UFSC exibe documentário sobre mulheres que convivem com doenças crônicas

Zero
ZeroUFSC
Published in
4 min readNov 20, 2023

Curta-metragem “Esclerosada não é a Vó” será exibido nesta terça-feira, 21 de novembro, no auditório do Hospital Universitário da UFSC

Nathália Simões (nathalia.melo.jor@gmail.com)

A vida de quatro mulheres que convivem com esclerose múltipla (EM) é tema de um documentário que será exibido no auditório do Hospital Universitário Ernani Polydoro de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (UH/UFSC), nesta terça-feira, dia 21 de novembro, a partir das 14 h.

Documentário gaúcho, “Esclerosada não é a Vó” fala sobre a experiência de quatro mulheres que convivem com a esclerose múltipla (EM) em uma sociedade machista, misógina, racista e capacitista — Foto: Erenice Oliveira

Filmado em 2019, em Santa Maria (RS) e em Porto Alegre (RS), o curta-metragem “Esclerosada não é a Vó”, das diretoras Erenice de Oliveira e Marcia Denardin e do diretor Luiz Alberto Cassol, foi exibido somente em festivais de cinema e sessões especiais e agora, chega a Florianópolis (SC), para falar sobre as particularidades da doença a estudantes de Medicina e de outros cursos da área da Saúde.

“A esclerose múltipla é uma doença com características muito particulares que se apresenta de diferentes formas para cada pessoa. A nossa ideia, ao levar esse filme para as universidades e, principalmente, para os cursos da área da Saúde, tem como objetivo trazer essa visão para os médicos e profissionais da saúde, sobre as várias formas que a doença se apresenta para cada paciente”, explica a diretora Marcia Denardin, que também faz parte do elenco do filme, como paciente de esclerose múltipla.

A jornalista Marcia Denardin é uma das diretoras e protagonistas do filme que será exibido no auditório do HU da UFSC, nesta terça-feira, 21/11 — Foto: Marcia Denardin

Um olhar, várias camadas

Além da condição crônica, o filme também aborda questões como o machismo, a misoginia, o capacitismo, o racismo, a maternidade e a inclusão de pessoas com deficiência (PcD) na sociedade. A narrativa se constrói por meio das vozes das quatro protagonistas, Aline, Bruna, Erenice e Marcia, que compartilham seu dia a dia, como paciente de EM ou como cuidadora familiar.

“Eu costumo dizer que a esclerose múltipla é o nosso pano de fundo, porque é o que a gente viveu. Mas o filme não fala somente sobre a esclerose, ela é importante porque o filme tem a pretensão de ser uma ferramenta de conscientização. Mas, acima de tudo, ele cabe em qualquer cenário, porque traz à tona questões da nossa sociedade, que não se restringem somente a pacientes de doenças crônicas”, destaca Erenice, que participa do filme com o olhar de cuidadora familiar, por conta do marido Luiz, paciente de EM primária progressiva, uma forma mais rara e grave da doença.

Luiz faleceu em 2019, poucos dias antes do início das gravações do documentário, Erenice, no entanto, optou por continuar com a produção do filme, sendo que a morte acabou se tornando um dos temas abordados pelo documentário.

“Eu comecei a olhar para esse universo, que era novo para mim, e comecei a me dar conta da presença feminina, do tanto de mulheres que havia ali e do tanto de história que as gurias — principalmente a Marcia e a Bruna, que têm diagnóstico há algum tempo e que são lideranças, que militam e trabalham nesse cenário há bastante tempo –, têm da vida delas e também das pessoas que eu fui conhecendo”, relata Erenice.

A jornalista e diretora Erenice de Oliveira participa do filme com o olhar de familiar cuidadora. Ela teve contato com a EM através do marido Luiz, que faleceu em 2019 — Foto: Erenice de Oliveira

Exibição na UFSC

Sessão especial exibe o curta-metragem “Esclerosada não é a vó” no auditório do Hospital Universitário da UFSC — Foto: Divulgação

O documentário “Esclerosada não é a vó”, que já percorreu o Rio Grande do Sul dentro da programação da VI Mostra SESC de Cinema, será exibido no auditório do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina, em sessão especial com o apoio da Associação Florianópolis e Região de Esclerose Múltipla (Aflorem), para professores e estudantes dos cursos da área da saúde da universidade, além de familiares e pacientes de EM para a troca de experiências.

O curta-metragem é acessível a todos os públicos, com recursos em Libras, Linguagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE) e audiodescrição. A entrada é gratuita e aberta ao público. Na sequência, ocorrerá um bate-papo da plateia com as diretoras Erenice de Oliveira, Marcia Dernardin e o diretor Luiz Alberto Cassol.

Confira o teaser completo!

--

--

Zero
ZeroUFSC

Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da UFSC