Mídia Minimalista — Fight the New Drug

Luciano Rocha
4 min readMar 10, 2018

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A FTND é uma das organizações que trazem os riscos do uso de pornografia (fonte: Google)

Hoje resolvi escrever sobre uma organização que me ajudou a encontrar uma ampla variedade de materiais sobre um tema que estudo desde o ano passado: o vício em pornografia.

Certamente, alguns de vocês devem ter cruzado com algum texto meu sobre o tema (caso não tenham, basta clicar aqui). Durante o ano passado, realizei pelo menos duas tentativas de me livrar desse vício. Ambas foram frustradas.

Porém, hoje comemoro a quebra do meu próprio recorde pessoal: 62 dias sem ver pornografia nem me masturbar. E rumo aos 90 dias!

Sendo assim, resolvi apresentar um dos sites que me ajudou a ter mais material para conhecer os efeitos do vício e até mesmo para a palestra que realizei sobre o tema. Confiram!

Combatendo uma nova droga

Não se fuma nem cheira, mas é uma droga. (fonte: Google)

Fight the New Drug (ou FTND) é uma organização criada nos Estados Unidos. Seu nome significa, em português, algo como combater a nova droga. Isso porque o vício em pornografia não surgiu há muito tempo: apenas nos últimos 10, 15 anos foi que os efeitos nocivos começaram a se manifestar, em grande parte por causa do aumento do uso da internet.

E foi justamente para conscientizar as pessoas sobre os riscos dessa prática que a organização surgiu. O objetivo da FTND é criar uma rede de pessoas que não conseguem parar de assistir filmes pornôs. A comunidade criada pela organização é bastante diversa: vai desde usuários pesados (pessoas que assistem 5 horas ou mais de pornografia por dia) até aquele sujeito que assiste 20 minutos por dia, mas não consegue ficar um dia sem assistir (o meu caso).

Ao contrário dos materiais que encontrei ao pesquisar no Brasil, a FTND não possui qualquer viés religioso. Todo o material disponível no site traz pesquisas científicas, revisadas por pares. Os artigos são divididos basicamente em como a pornografia afeta três pontos: cérebro, coração e o mundo.

O cérebro traz pesquisas do ramo da neurociência e mostra como o sistema natural de recompensas sofre uma verdadeira “bagunça” quando exposto ao alto consumo de pornografia — assim como de qualquer outra droga. O coração mostra artigos que trazem os prejuízos do ponto de vista de sentimentos e relacionamentos. Já no mundo é possível encontrar dados que trazem como a pornografia distorce as visões sociais, especialmente em relação às mulheres.

O lema da organização, Porn Kills Love (pornô mata o amor)traz um breve e forte resumo das consequências desse vício.

Imagem que mostra o ciclo do vício em pornografia (fonte: Google)

Relatos pessoais

Love, but not porn. (fonte: Google)

Embora artigos científicos sirvam como uma forma de dar uma maior credibilidade aos estudos, eles nem sempre mostram a realidade de como a pornografia atua, ou de como as pessoas que possuem o vício sofrem nas situações cotidianas.

Na seção Blog é possível identificar vários desses relatos pessoais. São pessoas que sentiram os efeitos do vício ou que conhecem familiares, amigos e até parceiros que sofreram com isso, e resolveram divulgar suas histórias. Qualquer pessoa pode enviar seu próprio relato através do formulário de contato (em inglês).

Além disso, a organização também disponibiliza o app Fortify, uma rede social para que usuários que estão se recuperando do vício possam interagir e compartilhar seu progresso — expliquei como o aplicativo funciona nesse texto.

Orientar, não proibir

A FTND orienta sobre os riscos, sem fazer lobby pela proibição da pornografia (fonte: Google)

Por fim, o principal aspecto da FTND é o posicionamento em relação a leis: a organização busca orientar sobre os riscos da pornografia, mas sem fazer qualquer tipo de lobby a favor de uma proibição estatal. Eles próprios reconhecem que proibir o uso não fará a demanda acabar.

Trata-se de uma posição madura e em total acordo com as ideias de liberdade defendidas em todos os textos desse blog. Afinal, como eu afirmei em minha palestra, não cabe a ninguém proibir comportamentos individuais — nem mesmo ao estado.

Conclusão

Caso alguém me pergunte por onde começar uma pesquisa sobre os riscos do uso da pornografia, eis um dos primeiros sites que eu indicaria.

Por trazer uma abordagem científica, ter um visual amigável, textos claros e um aplicativo bastante útil, a FTND caiu no meu gosto em termos de pesquisa sobre o tema.

Portanto, capriche no inglês e não deixe e visitar o site, especialmente as seções Get The Facts e Blog.

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Luciano Rocha

Escritor freelancer, escrevo aqui todas as segunda-feiras. Para ler textos antigos, clique aqui: https://walden3site.wordpress.com