Grande seu Arnaldo.
Hoje foi um dia de pouco sono, uma certa preocupação e nada de muito diferente na rotina.
Três anos se passaram depois disso aqui, há muito tempo não escrevo e hoje mesmo tava falando com a Nathaline sobre escrita, disse pra ela que não escrevia mais e que meu mood escritor tava atrofiado.
Mas a vida é louca de verdade e, às vezes, ela faz meia duzia de palavra solta no vento cair na sua cabeça que nem quando cuspe quando cês cospe pra cima.
Três anos depois tamo escrivinhando de novo.
O contexto é outro: 3 dígitos mais perto dos 30 agora; agora não mais técnico em comunicação visual, mas bixo de Design Gráfico… e mais outras tantas coisas que eu vou deixar pra uma outra hora.
Porque essa daqui fala de um reencontro.
O tiozinho mais dahora do transporte público, que eu achei que nunca mais ia encontrar, encontrei hoje.
Seu Arnaldo.
Ele entrou e já disse pra mim logo você não me dê seu lugar porque eu não aceito, uma moça foi ceder o lugar pra ele e escutou a mesma coisa. Hoje, ao contrário da outra vez, VISIVELMENTE alterado, seu Arnaldo mal se manteve de pé ao responder a menina.
Chegou no meu ouvido e mandou assim eu tenho 71 anos, mas prefiro acreditar que tenho 20.
Lembrei dele na hora, mas não conseguia de jeito nenhum me lembrar do nome. Então perguntei qual o nome do senhor?
Arnaldo.
GRANDE SEU ARNALDO!
E ele também lembrou de mim.
Hoje ele me contou de um conto dele que ganhou um premio na editora abril quando ele trabalhava la, mas não foi ele que ganhou. Um colega de trabalho pediu pra usar o texto, mas por o nome dele. Seu Arnaldo deixou. O cara quis rachar o premio, mas seu Arnaldo deixou tudo pra ele como um presente de casamento, que pelo que me disse, ia acontecer perto da data da premiação.
Como dito no outro texto, seu Arnaldo nunca quis publicar suas histórias e segue assim. Dessa vez mais incisivo, quando falei que ele precisava publicar, disse que não. Que era meio egoísta, era picuinha besta, mas ninguém obrigava a fazer o que ele não quisesse.
Eu sou assim: conto histórias pra você em gotas, mas as que eu escrevo são minhas. Não vou fazer nada obrigado.
Vai dizer que ele ta errado?
Falamos sobre jovens, sobre como ele aprendeu falar inglês e espanhol sozinho, interpretação de texto…
Tem uma mulher que eu fui amante dela depois que a minha esposa faleceu. Ela me dizia ‘Arnaldo, você não escreve essas coisas pra mim, você escreve pro mundo’.
Contei pra ele que falava da conversa de três anos atrás com meus amigos, eu não sei se ele entendeu isso direito pelo barulho do ônibus.
De qualquer forma foi ótimo encontrar com seu Arnaldo hoje numa situação um pouco melhor que anos atrás.
Grande seu Arnaldo.