ZACH NA COPA #2
Os trunfos da Colômbia para encantar o mundo outra vez
Sem tradição em mundiais, seleção dispõe de um elenco afinado e esbanja alegria dentro de campo. E claro, James Rodríguez
Por JOÃO VENÂNCIO (texto) e TIAGO DE MORAES (edição)
A seleção colombiana foi uma grata surpresa na copa de 2014. Formada pela melhor geração de jogadores da história do país, a equipe promoveu um futebol de excelência, como também esbanjou alegria e irreverência em campo. Os colombianos terminaram o mundial na quinta colocação, sendo eliminados pela seleção brasileira — um resultado histórico para um país sem uma tradição expressiva em Copas do Mundo.
Antes de 2014, a seleção Cafetera só havia participado de quatro torneios (1962, 1990, 1994 e 1998), sem ao menos terminar entre os quinze primeiros colocados. Situação bastante diferente da atual fase da seleção colombiana. A exemplo da campanha nas Eliminatórias da Copa, na qual o país, ao lado de Brasil e Uruguai, eram as únicas seleções garantidas no mundial na derradeira rodada. Os colombianos também tiveram participação satisfatória na Copa América Centenário, ficando em terceiro lugar no torneio, atrás de Chile e Argentina.
Do grupo que desembarca no território russo para a competição organizada pela Fifa foram escalados nomes que já são velhos conhecidos da torcida, alguns experimentando ótimos momentos em suas carreiras. Falcao García voltou à boa fase dentro do Monaco, Guillermo Cuadrado continua uma ótima opção para o jogo da Juventus e James Rodríguez reencontrou o bom futebol no Bayern.
Fora os principais atletas no futebol europeu, a Colômbia conta com outros talentos jogando no próprio continente. Miguel Borja, melhor jogador das Américas em 2016, foi chamado, além de Quintero, atual destaque do River Plate, da Argentina. Talentos que são apostas do técnico José Pékerman. Em um grupo com Senegal, Polônia e Japão, a seleção Cafetera é cotada como favorita. No ranking da Fifa, por exemplo, tem a segunda melhor colocação (16ª). A Polônia está na décima posição, mas a equipe não tem a sorte de contar com Rodríguez, um dos melhores craques da atualidade, no elenco. A Colômbia, sim.
James Rodríguez: o cara
Ao final da copa no Brasil, James havia sido contratado a peso de ouro pelo Real Madrid. Na época, imprensa vislumbrava a ascensão de um novo Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Apesar da badalação, o meio-campista teve uma passagem discreta pelo clube espanhol e era preterido no esquema de Zidane, o qual abriu espaço para jogadores como Asensio, Isco e Lucas Vásquez.
A ida para o Bayern em 2017 foi boa para o colombiano, que teve mais espaço e até terminou a temporada eleito o melhor meio-campista da Bundesliga. Foram 8 gols e 13 assistências durante a temporada, de acordo com estatísticas do WhoScored.
Nas mãos de Jupp Heynckes, Rodríguez começou desenvolver novas habilidades, não só jogando como uma espécie de enganche, mas participando de forma mais ativa, um jogador que busca e dita o ritmo do jogo para a equipe. Em 2014, Pékerman contava com um menino que era apenas uma promessa. Aos dourados 26 anos, James Rodríguez já consta entre os principais jogadores do futebol mundial atualmente.
Os convocados
- Gol: José Fernando Cuadrado (Once Caldas); David Ospina (Arsenal/ING) e Camilo Vargas (Deportivo Cali);
- Defesa: Santiago Arías (PSV/HOL); Farid Díaz (Olímpia/PAR); Yerry Mina (Barcelona/ESP); Óscar Murillo (Pachuca/MEX); Dávinson Sánchez (Tottenham/ING) e Cristian Zapata (Milan/ITA);
- Meio-campistas: Wilmar Barríos (Boca Juniors/ARG); Abel Aguillar (Deportivo Cali); Guillermo Cuadrado (Juventus/ITA); Jefferson Lerma (Levante/ESP); Juan Quintero (River Plate/ARG); James Rodríguez (FC Bayern/ALE); Carlos Sánchez (Espanyol/ESP) e Mateus Uribe (América/MEX);
- Atacantes: Miguel Borja (Palmeiras); Carlos Bacca (Villarreal/ESP); Falcao García (Monaco/FRA); José Izquierdo (Brighton/ING); Johan Mojica (Girona/ESP); Luis Fernando Muriel (Sevilla/ESP).
"ZACH NA COPA" é uma série com análises e artigos sobre as principais seleções e as expectativas para a competição na Rússia:
