A tolice da incessante busca pelo “gabarito do bom gosto” de obras-primas

Nintakun
14 min readFeb 17, 2022

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Dependendo do quanto você frequente círculos de discussão e comunidades de mangá/anime na internet, é provável que já tenha visto a imagem que abre esse texto.

Ela é uma sátira a usuários de sites desse tipo que sempre postam seus “3x3”, montagens visuais mostrando suas 9 obras favoritas (algo relativamente comum de se ver no /a/ ou no Twitter), e como muitas vezes vários itens se repetem, até chegar um ponto de que fica comicamente previsível quando você vê alguém falar que vai postar seu “3x3", e como muitas dessas pessoas acham que possuem um gosto especial superior aos coleguinhas de comunidade que consomem e curtem animes/mangás mais “simples”, como por exemplo, sei lá, qualquer mangá de lutinha popular da Shonen Jump, enquanto tentam manter uma pose de “a pessoa sábia de bom gosto elevado” pra impressionar a rapaziada.

Nada como um 3x3, Top 10 (ou seja lá como você quiser chamar) IMBATÍVEL pra mostrar pros seus amigos que o seu gosto pra desenho japonês é o mais refinado da praça, não é mesmo? Só com as coisas mais top de linha e quase unanimemente aclamadas. Ninguém vai questionar a veracidade do seu gosto refinado se ver um Tatami Galaxy ali na listinha.

Não chega a ser bem uma “síndrome de underground” (até porque, pelo amor de deus, tem Evangelion nessa imagem… EVANGELION, sabe? Só um dos animes mais populares dos últimos 30 anos! Uma porrada de gente já viu esse troço e gosta), mas provavelmente uma necessidade de autoafirmação e de se sentir “validado” como um conhecedor daquele meio de entretenimento… e isso é meio idiota e em nada colabora com uma discussão produtiva.

Vejam bem, não tô proibindo ninguém de falar que Legend of the Galactic Heroes é um de seus animes favoritos (até porque é um dos meus também *risos*). O ponto da minha crítica é mais essa noção de que um martelo precisa ser batido para definir quais são as “obras-primas supremas” de uma mídia, das quais, quem gosta e aprecia, recebe uma medalhinha de connoisseur de entretenimento. E eu acho isso meio estúpido não só com animes e mangás, mas com literalmente qualquer tipo de mídia: videogames, cinema, quadrinhos, música, literatura, e por aí vai.

Será que teria Evangelion no 3x3 do Billy?

Esse assunto meio que já foi abordado num vídeo da Digi, há uns bons anos atrás e, por mais que eu às vezes acho que essa discussão se pareça muito com o ato de inventar um espantalho imaginário para ficar com raiva dele, vez ou outra me pego pensando nisso quando vejo uns caras meio “elitistas” assim falando. Não costumo ter contato com gente assim com muita frequência em meus círculos sociais, mas vez ou outra a gente se esbarra com um desses nas redes sociais porque é meio inevitável dependendo das suas bolhas sociais. Se você interage com pessoas no Myanimelist, provavelmente já deve ter visto um desses.

Mas enfim, eventualmente vou voltar nesse assunto logo mais ao longo do texto, então me permitam correr um pouquinho numa tangente aqui, que ilustra mais ou menos o ponto do que tô querendo discutir aqui.

Um dia desses, durante uma das minhas sessões de doomscrolling no Facebook, me esbarrei com a seguinte imagem sendo postada em um grupo que frequento:

Eu já li praticamente todos esses e uma grande parte eu realmente acho “bons pra cacete, é excelente mesmo”, mas ainda assim, esse tipo de batida de martelo me faz ter reações engraçadas de estranhamento que fico pensando “hmmmm… sei não, hein”

O rapaz que postou essa imagem (que segundo ele, não foi de autoria dele) promoveu um debate entre os membros do grupo, perguntando se eles concordavam ou discordavam dessa seleção, e dizendo que tal seleção foi feita levando em consideração os requisitos descritos abaixo do título, e nas exatas palavras dele: “construção de enredo e de personagens, os temas tratados ao logo da obra, a arte de cada mangá e também o legado que deixaram na história dos mangás e até mesmo dos animes”.

Hoje em dia uma imagem assim me causa um pouquinho de estranhamento, (pra não dizer “umas risadinhas de dar uma soprada pelo nariz”) pois hoje sou da ideia de que arte (leia-se “obras artísticas” nessa frase) é uma coisa muito subjetiva, e pessoas possuem opiniões diferentes, e uma troca amigável dessas opiniões pode gerar um debate saudável onde as partes envolvidas podem sair com novos conhecimentos e até novas visões sobre algo, ainda que discordem. Animais de uma mesma espécie podem possuir gostos e personalidades diferentes, logo coisas diferentes os agradam, e não seria diferente com o Homo Sapiens. Costumo acreditar que essa “troca de figurinhas” é uma das coisas mais legais de se interagir com outros colegas em comunidades de fãs de obras artísticas, e arrisco dizer até que a parte mais interessante dessa troca de “quais são seus favoritos” nos ajuda até a dizer um pouco sobre as pessoas com quem interagimos, ao vermos seus gostos.

Mas enfim, voltando à imagem, algum de vocês se lembra de como eram os reviews de jogos em revistas de videogame até uns 15 anos atrás? Não era incomum eles separarem vários quesitos do jogo uns dos outros e darem uma nota separada pra cada um deles e, às vezes, dar uma nota final, baseada ou não numa média entre esses números, a depender dos critérios daquela publicação. Parece até que tão avaliando a performance de um eletrodoméstico, tanto que quando vejo um desses hoje em dia, chamo carinhosamente de “review de geladeira”.

E, sabe? Às vezes vejo pessoas fazendo isso com mangás e animes, muito provavelmente inspiradas por esse formato das revistas antigas de videogame. É só abrir o Myanimelist na página de qualquer série mais conhecida ou popular e descer um pouquinho que não demora a se esbarrar com um desses. Não que as pessoas estejam fazendo algo de errado, mas me parece uma forma tão limitada de se falar sobre arte… Podemos falar coisas mais interessantes sobre essas obras que experienciamos, que proporcionam conversas e debates muito mais construtivos e enriquecedores, do que simplesmente isolar vários aspectos delas uns dos outros, como se obras de arte não fossem um conjunto de vários desses elementos dialogando uns com os outros compondo uma peça única e diferente de qualquer outra.

Um dos requisitos dessa imagem que mais me chamou a atenção, foi o uso da palavra “legado”. Um uso um tanto infundado, ao meu ver, e isso vai de encontro a uma outra discussão: O que é um clássico e o que define isso?

(numa nota mais ou menos paralela: inclusive, há uns anos atrás, tive uma conversa sobre isso com meus amigos num episódio do podcast do pessoal do Mangá². Tem uma segunda parte desse debate também onde não estou, mas muito boa. Aliás, a gente conversou um pouco sobre isso numa temporada do ReEn² onde relíamos e discutíamos Ashita no Joe, recomendo também!)

Rótulos às vezes são algo bobo, principalmente se tratando de arte. Levar mais a sério a batida de martelo do que é um clássico ou não demanda um pouco de pesquisa histórica, porque obras de entretenimento podem ser consideradas clássicas no imaginário popular por N fatores diferentes: algumas qualidades, inovações em relação à época de sua produção, o quanto ela será lembrada pela posteridade, a influência em obras e artistas futuros e consequentemente… o legado deixado por ela.

“Norakuro”, nos anos 30. Estética militarista imperial japonesa pré-Segunda Guerra Mundial à parte, sem esse carinha aí provavelmente não teríamos o “legado” que temos hoje.

Está tudo bem em não gostar de um “clássico”, eu mesmo não morro de amores por alguns, mas não desmereço a importância histórica deles. Eu nunca consegui gostar muito dos mangás do Tatsumi Yoshihiro ou do Morohoshi Daijirou, por exemplo, mas reconheço a importância histórica deles para seus respectivos gêneros (drama e horror). Se for pra gente falar de mangás que foram influentes e tiveram um impacto pra posteridade e em obras futuras, eu diria que algo como Norakuro (1931, de Tagawa Suihou) teve muito mais influência que Vagabond algum dia terá daqui a algumas décadas… e está tudo bem! Não estou falando que um é melhor do que o outro, só que um teve mais o tal do “legado”, e provavelmente não foi incluído nessa imagem porque o autor dela o desconhecia, por se tratar de um mangá de mais de 90 anos atrás que malemá recebeu alguma tradução, logo as chances de alguém aqui no Ocidente ter lido e “poder bater o martelo” pra colocá-lo numa seleção dessas, são muito baixas. Você provavelmente gosta mais de Vagabond do que de Norakuro, e eu também, mas não sou louco de afirmar com autoridade que o primeiro é mais “historicamente relevante” ou com “mais legado” do que o segundo. Se o tal do “legado” é um dos requisitos para esse mangá ser um dos “melhores de todos os tempos”, cadê o Norakuro nessa imagem?

Talvez eu nem precise ir tão longe assim e mencionar um mangá dos anos 30 que a maioria de vocês não deve conhecer pra provar o meu ponto, ou tampouco eu esteja tentando provar que ele é um dos melhores ou mais importantes mangás de todos os tempos. Então, pegando um pouco mais leve, nem Dragon Ball tá nessa imagem. Dragon Ball, pô! Um dos quadrinhos mais vendidos de todos os tempos e que influenciou gerações de artistas no mundo todo e até a sua avó deve conhecer pelo menos o nome. Se algo da magnitude de Dragon Ball não tem o tal do “legado”, não sei o que mais teria.

Muito mais do que nostalgia, pra mim esse aqui ainda vai ser um dos melhores que há.

Talvez eu esteja pensando demais numa imagem boba postada num grupo numa rede social despretensiosamente (e sei que estou), mas ela me fez pensar um pouquinho sobre esse tópico do “gabarito do bom gosto” novamente. Isso parece criar uma necessidade tonta de obras artísticas precisarem marcar todo um checklist de itens a serem apresentados para serem consideradas “arte de alto nível”. O que diabos Dragon Ball não tem em relação a outros itens dessa imagem? É que a historinha dele é bem mais simples e direta ao ponto, nem de longe “cerebral e adulta” (PFFFFFF) igual algo tipo 20th Century Boys, né, seu bando de fãs de “seinen psicológico!!!!”? Se esse é o critério, porque tem “Yotsuba&!” aí?

Estão vendo como é meio estúpida essa necessidade de marcar ícones a serem reverenciados como obras-primas supremas a serem seguidas e inalcançáveis? Claro, muitos desses mangás da imagem realmente são bons pra cacete e bem acima da média e merecem toda a pagação de pau que possam vir a receber, mas eles não são os únicos nisso e não estão insentos de críticas, como qualquer obra. Querer definir alguns “Cidadão Kane” para mídia é algo besta, por mais que um carimbo tonto desses ajude a chamar a atenção das pessoas para obras que realmente merecem atenção.

Isso me lembrou a época lá em 2013, quando The Last of Us tinha acabado de ser lançado, e muitos estavam numa euforia para bater o martelo e tentar definí-lo como uma obra-prima transcendental de sua mídia que vai ditar novos padrões a serem seguidos, ou, em outras palavras, classificá-lo como o novo “Cidadão Kane” dos videogames. Me lembrou de como as listas de “os 10 melhores jogos de todos os tempos” e similares são frequentemente previsíveis, a ponto de que costuma ser bem fácil adivinhar pelo menos um terço dos itens dela, de forma mais ou menos similar a essa imagem, que me remete muito às listas de pessoas que fazem questão de falar dos seus “Top 20 melhores mangás” e muitos dos itens acabam sendo bem previsíveis, quase como se a pessoa tivesse tentando exibir o gabarito do gosto ideal pra impressionar os colegas… e isso remete ao vídeo da Digi que mencionei há alguns parágrafos atrás, sobre o “gosto previsível e sem graça pra animes” e, na boa, acho que concordo com muito do que é dito lá em relação a isso.

Me parece que algumas pessoas tem um pouco de vergonha de falar que alguns de seus favoritos não são essas obras super aclamadas. Eu por exemplo bato na mesa pra falar que Dragon Ball é um dos melhores quadrinhos já feitos sem nem um pingo de vergonha na cara e que gosto bem mais dele do que de toda a produção do Urasawa Naoki (que eu também gosto) e que é um dos meus favoritos. Quem vai me julgar? Quem vai querer tirar de mim a carteirinha de connoisseur de quadrinho japonês? Eu posso já ter lido centenas de títulos ao longo da minha vida, mas um dos meus favoritos ainda é um dos produtos de cultura pop mais mainstream já feitos, e tá tudo perfeitamente bem! Eu não sou menos “conhecedor de mídia” por Dragon Ball ser um dos meus favoritos.

Nem Monster, nem 20th Century Boys. Sabem qual é o meu favorito do Urasawa? Yawara!!

Pessoas tem suas próprias opiniões e eu encorajo que sempre as defendam, mesmo que sejam algumas impopulares, e digo que algumas dessas costumam ser bem interessantes, dependendo de como o debate rolar. Ninguém precisa ser “conhecedor de mídia” também e tá tudo bem se a pessoa não quiser levar o hobby muito a sério como se fosse uma alta ciência ou estivesse numa busca pela iluminação do Buda.

Há alguns meses escrevi um texto gigantesco sobre “Kizuoibito”, um mangá que, por muitos desses critérios rasos e, ao serem isolados uns dos outros, vazios. “Kizuoibito” é algo que, por esses critérios, seria facilmente massacrado com dezenas de críticas (bastante compreensíveis), mas me fascinou horrores, ainda que talvez pelos motivos mais estranhos possíveis. Ele não parece nem um pouco preocupado em seguir o checklist perfeito de critérios artísticos para contar sua própria história, tem suas rebarbas e não tenta escondê-las, e abraça a natureza “trash” de seu material com sinceridade. Não quero que ele seja uma “obra-prima” porque eu não acho que ele PRECISE ser uma, assim como eu não acho que obra artística nenhuma tenha de passar por essa necessidade de “ser uma obra-prima”.

Pessoas reagem diferentemente a arte. Talvez Kizuoibito seja uma “obra-prima” pra alguém e tá tudo bem. A mim, particularmente, ele me deixou mais engajado e está mais vivo na minha memória do que o quase unanimemente aclamado Fullmetal Alchemist, por exemplo. Reconheço a excelência de Fullmetal Alchemist e vejo inúmeras qualidades nele e totalmente entendo o motivo de tantas pessoas o amarem, eu só tenho outros favoritos e tenho um pouco de dificuldade de lembrar detalhes da história de FMA hoje em dia, por mais que eu lembre dele como um excelente mangá.

Em mais uma de minhas clássicas analogias deliberadamente ridículas, Fullmetal Alchemist pra mim é como se fosse o filho do seu vizinho, que é estudioso, comportado e educado com tudo e todos, e que tirou um puta notão no vestibular e passou até pra NASA. Enfim, o moleque impecável que todo mundo se impressionou (e com razão)!

Já o Kizuoibito é o meu filho, que tem um desempenho mais ou menos ok na escola com umas notas vermelhas aqui e ali, de vez em quando me desobedece ou se mete em travessuras e às vezes arrota sem botar a mão na boca ou esquece de dar a descarga no banheiro. Tem suas imperfeições, mas no fim do dia, quem me chama de “papai” e diz que me ama é ele. O FMA comportado nota 10 no vestibular não é o meu filho, é fodão e tal, mas não é o meu filho, não tenho como ter o mesmo afeto por ele que eu tenho pelo Kizuoibito meio porcalhão e chucro que, apesar de tudo, é o meu filho e temos uma conexão maior um com o outro.

Fullmetal Alchemist. Excelente, eu gosto, muito bem feito, ótimos personagens, trama bem conduzida, arte legal e tudo mais… só não me marcou muito a nível pessoal igual umas bagaceiras que ressoam mais com a minha alma, mas ó, eu seria um tolo de não reconhecer as qualidades e méritos disso aqui.

O que estou querendo dizer com isso é que a arte pode ser bem humana, afinal é um produto derivado da mente humana e de expressões e sentimentos dos artistas que as criaram. Nem tudo precisa ressoar com todo mundo de maneira igual e unânime, não tem essa de “gabarito perfeito” pra se construir uma obra-prima. Não precisamos fabricar “gostos perfeitos”, e dada a natureza humana da arte, o mais humano a se fazer é simplesmente deixar essa conexão acontecer de forma orgânica.

Acho que quando você começa a consumir algo já pensando em qual notinha vai dar no Myanimelist/Letterboxd/Backloggd/etc, é sintoma de como estamos levando arte de forma meio “mecânica”. Você pode dar sim as notinhas, claro, mas acho que não levar um mero número muito a sério é um jeito mais saudável de lidar com arte. Não dá pra calcular entretenimento e impacto pessoal de forma muito exata com números, não somos máquinas, afinal. O que você sentiu ao experiar algo vale muito mais do que qualquer 4, 7, 9 ou 10 que venha nisso.

Talvez essa fixação com números cada vez mais altos e ver quais serão as obras que alcançarão esse pódio de quem tem os números mais altos tenha sido agravada pela popularidade de sites como o Metacritic ou o RottenTomatoes, mas nem eles deveriam se levados como batedores de martelo de quais são os melhores produtos artísticos. Claro, eles podem ser bem úteis para ver o quão amadas num geral são algumas peças de arte por parte dos críticos, mas é aquilo, críticos também são pessoas e reagem de forma humana à arte, como eu e você, então por trás daquele 97 de 100 de “The Legend of Zelda: Breath of the Wild’ do Metacritic deve ter alguém que deu nota 6 de 10 pro jogo. Talvez seja interessante ouvir o que esse cara tem a dizer sobre, não garanto mas deve ter algo ali que pode ser interessante e gerar uma discussão legal e produtiva, por exemplo.

Acho que não comento o suficiente sobre “Gremlins 2” ser um dos meus filmes favoritos ou um dos mais representativos do meu gosto pessoal, mas tá aí… não é uma “aprovação da crítica” lá das mais altas.

Talvez a forma como eu tenha conduzido a argumentação tenha sido meio prolixa e caótica, mas acho que o meu maior ponto com esse texto é refletir sobre o seguinte: tá tudo bem se os seus favoritos forem as “obras-primas manjadas de sempre”, e tá tudo bem se não forem também. Ter uma relação mais humana com a arte que experienciamos é definitivamente um jeito mais saudável de interagir com ela e sobre ela. Querer bater o martelo pra definir “obras-primas” a serem postas em pedestais é bobo, BOBO, e que há todo um mundo de arte que pode ter passado por fora do radar dos jurados da mais alta arte que pode nos apetecer pessoalmente mais do que alguns desses trabalhos mais “refinados”.

O ser humano é uma criatura muito plural e, consequentemente, nossos gostos podem ser também muito plurais e não devemos ter vergonha disso. Ninguém precisa ser um somellier entendido de nuances artísticas pra apreciar algo como Mushishi, mesmo que você goste de um Sword Art Online de vez em quando. Fique tranquilo, ninguém vai puxar a sua carteirinha de conhecedor que já viu centenas de animes só porque você gosta de SAO, você deve ter seus motivos para tal, e podem ser bons motivos. Quer botar a carinha do Kirito no seu 3x3? Vá em frente, não deixe a “polícia do gabarito do bom gosto” te amedrontar!

e… acho que é isso, não sei se tenho muito mais o que acrescentar em cima dessa discussão. Se vocês já me lêem há um tempo, provavelmente já devem ter notado que eu simplesmente saio escrevendo sem planejar muito bem pra onde vou na argumentação e vou eu mesmo descobrindo no caminho e que não costumo revisar depois, exceto pra catar erros ortográficos ou de digitação, então espero que apesar desse caos mental no qual opero na minha escrita nesses textos, tenha dado pra entender!

Não tentem “fabricar gostos” que não digam quem são vocês de forma sincera e genuína para parecerem mais “respeitáveis” diante do olhar e julgamento alheio! Ninguém precisa ditar o que devemos gostar ou não senão nós mesmos. Abracem a sinceridade e amem até mesmo as “falhas” e imperfeições se assim quiserem, sem medo de serem felizes com os seus passatempos!

Não podia faltar um Dezaki aqui. Direção do Dezaki Osamu é uma das coisas mais “eu” possível.

No fim, acho que a mensagem final desse texto é uma frase que você provavelmente já deve ter escutado em algum momento da sua vida:

Seja você mesmo, e vai ficar tudo bem.

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Nintakun

Aspirante a piadista de meia-tigela e nas horas vagas entusiasta de videogame, quadrinhos, e iguarias nipônicas num geral (principalmente mangá/anime/tokusatsu)