ZACH NA COPA #4

Uruguai quer os dias de glória de volta

Primeira campeã da história do Mundial, a Celeste chega à Rússia desafiada a surpreender, como em 2010, na África do Sul.

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Por JOÃO VENÂNCIO (texto) e TIAGO DE MORAES (edição)

Luis Suárez: o craque em busca de redenção (Ilustração: Tiago de Moraes/ZACHPOST)

Classificados em segundo lugar na eliminatória sul-americana, a seleção marca presença em todas as Copas dos anos 10. Os bicampeões mundiais buscam honrar o posto de favoritos no grupo A. O time não é mais a mesmo dos Mundiais de 2010 e 2014. Apesar da pequena população em seu país (cerca de 3 milhões de habitantes), uma renovação foi feita e Óscar Tabárez (no cargo desde 2006) parece ter o elenco em suas mãos.

Os uruguaios contam com um poder de fogo na frente, com a dupla Suárez e Cavani, além da experiência de Godín na zaga e o goleiro Muslera ainda são as referências de Tabárez dentro de campo. A Celeste ainda conta com nomes como o meio-campista De Arrascaeta, que joga no Cruzeiro. Um dos nomes da dita renovação. Jogadores como Bentancur, da Juventus, (20 anos), Nández, do Boca Juniors, (22 anos). Nomes que não eram tão usados antigamente já ganham espaço, como no caso de Laxalt, de 25 anos, que joga no Genoa.

Nunca se pode descartar o Uruguai. A história diz que a seleção charrúa se encontra em situações adversas, os uruguaios crescem. A mística da camisa pesada é algo na qual o autor do post não acredita muito. Mas, se acontecer, com certeza acontece com o Uruguai.

O time da América do Sul teve maior parte do seu sucesso dentro da Copa na primeira parte do século passado. Venceu a primeira Copa do Mundo contra a Itália, em 1930, e venceu a Seleção Brasileira em seus domínios, na fatídica Copa de 1950. Até 2014, o vice-campeonato era a maior mancha no futebol brasileiro, mas a última Copa fez com que pensássemos que nada poderia ser pior.

A última grande participação uruguaia em Copas havia sido em 1970, quando chegou às semifinais, mas foram ofuscados pelo Brasil de Jairzinho e Pelé, que conquistaria seu terceiro título naquele ano.

Após isto, vacas magras para o Uruguai em Mundiais. Que conseguiu chegar entre os quatro primeiros após 40 anos, em uma partida épica. O jogo contra Gana ficou na memória de todos. No final da prorrogação, pênalti para os ganeses tomarem frente do marcador, porém Asamoah Gyan desperdiçou a cobrança e a partida foi para as penalidades, com Loco Abreu fazendo história no continente africano.

Após 2010, o Uruguai venceu a Copa América de 2011, consolidando-se como uma das forças da atualidade no continente, não apenas da história. A Copa de 2014 foi emocionante para os charrúas. O sonho de repetir a façanha de 1950 não durou muito. Após a primeira fase emocionante, com vitórias dramáticas contra Inglaterra e Itália, os uruguaios pararam nas oitavas de final, no jogo contra a Colômbia, no Marcanã.

Ninguém coloca o Uruguai entre os oito favoritos ainda. Mas, quando uma equipe como esta cresce em uma competição de tiro curto, não é bom descartá-la tão facilmente.

Luis Suárez: o craque em busca de redenção

O uruguaio ficou marcado nas últimas duas Copas do Mundo. Em 2010, ele colocou a mão na bola e sacrificou o restante de sua participação no Mundial para um pênalti desperdiçado pelo time de Gana, ajudando com que seu time avançasse de fase.

Em 2014, a sua participação chegou a ser incerta. Suárez fez dois gols contra a Inglaterra, na vitória por dois a um, e foi personagem de um lance peculiar: uma mordida no zagueiro italiano Chiellini. Na partida, ele não foi punido. Porém, após julgamento, El Pistolero pegou um gancho de quatro meses. Perdendo assim alguns meses de sua temporada de estreia no Barcelona.

Pelo clube espanhol, o atacante já conquistou tudo. UEFA Champions League, Copa nacional, campeonato espanhol –tudo em sua primeira temporada. Ele completará quatro anos na Catalunha. Nesta última temporada, Luisito fez 54 jogos e anotou 34 gols, além de 15 assistências.

A grande pergunta que fica é: qual história Luis Suárez nos reserva em 2018?

Os Convocados

  • Gol: Muslera (Galatasaray/TUR); Martín Campaña (Independiente/ARG) e Martín Silva (Vasco).
  • Defensores: José Giménez (Atlético de Madrid/ESP); Diego Godín (Atlético de Madrid/ESP); Guillermo Varela (Peñarol); Gastón Silva (Independiente/ARG); Maxi Pereira (Porto/POR); Sebastián Coates (Sporting/POR) e Martín Cáceres (Lazio/ITA).
  • Meio-campistas: Carlos Sánchez (Monterrey/MEX); Rodrigo Bentancur (Juventus/ITA); Cristian Rodríguez (Peñarol); Nahitan Nández (Boca Juniors/ARG); Lucas Torreira (Sampdoria/ITA); Matías Vecino (Internazionale/ITA); Diego Laxalt (Genoa/ITA).
  • Atacantes: Luis Suárez (Barcelona/ESP); Giorgio de Arrascaeta (Cruzeiro); Cristhian Stuani (Girona/ESP); Maximilaino Gómez (Celta de Vigo/ESP); Jonathan Urretaviscaya (Monterrey/MEX) e Edinson Cavani (PSG/FRA).

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João Rafael Venâncio
ZACHPOST - Indie e Indispensável

Graduado em jornalismo. Gosto de NBA, Rap e Futebol. Escrevo sobre o que acompanho.