The Naked and Famous — Recover

Quarto disco da dupla da Nova Zelândia abre espaço para retornos reenergizados e recomeços envolventes

Recover

The Naked and Famous

Lançamento: 24/Jul/2020
Ouça: “Sunseeker”, “Bury Us”, “Everybody Knows”, Death
Nota: 6.4
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Topo das paradas europeias no início da década passada, com hits como “Hearts Like Ours” e absolutos como “Young Blood”, The Naked and Famous passou por um momento conturbado após o término do relacionamento amoroso da dupla principal, Alisa Xayalith e Thom Powers. Todos os problemas estão registrados no álbum Simple Forms, em 2016, que não fez tanto alarde quanto os trabalhos anteriores.

O hiato durou um pouco mais do que os anteriores e agora, em 2020, o duo neozelandês volta a apostar na música que eletrizou as pistas de dança indie nos anos 2010 e que sempre se mostrou à frente de seu tempo. Recover tem hoje muito mais concorrentes do synth pop que na época de Passive Me, Agressive You (2010), além de confesso amadurecimento pessoal e profissional (um ex-casal trabalhando junto é muito maduro, certo?), citado por Xayalith em entrevistas.

E mesmo frente a essas grandes mudanças, o novo trabalho do Naked and Famous soa como novo e não dá pra diferenciar se estamos ouvindo “veteranos” da música eletrônica indie. Primeiras apostas da dupla, “Sunseeker” e “Bury Us” são faixas super energéticas e criativas, assim como “Everybody Knows” e “Monument”. Mas as 15 músicas, no total, passam também pelas etéreas e melancólicas “(An)aesthetic” e “Coming Back To Me”.

Apesar de parecer que a carreira ficaria pelos hits da Billboard em 2010 e 2013, a energia, a criatividade e a melancolia jovens do The Naked and Famous de fato viram a página para um novo capítulo repleto de letras com decepções amorosas, batidas fortes, ótimos solos de guitarra de Thom Powers e refrões cantados a todo pulmão pela incrível voz de Xayalith, que traz um dos principais ingredientes da dupla: o híbrido de delicadeza e descontrole.