Beatrys Rodrigues
ZERO42
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4 min readMay 30, 2016

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zeronews #3 Vendem-se robôs. Ótimo estado. Dono único. Tratar com Google.

Quando for abandonar seu robô de estimação

Reflita: “Mas eu quero seguir os passos da Alphabet?”

O quê?

Ontem, rumores se espalharam pela interwebz sobre uma possível venda da Boston Dynamics, subsidiaria da Alphabet (cof-Google-cof), responsável pela criação dos mais avançados (aterrorizantes) robôs humanóides e animais que existem por aí. Agora, além de maltratar e bater em robôs, os executivos da empresa aumentaram um pouco mais a crueldade da situação e resolveram que Spot, Cheetah e Wild Cat serão abandonados em uma das esquinas de Boston, porque eles não são bons o suficiente para a empresa #contraoabandonoderobos

Por quê me importaria?

A grande ideia da Alphabet, ao comprar a Boston Dynamics, era utilizar a tecnologia para o mercado consumidor, distanciando esses robôs de uma provável (e nada óbvia, né?) aplicação militar. Por mais que esse fosse o desejo, a combinação de bad press e a incapacidade em alocar a tecnologia para consumo em um curto período de tempo foramdeterminantes para a decisão.

Agora, a dúvida é: quem vai comprar? O que torna tudo bastante ambíguo. Todos os robôs desenvolvidos ali tinham claras funções militares, mas a Alphabet mantinha a esperança (aparentemente) de atingir um outro tipo de mercado. Tanto que, logo após comprar a empresa de Boston, lá em 2013, uma das primeiras atitudes foi diminuir o escopo dos contratos militares que eram mantidos com a DARPA (agência high-tech militar governmental do mal). Amazon e Toyota parecem estar na frente, com intenções de usar a tecnologia para melhorar seus armazéns e sua divisão de robótica, respectivamente. Mas Boeing, Lockheed Martin e Northrop Grumman, as queridinhas do exército e do governo (brinca de achar o quanto elas já gastaram com lobby), podem muito bem entrar com dois pés no peito da humanidade, ligar o foda-se e usar a tecnologia pra povoar o exército norte-americano (e o Oriente Médio) com essas lindezas de robôs.

Quero saber mais!

Para entender a situação de robôs militares detalhadamente — quem são, seu surgimento, suas implicações éticas, políticas e econômicas — é só ler nossa série: quando deixamos a guerra para robôs.

Quando aquela festinha que você vai ficar popular demais

Pense: “Isso aqui já foi melhor…”

Bem-vindo ao sentimento da SXSW esse ano. A gente não tem dinheiro, então não fomos. Mas boa vontade é o que não falta, então reviramos a internet pra achar o que rolou por lá. A melhor cobertura, lá fora, foi daTheVerge. Aqui, do B9.

Mas vamos ao suprassumo do evento. Pela primeira vez no evento,Obama apareceu e falou bastante sobre tecnologia, segurança e como isso se relaciona com seu governo; depois entrou Michelle Obama, pra falar sobre empoderamento feminino e que não quer virar presidente; Snowden, no melhor estilo foragido norte-americano, fez uma reunião secreta com vinte pessoas da indústria tech e pilhou as empresas de tecnologia com vibes anti-governo. A surpresa foi George Hotz, o primeiro a desbloquear o iPhone, que encantou a galera com histórias sobre revolucionar o mundo de carros autônomos, acordos milionários com Elon Musk e o fim do capitalismo. Irônico, em um evento lotado de marcas(marcas everywhere). que proporciona todas as “experiências e sensações tecnológicas possíveis, direto do bolso das maiores empresas e agências de publicidade dessa Terra. Do McLanche Feliz em VR à roda gigante do Mr. Robot, parece que foi uma orgia.

+ Os ganhadores dos prêmios de inovação do SXSW, aqui.

Quando sobrar uma grana no fim do mês

“Realidade virtual, aqui vamos nós!”

A Sony resolveu anunciar o preço de seu próprio VR. São apenas 399,00 doletas, bem menos que os 599,00 do Oculus e 799,00 do Hive. O que rolou na mídia, enquanto isso, foi uma enxurrada de coisas interessantes sobre o que vamos poder realmente fazer com esses devices (além de morrer de fome enquanto vivemos uma vida virtual bem melhor — mal aí, tô pessimista). Já há 30 jogos para o Oculus, gente que só quer jogar se for em realidade virtual e anunciantes indo à loucura com as possibilidades.

+ É só o começo do ano em que VR vai entrar nas nossas vidas de vez. Preços “acessíveis” (várias aspas pra vida brasileira), bons jogos e filmes já desenvolvidos, estúdios e anunciantes apostando forte e um mercado de 30 bilhões esperando vão impulsionar esse futuro direto pra dentro do seu cérebro. Se a vida vai ser boa depois disso? Bom é relativo, mas há quem aposte em mais empatia (há dúvidas aqui, aqui e aqui); quem não curta a ideia de anúncios na sua cara a todo momento (dá pra piorar?); quem tenha medo de um futuro super individualizado e ainda mais gente que só quer pornografia mesmo (por favor vê esse link).

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Beatrys Rodrigues
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