A Cultura de Massa no mundo de Kylie Kristen Jenner — Aulário 04

Como a jovem de 20 anos fica presa em sua própria imagem

Cibelle Yoshino
4 min readApr 11, 2018

A Cultura de massa contextualiza o momento que a separa da cultura da mídia. Não há uma ruptura entre as definições, visto que uma veio em tempos anteriores à outra. De fato, há sim muitas coisas que se diferenciam, mas elas ainda se mantêm fluidas e se complementam: não existe cultura midiática sem cultura de massa.

Há diversos deslizes quanto ao conceito de expressões como alienação e manipulação. Retornamos às teorias funcionalistas, do Meio Como Mensagem e da Indústria Cultural.

Na Teoria Funcionalista, tem-se a noção da passividade do receptor da mensagem. Nela, o emissor é hegemônico e possui todo o poder. Se há algum tipo de manipulação, ela certamente se encontra na mensagem da comunicação. Contudo, isso não significa que o receptor estará totalmente sujeito aos efeitos de tal manipulação, uma vez que ele é dotado de suas próprias morais, condutas, conhecimento e bagagem cultural.

Na teoria do Meio como Mensagem, o poder está concentrado na mensagem e no meio na qual ela é transmitida. Se o emissor transmite a mesma mensagem, porém em meios diferentes, a recepção será tão diferente quanto. O meio possui a mesma, senão mais, importância que a que a mensagem em si.

Quanto maior for a quantidade de meios utilizados, maiores são as chances da mensagem ser recebida da forma correta.

Em uma sociedade contemporânea, é visível um grande medo de fazer parte da massa: ser mais um na multidão é quase uma ofensa, pois tem-se lapidado o seguinte conceito:

Massa = Homogeneidade

Há o hábito de pensar que a massa em si é totalmente igual; são muitas pessoas anônimas, de mesma característica.

A multidão seria sempre intelectualmente inferior ao homem isolado. Mas, do ponto de vista dos sentimentos e de seus atos, pode, conforme as circunstâncias, ser melhor ou pior. Já a massa seria um grande público, heterogêneo e anônimo.

Na Indústria Cultural, os emissores e os receptores atuam em união e sincronia: os interesses de um são relevantes ao outro. O receptor é ativo no momento de receber a influência do emissor; o emissor busca emitir informações da maneira que o receptor espera e deseja a fim de suprir suas necessidades.

Mas o que isso tem haver com nossa personagem célebre? Bom, a resposta está em suas atividades nas redes sociais.

Kylie Jenner não passa 1 dia sem atualizar seus fãs. Seja um vídeo simplório promovendo sua linha de cosméticos ou uma foto produzida no Instagram, ela sempre se preocupa em entretê-los.

E é assim que se dá sua fama. Kylie, a rainha das redes sociais, possui a imagem de riqueza e extravagância, ao mesmo passo que é uma pessoa de livre arbítrio, que faz o que quiser dentro de seus próprios limites. É essa imagem, combinada com sua personalidade, que atrai tantas pessoas.

Isso acaba por aprisioná-la em uma imagem que ela deve mostrar; sua imagem para seus fãs é diferente da sua verdadeira imagem. Apesar dela mostrar coisas que ela e o público gostam, ela se limita a mostrar aquilo, e apenas aquilo.

A relação entre Kylie e seus fãs é comparável ao reality show Big Brother: a massa gosta de saber sobre o que acontece na vida das pessoas. São as intrigas, as brigas, os empasses, momentos engraçados, de felicidade, de surpresa, entre outros, que instigam a curiosidade das pessoas. Não é a toa que os reality shows Keeping Up With The Kardashians e The Life Of Kylie fazem tanto sucesso.

A prova do quão significante é ter informações atualizadas sobre a Jenner não está somente nela. Redes midiáticas como MTV e a revista People sempre postam artigos ou news sobre a celebridade, pois seus públicos alvo são os mesmos, em maioria, que acompanham a vida da Kylie.

I’m way flashier on Instagram and Snapchat because I feel like that’s what people want to see, and that’s I’ve always done, so I’m not going to stop. People want to see my cars and my purses. People love fashion. But that’s so not me.

Eu sou muito mais chamativa no instagram e no Snapchat porque eu sinto que é isso que as pessoas querem ver, e é isso que eu sempre fiz, então não vou parar. As pessoas querem ver meus carros e minhas bolsas. As pessoas amam moda. Mas isso definitivamente não me define.

--

--

Cibelle Yoshino

Student at Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM)