Mudanças em tempos difíceis
Eventos e voos cancelados ou adiados, produções de TV e de cinema suspensas, comércios que fecharam as suas portas, preço do petróleo em queda e um esforço constante em todas as partes do mundo para tentar conter a disseminação do coronavírus. Percebemos que nós realmente não temos como ter controle sobre tudo.
Podemos controlar o navio e a vela, mas nunca o vento e a onda.
As empresas estão trabalhando para diminuir a chance de espalhar a Covid-19 e proteger ao máximo todos os seus colaboradores. A pandemia está forçando as companhias a adotarem novos hábitos e comportamentos, instigando a reflexão sobre as reais necessidades de se manter os mesmos processos e estruturas.
Assim, as empresas estão promovendo mudanças brutas na gestão, no trabalho em equipe, na produção, renegociação, entrega, pagamento e pensando em maneiras de minimizar as perdas. Está evidente que não dá para deixar para depois.
Tecnologia
Com os modelos de negócios sendo repensados, muitas empresas estão revendo a sua relação com a tecnologia. Cada vez mais é perceptível que entender de tecnologia não deve ser restrito apenas à área de TI, mas sim ser utilizada - ou ao menos cogitada - em qualquer companhia. Ser digital agora passou a ser visto como uma necessidade.
O setor de tecnologia está trazendo cada vez mais soluções, como o uso de Blockchain para prevenção, Inteligência Artificial para a detecção do vírus, drones para transportar amostras médicas para minimizar as chances de contágio, robôs entregadores de comida, desenvolvimento de medicamentos, máscaras mais seguras, chatbots para maiores esclarecimentos sobre a doença e dentre outras aliadas contra o coronavírus.
Oportunidades e adaptabilidade
Reuniões presenciais deram espaço para reuniões por conferência ou simplesmente troca de e-mails. Pessoas, a respeito sobre as consequências do coronavírus, estão comentando sobre probabilidades como poucas vezes antes. Hospitais foram construídos em pouco mais de uma semana. Redução da poluição. Inúmeras mudanças em tão pouco tempo.
Ser capaz de se adaptar a este novo cenário é fundamental. Pensar em novos comportamentos, tecnologias — como o uso de AR — e ter como princípio a transparência é essencial. Conseguir lidar com fake news, com o imprevisível e com a possível queda de pequenas empresas.
Quem chega primeiro, chega duas vezes.
É válido ser otimista quanto a criação de novas startups. A Microsoft e o Facebook, por exemplo, foram desenvolvidos durante o período de reclusão em suas faculdades, porque foi quando os fundadores tiveram tempo de trabalhar em seus próprios projetos. Newton, aliás, elaborou a Teoria da Gravidade durante a quarentena da peste bubônica.
O isolamento pode ser sim uma ferramenta muito poderosa para inovar. É uma oportunidade de desacelerar, descansar e refletir em novas maneiras de se readaptar a esta nova situação.
Adaptabilidade é a arte de ganhar em tempo de incerteza
Um exemplo de empresa que nos mostra na prática a importância de se adaptar é a Netflix. Em tempos de crise, a Netflix deu fim à Blockbuster, uma das gigantes no setor de entretenimento da época. Enquanto que a Blockbuster fornecia serviços de aluguel de filmes e games, a Netflix já tinha saído dos DVDS e começado o uso de streaming. E não teve outra. A Blockbuster foi rapidamente da ascensão à queda.
A Netflix viu a oportunidade de renovar a marca e implementou a ideia, enquanto que a sua concorrente não fez isso. A Netflix, que constantemente traz inovações, já não é a mesma empresa que desbancou a Blockbuster anos atrás; talvez já não seja a mesma de um mês atrás.
Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.
A mudança é inevitável. As consequências nas empresas - ou mesmo na vida pessoal - agora muito dependem da maneira que cada líder reage em momentos como esse. Os resultados podem ser extremos. Agora é hora de ser realista e agir de forma decisiva.
