CRÔNICA

Relatos das Copas da minha vida

Marina Barrios
ZACHPOST - Indie e Indispensável

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Por MARINA BARRIOS

(Foto: Marina Barrios; Ilustração: Tiago de Moraes/ZACHPOST)

Não me recordo de minha primeira Copa do Mundo, em 1998. O que tenho dessa edição são fotos e vídeos do meu pai e eu, com dois anos e nove meses, assistindo ou comemorando algum jogo do Brasil. Não sabia eu o que isso se tornaria dentro de mim. Da segunda, em 2002, são apenas lampejos. Lembro do meu pai chegando pela manhã na casa de minha vó, aos prantos, enaltecendo o goleiro Marcos e Ronaldo Fenômeno, a volta de carro pelas ruas de uma Dois Córregos em festa, e só isso. Pouco sabia sobre futebol nesta época, apenas que torcia para o Palmeiras.

A partir daí foi só paixão, trocas de figurinhas, choros e gritos de gol. Não me faltam esperança e ansiedade quando começa um ano de Copa do Mundo. Claro que levo em conta as estatísticas, regularidade e a técnica. A ambição em trabalhar com jornalismo esportivo me fizeram assim, mas confesso que, mesmo inconscientemente, conto com aquele pó mágico do futebol, para dar uma nova cara ao time na metade do segundo tempo e fazer tudo mudar, provando que os especialistas estavam equivocados e que não se deve deixar de lado a magia do futebol. Coisa que não funciona desde 2002, fato. Mas dá um conforto para alma durante os 96, 97 minutos do jogo.

O que lembro dessas Copas? Praticamente tudo. Em 2006, faltaram 52 figurinhas para completar meu álbum, grande frustração para a Marina de 11 anos. Em 2010, consegui assistir grande parte dos jogos pela TV, graças as férias escolares e aos canais por assinatura. Fiquei tão feliz com isso. E a última, em 2014, lembro da raiva que tinha do meu irmão rindo da situação do Brasil quando o fatídico jogo do 7x1 terminou.

Para mim, se enquadra na categoria, criada por mim mesma: “Fatos do futebol que não têm conserto”. A derrota para o Uruguai é 1950, o Corinthians ganhar uma Libertadores (isso pela perspectiva de uma palmeirense, ok?) e a final entre Palmeiras e Boca Juniors em 2000 são meros exemplares dessa categoria, e por isso doeu tanto. Porque não há como corrigir isso na história. Precisaria de uma Copa do Mundo na Alemanha, onde Brasil e a seleção da casa disputassem a semifinal e conseguíssemos ganhar também por 7x1. Ilusório não? Enfim, isso é pauta para outro texto.

Apesar desse otimismo todo, a última experiência não foi a melhor, longe disso. Mas as mudanças feitas na seleção brasileira de 2014 para esta Copa deixa um respiro ao nosso coração torcedor. Esse novo time veio nos reconquistando pouco a pouco e cá estou eu, contando os dias para ver a equipe jogar em solo russo e na busca por novas recordações, fotos e sentimentos que só uma Copa do Mundo traz pra gente.

Nesta semana, o técnico Tite deu os nomes daqueles por quem iremos torcer este ano. Todos nós brasileiros, temos ressalvas. É de se esperar. Brasileiro é graduado em tática de futebol, ainda que não faça o menor sentido. Fato é que falta um mês e dois dias para a nossa seleção entrar em campo novamente em uma Copa do Mundo. Nesse tempo, álbuns vão sendo completados, bolões apostados e churrascos marcados. Tudo para ver a Seleção Brasileira, mesmo testando nossa paciência, saúde e coração.

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