Cultura ágil x Arquitetura
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Métodos leves:
Desde antes da publicação do famoso manifesto ágil, em fevereiro de 2011, alguns estudiosos já organizavam por conta própria os chamados “métodos leves”.
Esses métodos leves formaram a base do que hoje conhecemos como Scrum, XP, DSDM e outros mais, e eram usados para possibilitar o desenvolvimento de software, tornando viável entregas com qualidade em um tempo que atendesse às necessidades dos seus clientes.
Frameworks de arquitetura:
Anterior ao movimento acima descrito, surgiram as estruturas e frameworks de arquitetura de software, que buscavam organizar, padronizar e abstrair a maior parte da complexidade inerente a um software de alta complexidade.
Baseados em uma série de passos, diagramas e estruturas seguindo um caminho traçado e estruturado e por convenção uma etapa é iniciada ao término da outra:
Os dois expoentes mais conhecidos deste movimento são:
- TOGAF®: publicado, mantido e evoluído pelo The Open Group, com sua primeira versão apresentada em meados dos anos 90.
- ZachmanTM: concebido originalmente nos anos 80, por John Zachman.
Brotando dessa árvore, houve a evolução de frameworks setoriais como o Bian — especializado na indústria bancária, e o ACORD — voltado para a indústria de seguros.
E você que teve a paciência de ler até aqui, deve estar se perguntando qual a convergência entre os dois temas?
A resposta é simples: ambos buscam, de acordo com suas próprias diretrizes, seus valores e, principalmente, sua gestão de tempo, com o objetivo de fazer a entrega de um bom produto ao usuário final.
Com a disseminação da cultura de agilidade nas empresas e as necessidades de respostas mais rápidas às mudanças provocadas pelas incertezas, a forma como se constrói uma arquitetura corporativa e de solução também precisou evoluir sob pena de perder a relevância perante a conjuntura.
Tendo em vista essa premissa, a equipe de arquitetura de sistemas e a própria disciplina como conhecemos cada vez mais vem abandonando a posição alheio às necessidades de entrega e embarcando junto com o time de engenharia, remando na mesma direção.
Como esse embarque ocorre?
Seguindo modelos pré-concebidos já desenhados em alguns frameworks de agilidade, como por exemplo o SAFe®, que contempla em seu modelo os papéis de Arquiteto de Sistemas e Arquiteto Corporativo.
O Arquiteto de Sistemas atua no projeto e tem a responsabilidade de apoiar o time de desenvolvimento, definindo e apresentando a visão arquitetural e garantindo que a entrega seja alinhada aos princípios definidos pela organização.
O Arquiteto Corporativo deve ter uma visão de médio a longo prazo, estabelecendo uma estratégia de tecnologia, garantindo o suporte aos objetivos da empresa, orientando a aplicação de padrões e reutilização de sistemas especializados.
Ou pode estudar, aprender e adaptar as boas práticas de mercado ao contexto da companhia!
E a Youse, como está?
Nós estamos nos últimos seis meses conciliando gradativamente ambos os mundos: a agilidade na entrega e uma estrutura de arquitetura que possa suportar a necessidade de estabilidade e crescimento desejado.
Passos dados em busca do equilíbrio:
Estruturação do time de arquitetura: aproximando cada vez mais esse time das áreas de negócio, buscando entender suas necessidades.
Empoderamento dos líderes técnicos: tornando cada um deles um arquiteto de sistemas e representante da arquitetura dentro de sua equipe.
Criação do Capítulo Semanal de Arquitetura: com a participação do Head de Arquitetura, Arquitetos de Sistemas e time dedicado de Arquitetura. Neste capítulo, os problemas, as dificuldades e as soluções são apresentadas e todos têm a oportunidade de ajudar na evolução.
Definimos os pilares de arquitetura:
Definimos a maturidade atual e traçamos a estratégia de evolução:
Criamos o modelo estratégico da empresa com base na sua visão, missão e seus valores.
Definimos as capacidades de negócio, que no futuro próximo irão garantir sistemas especializados e reutilizáveis.
Criamos a arquitetura de referência técnica.
Mapeamos as grandes jornadas corporativas.
Importante: tudo isso sem deixar o dia a dia de lado e sem impactar projetos relevantes.
Fizemos muito nesse período, mas 2023 ainda traz maiores desafios, que continuarão sendo tratados com muita importância, sempre buscando o aprendizado, a adaptação e a parceria com o times.