‘The Punisher’: um anti-herói que enfia os dedos nos olhos da frescura

“Uni, duni, tê… e o escolhido foi você”. Série é bem sucedida na abordagem da violência, na linha tênue que separa a ficção e a realidade.

Guilherme Dorini
ZACHPOST - Indie e Indispensável
3 min readNov 21, 2017

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Estão preparados para sentirem na alma uma vingança sanguinária? (Foto: Divulgação/Netflix)

Por Guilherme Dorini

[CONTÉM SPOILERS]

O Justiceiro, como é conhecido por todos, seria um vilão em sua primeira aparição em 1974, na revista Amazing Spider-Man #129. O roteirista da revista, Gerry Conway criou o personagem se baseando em uma série de romances que começou a ser publicada em 1969 chamada The Executioner. O protagonista que era um veterano de guerra chamado Mack Bolan buscava vingança contra a máfia pela morte de sua família.

Parece a mesma história do, também, veterano Francis Castiglione, não é mesmo? Francis, mais conhecido como Frank Castle, que teve a sua família assassinada, após voltar. Na guerra ele “assassina” vietnamitas e se torna ua arma. Isso é mostrado muito bem na famosa HQ: ‘Bem vindo de volta, Frank`. Ela mostra um Frank totalmente incontrolável que acaba matando todos para salvar os seus irmãos de batalhão.

Como diria a música One, do Metallica no primeiro trailer da série: ‘Agora que a guerra acabou, eu já estou acordando e consigo ver que não resta muito de mim. Nada é real além da dor, agora’. Frank é um homem cheio de dores de seu passado e, com muita violência, acaba matando todos que ficam em seu caminho e, claro, não confia em ninguém além da jornalista Karen, de seu amigo Curtis e, mais tarde, de David, o Micro.

Uma série que já começa com um balde de sangue frio depois que o herói mata pelo menos umas 15 pessoas logo no primeiro episódio. Muitos já podem dizer: ‘Nossa, para quê tanta violência?’. E eu digo que esse cara é o verdadeiro Justiceiro das HQs. Quem acompanha já está acostumado a ver essa ‘brutalidade’.

O protagonista é interpretado pelo ator Jon Bernthal. Uma interpretação fenomenal que vai de uma pessoa calma e totalmente branda até um guerrilheiro completamente maluco, imprevisível e seriamente destrutivo. Como diria Micro, um míssil prestes a explodir.

As grandes pancadarias que valem a pena ver são as duas dos dois episódios finais da temporada. Uma quando ele estraçalha até a morte o agente Rawlins, chamado de Orange e, a outra, quando ele mete a cara do seu “irmão de guerra”, Billy Russo, nos espelhos do parquinho de diversões.

Russo que, se caso tivermos uma segunda temporada (com certeza terá), será um dos maiores vilões do anti-herói. Um cara completamente insano e cheio de cicatrizes no seu lindo e belo rosto que, diferente de Castle, não terá mais nada a perder. Billy perdeu o o seu ponto forte: a sua linda face que chamava muitas mulheres e, claro, toda a sua fama. Na próxima vez que você o ver, chame-o de Jigsaw, ou, como chamado em português, o Retalho.

Foto: Reprodução/Internet

Uma série que tira tudo da nossa mente e o que queríamos fazer fora da frente da televisão. Ela vai fazer você gostar da violência desequilibrada e do sangue que jorra nas roupas e no rosto dos atores. A cada episódio que vemos nos mostra que os filmes de super-heróis, como o aclamado Logan, parecer um desenho da Disney.

Um anti-herói da Marvel que é totalmente contra aquelas pessoas cheias de frescura e que só reclamam da violência fictícia e do porte de armas, um dos temas mais debatidos atualmente. Essa, sem dúvidas, é a melhor série disparada da Marvel deixando, até mesmo, o Demolidor para trás. Isso porque, às vezes, a fantasia é legal, mas uma ficção que mistura e se espelha na nossa realidade é, com toda certeza, fenomenal.

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