5. Você não vira Futurista se auto-proclamando Futurista. Você vira quando conquista o respeito dos outros.

Texto originalmente publicado em 16/02/2016 no Medium de Tiago Mattos, com atualizações em 2017 e 2018.

Aerolito
4 min readJan 22, 2019

*Quinto post da série ‘Cuidados para se ter com Futurismo’.

As comprovações das Ondas Gravitacionais ajudam a confirmar a Relatividade de Einstein: chave para entender o tempo.

Este é o quinto post de uma série de dez. Se você perdeu os anteriores, clique aqui, aqui, aqui e aqui.

Todos os cinco são peças importantes dentro do quebra-cabeças que montei.

Se você estiver sem tempo, sugiro que priorize o primeiro.

Lá, você terá um panorama geral do porquê decidi fazer essa lista.

Outra novidade: atendendo a pedidos, fiz um post mais direto ao ponto. Espero ter domado minha verborragia.

Espero que tenha dado certo.

***

‘Cuidados para se ter com Futurismo’.

5. Você não vira Futurista se auto-proclamando Futurista. Você vira quando conquista o respeito de figuras relevantes.

Anne Lise Kjaer: uma das futuristas que mais acompanho atualmente.

Apesar de ter recebido meu diploma de Futurismo da Singularity University em Agosto de 2012 (importante: esse diploma não tem validade de graduação — é uma formação executiva), não saí de lá me sentindo futurista. Saí de lá me sentindo aprendiz de futurista.

Estamos em 2016, galera. O papel, como título, tem pouquíssima importância. Assim como nem todas as pessoas que recebem diploma de Direito são advogados, nem todo mundo que ostenta um diploma de Future Studies pode se denominar como tal.

O que vale é reconhecimento que você tem perante os demais: especialistas na área, colegas de profissão, mercado, clientes, imprensa, sociedade como um todo.

Se as pessoas que entendem do assunto não reconhecem em você as condições mínimas para exercer uma atividade, o diploma o fará?

Me parece que não.

Não minto. Eu queria ser reconhecido como Futurista. Mas aquele diploma era apenas o estopim. A maratona era longa, e eu estava mais perto da linha de partida do que da linha de chegada.

Dr. Hawking em zero G. Enquanto muitos achavam que ele iria morrer, Peter Diamandis (à direita) bancou a experiência.

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Tinha colocado na cabeça que, para ser futurista (futurista de verdade), precisava vencer cinco etapas.

  1. Transformar Futurismo na minha atividade-mãe — não num exercício paralelo, feito sem compromisso algum.
  2. Alcançar ideias próprias — já que, no início dos meus estudos (como é natural), eu apenas replicava o que os outros diziam. Eu era apenas um papagaio, um copy/paste, um pastiche das teorias alheias.
  3. Documentar minhas ideias através de uma matriz passível de avaliação. Era importante que esses pensamentos não estivessem largados ao vento.
  4. Tornar essa matriz pública e colocar minha ideias a julgamento de profissionais com conhecimento e histórico dentro do Futurismo.
  5. Por fim: ter essas ideias reconhecidas e/ou validadas por esses nomes de respeito.
Paul Saffo: alguns dos maiores aprendizados que tive sobre Futurismo foram nas nossas conversas.

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Foram dois anos numa jornada silenciosa (pouca gente sabia desse meu plano).

Até que chegou o Dia D.

Um dia, acordo com a notícia de que o UOL Tab tinha feito uma edição especial Futurismo e colocado as nossas ideias na capa. Mais: ao longo da reportagem, tinha destacado o nosso perfil ao lado de monstros sagrados da profissão, como Ray Kurzweil e Thomas Frey.

Ali, a gente sentiu que tinha virado a chave. Pois é: acho que agora dá para sair do armário.

Essa reportagem foi o início de uma onda positiva, que abriu espaço para convites incríveis.

Um deles já se cristalizou: por dois anos seguidos, fui professor convidado para falar de Futurismo no Trans-disciplinary Innovation Program (Universidade Hebraica de Jerusalém).

O outro é ainda mais signifucativo: em novembro de 2016 participei de uma aula-teste na própria Singularity University. Fui aprovado, comecei a palestrar em eventos da SU e, hoje, meu nome fugura como Faculty (corpo docente) da SU. Fui mentor do GSP 2017. É torcer para vir mais coisa boa.

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Moral da história: não se auto-proclame Futurista. Deixe que os outros façam isso por você.

Se não for assim, não faz nenhum sentido ser.

Ou faz?

(Antes de dizer tchau: recebi, hoje, dia 06/06/2018, um artigo muito interessante que também traz essa provocação em cima do termo “futurista”. Não conhecia a taxonomia de Bloom — mas percebo várias correspondências entre essa abordagem e a que a gente traz aqui no post. Fiquei bem feliz com isso.)

Beijos, abraços.

tg

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