Woodkid — S16

Após sete anos desde seu álbum de estreia, artista retorna com uma obra que explora o caos em todas as suas formas

Laura Martins
You! Me! Dancing!
3 min readOct 27, 2020

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S16

Woodkid

Lançamento: 16/Out/2020
Ouça: “In Your Likeness”, “Pale Yellow” e “Reactor”
Nota: 9.0
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O artista francês Yoann Lemoine, mais conhecido como Woodkid, retornou após sete anos desde seu disco de estreia, The Golden Age, de 2013. Multifacetado, além dos lançamentos na música, Woodkid já atuou em direção de clipes e até mesmo no cinema. Essa experiência é o que faz com que S16 seja um álbum diferente dos demais.

Continuando o trabalho começado em The Golden Age, onde o artista experimentou e alcançou um alto nível de excelência logo de cara, S16 é uma obra que cresce a cada vez que é ouvida. Aqui, Woodkid equilibra grandeza e intensidade e entrega um álbum profundo, rico em técnica vocal e experimentação instrumental.

O conceito do novo álbum também é muito bem pensado e, de acordo com o artista, esteve em desenvolvimento desde 2015. Portanto, o que encontramos em S16 é uma ideia bem amarrada e executada, que eleva o espírito nas faixas de abertura, “Goliath”, “In Your Likeness” e “Pale Yellow”, e, conforme as músicas avançam, um mergulho profundo engole o ouvinte aos poucos. Para se ter uma ideia, o vídeo oficial de “In Your Likeness” traduz muito bem o sentimento de profundidade e vastidão musicada por Woodkid.

O caos, principal tema abordado em S16, é traduzido pelo artista de forma primorosa, por explorar o sentimento interior e exterior. No primeiro, o refrão em “Pale Yellow” afirma de forma sincera e visceral: ‘As my heart races I wanted you to know/I will rise again slow/My love for you will be gone/I will fix the pain on my own’.

Para o segundo, elementos como o coro vocal nas faixas “Minus Sixty One” e “Reactor” conferem ao novo álbum o tom de esperança, revolta e, de certa forma, vulnerabilidade. Inclusive, em “Reactor”, o vocal do compositor brilha enquanto ele reflete: ‘No, nothing ever stays undivided/See what remains of love and the acid/See what is left of us, how we ended’.

O encontro com o artista em S16 é uma experiência completa, tanto pelo visual e estética, quanto pela música em si. Quando apreciada como um todo, é impossível não se sentir envolvido pela obra. Imersão é o que melhor define o sentimento ao percorrer S16 do começo ao fim, além do primor técnico empregado em todas as faixas. Por fim, Woodkid demorou para voltar, sim, mas foi por um boa razão: a entrega de uma obra-prima.

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