Água de Salsicha Recomenda #49
Após um breve hiato, nosso quadro tradicional de segunda-feira está de volta com incríveis dicas para virar fã de ainda mais coisas nesse ano que está começando!
Calpurnia
Matheus Ferreirinha
Quem ao menos entrou na internet nos últimos dois anos, com certeza conhece a aclamada série Stranger Things e seus carismáticos astros, mas quem pensou que as influências dos anos 80 e 90 permeiam apenas na Netflix está totalmente enganado. Depois vermos nossa querida Eleven (Millie Bobby Brown) mostrar que sabe como fazer um bom rap, é a vez de conhecermos a incrível banda do adorável Mike (Finn Wolfhard), a Calpurnia. Fundada após a participação do ator com outro membro da banda em um clipe da banda punk PUP, esse quarteto de jovens talentosos vem ganhando uma legião de fãs. Além de tocar covers de músicas alternativas das décadas de ouro para o rock, a banda vem iniciando seus primeiros passos para um caminho autoral promissor. Seja para os amantes da série ou para os mais indiferentes, Calpurnia é uma iniciativa inspiradora para o indie rock atual.
Assassinos Por Natureza (1994)
Caio Simão
Dobradinha violenta nos anos 90, o filme estrelado por Woody Harrelson e Juliette Lewis satiriza a violência no século XX impulsionado pela criatividade da história e roteiro de Quentin Tarantino e a direção sempre polêmica de Oliver Stone. Pra quem é fã do autor de Pulp Fiction e Bastardos Inglórios, é um tiro certo. A história de amor entre dois assassinos em massa é uma grande sátira em forma de graphic novel, aos moldes de alguns trabalhos futuros de Tarantino. De quebra, temos uma atuação doentia de Robert Downey Jr, o sensacionalista que não tem escrúpulo algum para aumentar seus níveis de audiência. Midiático é pouco pra ele, que se confunde com o ator que o faz. O filme foi indicado para receber o Leão de Ouro em Veneza e Stone recebeu uma indicação de Globo de Ouro para melhor diretor. O filme está disponível na Netflix.
A Criada (2016)
Arthur Ferraz
A Criada (Ah-ga-ssi) é o filme mais recente dirigido pelo sul-coreano Park Chan-wook, que ficou bastante conhecido pelo excelente Oldboy. Nele acompanhamos a trajetória da jovem Sook-Hee que começa a trabalhar como criada para a aristocrata Lady Hideko, porém suas reais intenções são de colocar a mão na generosa herança da Lady. A história se passa no Coréia (até então única) logo após se tornar território japonês, fato bem explorado ao ser representada a misturas das duas culturas. Se estamos acostumados a sermos espectadores oniscientes, o roteiro aqui brinca com nossas expectativas e nos torna refém do ponto de vista de determinados personagens, até mesmo omitindo acontecimentos quando necessário. O filme explora bem as bizarrices da aristocracia, além de tratar de temas como sexualidade e vingança, recorrentes na filmografia de Chan-wook. A Criada é narrativamente criativo, culturalmente relevante e prende atenção do início ao fim, vale a pena conferir!
