Eu preciso falar…

Michelle Raiol
7 min readFeb 20, 2016

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Eu preciso falar o que eles não querem ouvir?

Eles falam quase a minha língua e as vezes até praticam o que falam… Mas, estão caminhando por um caminho que para mim parecer ser errado.
Venho através desta escrita, questionar-me a mim mesma. Questiono a minha visão, a minha opinião e os meus sentimentos em relação ao que vem acontecendo no mundo a minha volta.

Vai que a errada sou eu. Ou, todos estamos certos… todos estamos errados…

Vou citar os principais assuntos que borbulham dentro da minha cabeça:
Evolução consciencial, transição planetária, capitalismo, coaching, missão de vida, marketing digital, liberdade financeira, iluminação e sucesso profissional.

Eu acredito que você pode conquistar sua liberdade financeira sem deixar que isto interfira na sua evolução consciencial. É muito foda e dá muito trabalho, mas você pode equilibrar as duas coisas, sim!

Acredito também que esta era de comunicação globalizada chamada internet tem, a passos largos, causado grandes mudanças no sistema capitalista com o qual estávamos acostumados e conformados até há poucos anos.

Já percebo o escambo sorrateiramente fazendo parte do cenário econômico e dando uma nova forma ao marketing remodelando o capitalismo (porque muita água ainda vai rolar para que surja um novo sistema de comércio ou de troca como o do escambo).

Vemos nesta situação várias transições dentro de uma grande transição.
Eu não estou totalmente certa sobre a transição planetária, o meu lado cético ainda não desapareceu completamente.

Mas encaro a transição planetária como uma possibilidade e vejo muito sentido nisso.

Por mais que eu tenha abandonado a velha ideia de pregar o evangelho à toda criatura, usando a minha história superação das terríveis coisas de infância pelas quais passei, ainda há em mim a latente premissa de que o sentido da minha existência consiste neste compartilhamento de superação no intuito de contribuir de alguma forma com a evolução da humanidade.

Ainda que durante 4 anos eu tenha vivido o ateísmo com toda a minha alma e jogado no lixo 18 anos de total deísmo, em todas as fases, as vozes internas de cobrança sobre a tal da minha missão de vida alardem em cada tomada de decisão e escolha que eu faço.

E todo este dilema faz de mim uma polêmica anônima solitária questionadora. Ser uma D7, visionária, estrategista, executora e INTJ-T (quem entende de perfil comportamental vai entender), é viver o céu e o inferno ao mesmo tempo, como duas dimensões extremamente opostas dentro da sua cabeça.

E onde eu quero chegar com tudo isso?

Que não concordo com a postura que muitas pessoas estão tomando em relação a ensinar pessoas a terem liberdade financeira, da forma como estão usando o marketing digital para vender coaching, da forma como se vendem, de como elas denigrem a metodologia(coaching)…

Vejo pessoas mentindo na cara de pau e dizendo que estão fazendo o bem. Para elas uma mentirinha, uma forma sutil de manipular não pode ser algo tão horrível.

De fato existem coisas piores do que isso e elas não são monstros por fazerem isso.

É por isso que a questionada aqui sou eu. Por que eu sinto o que sinto, por que eu vejo da forma como vejo?

Crenças? Já até tentei cavar isso no meu íntimo pra tentar descobrir se é alguma crença… Mas sabe de uma coisa? Você já notou que qualquer opinião contrária agora é chamada de crença? E se não for crença? Só porque a maioria está concordando não significa que estou errada.

Não, não quero ter razão! Quero saber porque essa porra desse dilema me corrói, como se fosse algo me cobrando para falar…

Hoje tenho a vida que eu sempre quis… liberdade, um amor verdadeiro, uma vida financeira estável, viajo, aprendi outros idiomas, consegui ser vegetariana, vivo distante daqueles que me causaram tanta dor e até aprendi a perdoa-los…
É só a vida que eu escolhi tá, não quer dizer que ela tenha que parecer sensacional pra você.

Achei que era só chegar até aqui e curtir tudo isso… e de fato eu curto, veja um exemplo: O Retrato da Minha Felicidade

Mas o fato é que parece que existe um sentido ainda maior, e que a velha história de tocar outras almas volta a ser contada da minha cabeça.

Olha, eu não tenho ideia de como fazer isso. Aliás, já faço, dentro e fora da minha profissão, toco almas. Isso já deveria bastar, não? Não parece tudo tão perfeito?
Claro que é, se comparado à vida de milhares de pessoas ao redor do mundo, mas principalmente e acima de tudo, se comparado ao terror que vivi desde que nasci até a minha adolescência.

Então, o que falta? Cara, sei lá! Minha próxima meta é ter uma chácara num lugar que tenha montanhas, construir uma enorme e confortável pousada, e poder viver lá. Até lá terei… Sei lá… Parado de falar palavrão, de julgar os outros, de ter estes dilemas?… Será que isso é possível?Abafar, fingir que não julgo, que não tenho dúvidas, que sei de tudo… ah, isso é mole! A grande maioria dos coaches, piscólogos, mestres, filósofos, celebridades, gurus, pseu-gurus, empresários de sucesso, best sellers, já fazem isso. Eles já superaram tudo e já alcançaram a iluminação.

Mas voltando para minha chácara… Lá atenderei meus clientes de todo o canto do mundo. Com coaching e/ou através de outras metodologias que quero desenvolver e aprender nos próximos anos, se eu continuar aqui na Terra.
Tudo voltado para a evolução, onde a pessoa é quem vai decidir qual o caminho que ela deve tomar. Cada um tem o seu papel e o seu caminho nesta jornada.

Na minha chácara, vou colocar projetos sociais em ação. Que tal esse: ajudar pessoas que sofreram violência infantil e que não conseguem alcançar seus sonhos porque ainda sofrem com as feridas que ainda estão abertas?

Que tal poder montar um orfanato em meio a natureza?

Que tal poder ajudar pais que não sabem como dar amor a seus filhos?

Só sendo milionário pra tornar estes projetos concretos. Isso se eu não quiser viver por aí mendigando pro governo ou para outros empresários financiarem.

Bingo! Não quero isso! Se é pra fazer, vou fazer tudo através do meu próprio trabalho e dinheiro. De novo, não é crença, é o que eu quero.

Ah! Não faz sentido continuar vivendo se não pensar nessas coisas. Por mim… Eu já cumpri a minha parte neste planeta. Superei um montão de coisas, viajei, ajudei pessoas aqui e ali, dentro do possível. Conheci o amor verdadeiro, vivi em paz… Mas não posso simplesmente desaparecer, né, rs. Tenho que esperar chegar a minha hora.

Mas, cá estou eu, num sábado a tarde… olhando o meu cachorrinho chamado Zen fazendo dengo pra que faça carinho na sua barriguinha… e… meu amado esposo na sala (daqui a pouco assistiremos a nossa série preferido)… Escrevendo (com alguns erros gramaticais, eu sei), sobre este dilema que em algum momento vai ser decisivo, pois estou em fase de divulgação do meu trabalho.

A hora da verdade vai chegar… Acionadores mentais para fechar uma venda? Socorro! Não do jeito que vejo pessoas usando, por favor, não!
Daqui a pouco, estarei ensinando as pessoas uma nova forma de marketing, sim, terei que ensinar pra pessoas que não sabem vender e precisam vender, assim como eu.

Tudo o que eu quero, é ensinar da melhor forma. Tudo o que eu quero, é ser coerente. É praticar o que ensino. É não praticar o que não concordo, e fazer com que isso dê certo. Fazer com que a verdade e a clareza possam levar a pessoa a vender seus serviços ou produtos e conquistarem sua independência financeira.

Preciso ensinar que coaching não é venda e nem marketing. E que venda e marketing não é enganar pessoas e nem manipulá-las.

Que você não precisa pagar horrores de dinheiro para sentar-se à mesa de pessoas consciencialmente evoluídas. Basta você fazer a diferença no mundo, a contribuir com a evolução da humanidade, que atrairá seres iluminados de tudo quanto é canto do planeta. (Mastermind, oi?)

Que não é preciso subir num palco cheio de holofotes pra falar sobre a sua superação e sobre o quanto você tem contribuído, que em meio a natureza, num belo por do sol, você pode contar a história de sua linda jornada e ensinar pessoas. (Grande mestres já fazem isso)

Tá tudo bem se as pessoas querem palcos e holofotes. O que não tá bem, é pessoas maravilhosas, altamente capazes e úteis para a humanidade, se sentirem frustadas achando que precisam de tudo isso para evidenciarem seus feitos.

Não tá tudo bem, multidões de pessoas acharem que essa é a evidência do sucesso, ou melhor, a única evidência.

Nesta jornada de auto-questionamento e adequação, os eus estão se enfrentando:

Eu1: —Você tem que falar, as pessoas precisam saber…
Eu2: — Eu não quero falar, porra!

Eu3: — Fique na sua, faça cara de paisagem, você ganha mais com isso!
Eu2: — Não, eu não quero ser hipócrita e nem me omitir, porra!

Eu1: — Se você não falar, outra pessoa vai falar e vai ser reconhecida por isso… Ela vai ajudar muita gente e você vai continuar frustada por não ter sido você a pessoa quem foi lá e teve a coragem de se expor pra defender aquilo em que acredita . Pessoas vão ser grata a ela e não a você…

Eu3: —Quem é você na fila do pão? Ninguém sabe quem é você, ninguém quer saber o que você pensa.

Eu1: Você não está deixando nenhum legado para a humanidade. Você não está fazendo a diferença. Você é covarde e não merece ter reconhecimento porque tem medo de ser boicotada. Você nunca será um Davi, porque os Golias vão te detonar!
Eles tem apoio uns dos outros, eles tem base. Pra você, será insustentável ouvir críticas e ser ridicularizada. Muitos deles têm títulos e possuem gramática impecável. Em um texto eles podem acabar com seus argumentos!
Eles têm centenas de seguidores e até fãs fanáticos, que vão te xingar, te perseguir e boicotar o seu trabalho.
Eles estarão atento ao menor tropeço seu. Você não poderá errar, até o seu erro mais sutil poderá ser fatal para a sua moral.

Eu2: Pede ajuda ao Chapolin Colorado — E agora, quem poderá me defender?

Bem.. daqui a pouco o sol já vai se por, preciso ir, é mais um espetáculo… Vou lá com os meus dois amores, e logo depois de assistir o por do sol e brincar com o Zen e o Gedi, vamos assistir a nossa série…

Até mais!

Wooow! Veja o que aconteceu no outro dia! Acho que encontrei as respostas… https://medium.com/@chellebrazilie/a-resposta-para-os-eus-dd9ad7a9b479#.pfpg1bm4y

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