Tagua Tagua — Tanto

O neo soul tropical de Tagua Tagua em seu segundo álbum — Tanto

Tanto

Tagua Tagua

Ouça: “Pra Trás”, “Tanto”, “Barcelona” e “Colors”
Nota: 9.3
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Ouvir Tagua Tagua, projeto do porto-alegrense Felipe Puperi, é como sentir a brisa marinha na pele num entardecer. Agora, em seu segundo disco — Tanto —, a sensação é a mesma, porém de mãos dadas. Tanto que o próprio Puperi assinala em “Brisa”, quarta track do trabalho: “Te levei pro mar (…) Me fez flutuar”.

A analogia se faz assertiva quando a gente põe o disco pra tocar. A fluidez da mistura do neo soul com a psicodelia, juntamente ao timbre agradável e nem sempre decifrável de Puperi, se resumem na vibe do projeto e do trabalho em questão.

Tanto traz um Tagua Tagua mais seguro, mais seguro de si, mesmo que as letras divagantes façam parecer que não. E aqui faço uma indagação filosófica: será que divagar, ponderar, não é um sinal de maturidade?

Os versos ainda mostram o músico apaixonado ou, pelo menos, em busca do amor: “Quis levar dentro do peito cada segundo de você”, canta em “Te Dizer”. “Corri só pra ver você / Desfiz cada pôr do Sol / Festejei lugar nenhum te quis, ouvi / Cada canto pra achar / Tuas sílabas de luz”, em “Colors”, um dos singles escolhidos para divulgar o trabalho antes do lançamento oficial.

O disco conta com o trabalho de João Lauro nas artes gráficas. Lauro faz todas as capas do Tagua Tagua desde o single “Preso no Amanhã” e, de certa forma, sugere um norte pra estética do projeto.

O sucessor de Inteiro Metade (2020) saiu no começo de março, de forma independente.