Confira nossa crítica antecipada de “Deadpool 2” (Sem Spoilers)
Depois do sucesso estrondoso do primeiro filme solo do Mercenário Tagarela, as expectativas para o novo longa da Fox/Marvel não poderiam ser maiores. Tendo surpreendido os fãs com sua irreverência e seu humor negro, Deadpool é o contraponto perfeito com o tom mais infantil e previsível do Universo Cinematográfico da Marvel. Se isso não fosse suficiente, o filme ainda contou com uma das melhores campanhas de marketing vista no cinema, contando inclusive com um vídeo de desculpas ao David Beckham pela participação de Ryan Reynolds em “Lanterna Verde”. Portanto, de volta às telonas, nosso anti-herói favorito tem a simples missão de manter o nível de sua estreia e faz isso com muita tranquilidade.
Em sua nova aventura, o vermelhão tenta mostrar para Vanessa que seu coração está no lugar certo, protegendo um jovem mutante do mortal viajante do tempo, Cable. Após falhar mais uma vez em provar seu valor para os X-Men, Deadpool é obrigado a formar sua própria equipe de mutantes. Com habilidades duvidosas, rapidamente somos levados às gargalhadas com os erros desse grudo disfuncional.
Não sendo um filme de origem, “Deadpool 2” tem mais liberdade para focar em seu personagem. Explorando sua relação com Colossus e com seu protegido, somos apresentados a um lado menos violento do mercenário. Mesmo assim, não faltaram cenas sangrentas e piadas mórbidas. Desde lutas com membros decepados à eletrocussão anal, esse definitivamente não é um filme para crianças.
Além disso, o longa trata temas raciais e sexistas de forma quase banal sem soar preconceituoso. Chamando seus companheiros de “X-People”, Deadpool é capaz de ironizar a criação do termo X-Men no contexto machista da década de 1960 e ainda nos fazer rir. Do mesmo modo, a grande representatividade do filme é quase recorde em termos percentuais. Apesar disso, isso nunca parece ser forçado ou uma simples manobra de marketing.
De fato, o enredo sofre pela falta de objetivo em comparação ao primeiro filme. Com menos profundidade, o longa pode ser resumido a suas piadas e cenas de ação. Não que isso seja um problema, nem todo filme precisa ser profundo e complexo como “Me Chame Pelo Seu Nome” ou “O Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças”. É isso que “Deadpool 2” pretende demonstrar. Sendo muito consciente de seu lugar, o vermelhão quebra a quarta parede para chamar o roteiro de preguiçoso.
Seria fácil esquecer do passado sombrio da produtora, se o próprio longa não fizesse questão de nos lembrar a cada minuto. Trazendo piadas desde os créditos com referências ao Wolverine e à trilogia clássica dos X-Men, a Fox parece consciente dos erros do passado. Assim como vimos um Logan mais maduro, podemos esperar um crescimento nos futuros filmes. Mesmo que a franquia principal mantenha seu tom infanto-juvenil, a confirmação de uma aventura solo da “X-Force” pode ser um meio para trazer mais dignidade para os nossos amados mutantes.
Assim como no primeiro filme, “Deadpool 2” é recheado de incontáveis easter eggs. Alguns mais óbvios como “Frozen” e “Hora da Aventura” que são diretamente referenciados, enquanto outros podem passar despercebidos como a música “Escape (Piña Colada)” tocada em “Guardiões da Galáxia” ou a aparição momentânea de Brad Pitt. Para delírio do público, o mercenário tagarela ainda chama nosso vilão de Thanos em referência ao trabalho do mesmo ator em outro filme da Marvel. Se não bastasse, não faltaram piadas ácidas quanto ao universo da DC nos cinemas.
Se você gostou da estreia de Deadpool nos cinemas, o segundo filme não vai te decepcionar. Diversão do início ao fim com grande respeito ao material de origem nos quadrinhos, um exemplo do que todo fã quer ver de seu personagem favorito. Fique atento que em breve lançaremos nosso compilado de todos os easter eggs que encontramos! “Deadpool 2” estreia amanhã nos cinemas de todo o Brasil.
