Projetos futuros para o futuro da comunidade
“A educação não muda o mundo, ela muda o homem, e o homem muda o mundo”
É com essa frase de Paulo Freire que Cena Touro descreve a importância dos projetos desenvolvidos pelo Araukaida. Além dos eventos e ações já existentes no momento, os fundadores do coletivo, Cena e Nathan Perteka, têm em mente outros projetos de âmbito social, pensando no benefício da comunidade local. Voltadas para temas como cultura e educação, as propostas visam desenvolver senso crítico, integração e valorização dos bairros periféricos de Cascavel.
“Dia 8 de dezembro vamos promover uma apresentação de orquestra sinfônica e o coral municipal aqui na Região Norte. A ideia é trazer um tipo de cultura a que as pessoas do bairro normalmente não teriam acesso, e quem sabe até despertem interesse”, explica Cena.
Outro projeto que está em andamento é uma feira nos moldes das tradicionais, mas dentro do bairro. “O nome será Mevoa, Movimento de Venda de Orgânicos e Artesanatos. A finalidade é descentralizar essa atividade que tem sido realizada somente nas áreas centrais da cidade. A galera aqui do bairro não vai para o centro somente com intuito de ir na feira, porque é longe. Fazer feira no centro é fácil, mas aqui na Região Norte que devem ser feitos esses espaços de cultura e lazer”.
O curso pré-vestibular e Enem também são projetos a serem implantados no Centro Cultural Mizael Padilha, sede do Araukaida, vai dar aos moradores do bairro oportunidade de se preparar melhor. “Os professores são voluntários da nossa comunidade mesmo, eles têm formação acadêmica, como pós-graduação e até mestrado. Eles acham importante democratizar o acesso, pois cursos semelhantes na cidade cobram pelo menos um salário mínimo de mensalidade”.
Cena relata que o objetivo é desenvolver emancipação política na sociedade, como resultado do senso crítico. Para ele, é importante que as pessoas parem com discursos de que a política não serve para nada, pois a vida é feita por política.
“Queremos que as pessoas consigam compreender e saber como as leis podem melhorar ou dificultar a vida delas na prática. Por isso devemos participar da política. Que representatividade a Região Norte tem aqui em Cascavel hoje? Nenhuma”.
Nathan complementa que o projeto “Hortas Comunitárias” está previsto para o início de janeiro e está sendo organizado no Jardim Ipanema. “Além disso tem o Cinemação, que vai levar cinema para a comunidade, focando em filmes e produções que possibilitam fazer rodas de conversas e levantar discussões. Já temos os espaços definidos, vai ser na rua, o que facilita a acessibilidade e promove a linguagem artística”.
Por que fazem tudo isso? Cena responde que é vocação. “A luta é diária, em todos os espaços. É conseguir se posicionar e dizer não ao ver uma injustiça. Quando compreendemos, não tem como voltar atrás, ver um posicionamento errado e simplesmente ignorar”.
Galeria de artes do Centro Cultural Mizael Padilha
Fotos: Wanderson Schumacher
