era, neste segundo trabalho eles estão totalmente perdidos e, na dúvida, tomaram o caminho mais fácil, obtendo um resultado final duvidoso. Mais do que isso, em Most Of Us Are Strangers, o Seafret não conseguiu encapsular o mesmo sentimento genuíno que era uma constante estampada nos versos e refrões das canções do disco de estreia.

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Angelo Fadini
You! Me! Dancing!

Nascido nos anos 80. Criança nos anos 90. Adolescente nos anos 00. Adulto nos anos 10. Sobrevivendo nos anos 20.