Projetos de extensão da UFSC proporcionam interação, saúde física e mental para diferentes públicos

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4 min readJul 20, 2023

Exercícios físicos, esportes e arte são exemplos das atividades que mudam hábitos, melhoram a mobilidade, promovem autoconhecimento e fazem participantes encarar a vida com mais leveza

Por Filipe Melo e Letícia Schlemper

Melhora na autoestima, saúde, bem-estar e socialização. Esses são os principais benefícios promovidos aos participantes do projeto Movmais, coordenado pelo professor Jucemar Benedet, do curso de Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Com foco em adultos com diagnóstico de excesso de peso, ele explica que o projeto de extensão visa a prática do exercício físico como um instrumento terapêutico na prevenção e tratamento das doenças crônicas não transmissíveis. A Extensão, que se define pelo conjunto de ações e projetos que aproximam a Universidade da comunidade onde ela está inserida, é um dos pilares da universidade pública, junto ao Ensino e à Pesquisa.

Assim, o Movmais oferece um programa supervisionado de exercícios físicos e acompanhamento de composição corporal e aptidão física relacionada à saúde, voltado à comunidade externa. Além de oportunizar, para o público interno, ou seja, os estudantes, um campo de experimentação em prescrição de atividades especificamente útil para alunos do curso de Graduação e Pós-graduação em Educação Física.

Em 2019, Ricardo José Valdameri ingressou no projeto. Ele relata que, durante o processo, perdeu mais de 40 quilos e precisou passar por uma série de mudanças de hábitos. “Comecei a me sentir melhor, e me ver no dia a dia de outra forma. Uma forma mais otimista por perceber que eu estava conseguindo fazer os exercícios e mudar a alimentação”, comenta Ricardo.

Jaine Moraes Lopes é psicóloga e foi diagnosticada com problemas nas articulações. Para tratar o entrave físico, ela se inscreveu no projeto e, atualmente, nota melhoras na sua mobilidade. “Minha vida diária exige uma série de movimentos que, às vezes, pra mim eram limitados fisicamente, e os resultados que o projeto proporciona, representam para mim um grande avanço nessa questão”, diz Jaine.

Existem muitos outros projetos de extensão da UFSC que promovem saúde e bem-estar. O Goalball, um esporte voltado para o público com deficiência visual, tem como objetivo o estímulo à habilidade motora e de concentração de seus participantes. Para Leandro de Oliveira, assistente social, o esporte cumpriu sua função ao ajudar na orientação e mobilidade física. “Ajuda muito na construção do nosso mapa mental, pra gente andar pela própria pela cidade, assim nós ganhamos mais segurança”, relata.

O esporte, além dos benefícios físicos, visa uma melhora na interação social dos envolvidos. Dárcio Dornelles, professor de Geografia e atleta do Goalball, ingressou no projeto há quase três anos e sente impactos positivos na sua sociabilidade. “É também um modo importante de a gente se relacionar com as pessoas parecidas, que possuem certas dificuldades no dia a dia. Então, em todo treino, a gente acaba se encontrando e se conhecendo neste espaço”.

O psicólogo esportivo Cristiano Lima, que trabalha com reeducação comportamental e adesão ao exercício para pessoas que buscam melhorar sua qualidade de vida, fala sobre a importância desse projeto na vida dos participantes. Fisiologicamente, ele explica que o esforço físico nas atividades promovidas permite a liberação de endorfinas, que gera a sensação de bem-estar no indivíduo. “Esse projeto consegue promover um benefício aos integrantes tanto no quesito de bem-estar, como no estímulo a situações de autoconhecimento, em que ele é colocado em situações de superação, no qual é preciso lidar com as dificuldades de aprender uma atividade física nova, por exemplo”.

Outro espaço de socialização dentro da UFSC é a Universidade Aberta para as Pessoas Idosas (NETI/UNAPI). Uma das oficinas promovidas pelo NETI é o grupo teatral Estamos Aí. Através das peças de teatro eles procuram discutir temas cotidianos. Desta vez, a peça A vida depois do 50 fala sobre saúde e bem-estar. A professora Dione Freitas conta que os participantes sentem benefícios à saúde mental e física ao participar do projeto. “A partir do momento que a gente tá num grupo interagindo e conhecendo pessoas novas, a gente se mantém ativo socialmente. E em relação à saúde física, há um trabalho voltado aos exercícios de respiração e exercícios de corpo, no qual a gente dança, pula e canta, estimulando a mobilidade do grupo”.

O participante Pedro Rogério Martins relata que a oficina foi importante para aprender a trabalhar em grupo. Semanalmente, ele e os colegas se encontram e realizam os ensaios de atuação. Segundo ele, a dinâmica adotada pelo projeto foi essencial para que eles pudessem conhecer os personagens que interpretam, desenvolver o trabalho de atuação e assim se preparem para apresentar as peças nas casas de idosos.

Já Leda Maria de Farias, que também é participante do grupo teatral, conta que integra a equipe há um certo tempo, e que a experiência de ensaiar e se apresentar é sempre satisfatória. “Perceber que por meio da arte fui capaz de levar um pouco de alegria, e ver o público tentando dançar com a gente, depois da peça, tudo isso é realmente algo gratificante”.

Para saber mais sobre esse projeto, confira o vídeo:

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Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da UFSC