Alvorada, por Alvorada.
Em 1962, o Tenente Coronel Ponçalino Cardoso da Silva sancionou a lei nº 216. Esta lei tornava Passo do Feijó um Distrito de Viamão. Após 3 anos, no dia 17 de setembro, a lei estadual n° 5026 tornou Passo do Feijó um município autônomo.
Quer dizer…
A palavra “autônomia” nunca teve muito a ver com Alvorada. O próprio nome da cidade é inspirado na palavra “alvorecer”, pois os moradores acordavam nas primeiras horas do dia para ir trabalhar em outras cidades, assim como canta o sambista Cartola em sua canção Alvorada (apesar de não ser feita para o município do RS, cai como uma luva). A cidade, em seu início, era uma cidade-pousada. Hoje em dia, ela está na categoria de cidades dormitórios.
Apesar de ter um território pequeno, Alvorada tem 195.6777 (censo 2010) e é o 11° município no ranking populacional do estado do Rio Grande do Sul. Em contrapartida, ela está fora dos 100 primeiros municípios do estado nos quesitos trabalho e formação, ou seja, as pessoas recebem menos dinheiro e menos educação.
Logo, todas as informações de até agora refletem diretamente no centro de Alvorada. Ambientar-se e entender o centro do município sob a óptica de um alvoradense requer uma imersão no que a cidade já foi e no que ela é: O 12° município mais violento do Brasil em 2015 (no primeiro trimestre de 2017 já foram 49 homicídios).
Ainda assim, que gente é essa que ri, que saí, festeja, compra e se diverte em meio a tanto calamidade? Onde eles encontram forças para sorrir diante da tragédia?
O centro da cidade oferece uma lista média de lancherias e lojas, além de contar com a Praça João Goulart, um lugar de lazer onde os eventos anuais como acampamento farroupilha e feira do livro municipais costumam acontecer. Apenas com uma imersão na praça conhecida como “Praça da 48” é que podemos entender uma flor persiste no deserto, como uma poesia que narra um crime.
