Aplicando o Learning 3.0 para descobrir como criar times de alta performance— [Resumo workshop Scrum Rio 2018]

Nos dias 26, 27 e 28 de julho 2018 estive no Scrum Gathering Rio e vou compartilhar com vocês alguns insights, reflexões e opiniões de algumas palestras que participei.

Este post foi escrito por Cleiton (Caco) Luis Mafra.

Caso você não tenha visto, no post anterior eu comentei sobre o "2 Anos trabalhando em uma empresa Remota, o que aprendi — Avelar Leão".

Aplicando o Learning 3.0 para descobrir como criar times de alta performance — Yoris Linhares e Cleiton Mafra (Caco)

Esse workshop foi elaborado por mim(Cleiton (Caco) Luis Mafra) junto com o Yoris Linhares para mostrarmos a aplicação do formato de aprendizagem Learning 3.0 e trouxemos o tema "times em busca da alta performance" para simular um cenário que os participantes se identificassem.

Learning 3.0

Para dar um rápido contexto, vou trazer aqui um trecho do livro "Learning 3.0".

No Learning 3.0, o produto da aprendizagem deixa de ser determinado por especialistas, e passa a emergir tomando-se por base os desafios encontrados no seu mundo real. O processo de aprendizagem é inclusivo, promovendo o confronto de múltiplas perspectivas. É a raiz da aprendizagem emergente. É onde, para aprender, você deve compartilhar.

O fluxo de aprendizagem do Learning 3.0 é composto de: problematização, criação de sentido (pesquisa, conexão, prática), e compartilhamento.

Quando desenvolvida tomando-se por base o Learning 3.0, a aprendizagem, mais que social, ocorre de forma viral.

Alguns princípios que nos conduzirão a uma nova mentalidade da aprendizagem:
• Aprenda no mundo real.
• Se aprofunde apenas no que está à sua frente.
• Seja o protagonista da sua aprendizagem.
• Compartilhe! Essa é a melhor forma de aprender.
• Otimize suas redes de aprendizagem.
• Ideias são tão importantes quanto experiências.
• Visualizar o aprendizado é melhor que medi-lo.
• Aprenda em harmonia com seu cérebro.

Na ótica do Learning 3.0, a frase: “Compartilhar é o novo ensinar” substitui a popular: “Ensinar é a melhor forma de aprender”.

A dinâmica do workshop

Iniciamos a reflexão sobre o que é um time de alta performance e para nos apoiar apresentamos ao grupo no modelo de Tuckman e “Os 5 Desafios das Equipes” by Patrick Lencioni, o objetivo foi dar um input e alinhar um pouco a visão do grupo.

Modelo de Tuckman

Os 5 Desafios das Equipes by Patrick Lencioni

  1. Falta de confiança
  2. Medo de conflitos
  3. Falta de comprometimento
  4. Evitar responsabilizar os outros
  5. Falta de atenção aos resultados

Na sequência, apresentamos 3 cenários que os grupos iriam trabalhar:

1. Time se formando — Time novo, com ótimos profissionais, mas que ainda não trabalhou junto.

2. Time com problemas e desmotivados — Time com ótimos profissionais, mas que sempre está devendo de alguma forma, trabalham duro, mas nunca atendem as expectativas. Às vezes até conseguem passar algumas semanas em um ritmo bom, mas logo voltam ao caos, a correria e às horas extras. Já estão cansados e já estão começando a pensar que será quase impossível reverter esse cenário.

3. Time já performando e que quer mais — Time que já trabalha junto a mais de 1 ano, tem um ritmo e cadência constantes, tudo vai muito bem e os resultados estão excelentes. A três meses atrás tentaram mudar algumas coisas no time, mas parece que piorou e voltaram ao ritmo. Querem ir além, mas não sabem como.

Depois disso estimulamos os grupos para 1) trazerem problemas que já vivenciaram nos cenários, na sequencia 2) provocamos a reflexão sobre o cenário futuro onde o problema já está resolvido e só depois os participantes 3) discutiram sobre as experiências já vividas e ideias para resolver o problema e levar ao cenário futuro.

Ao final usamos a dinâmica World Café onde os participantes foram passando de grupo em grupo para conhecer como o grupo resolveu os problemas, contribuir com novas soluções e ao final voltar ao seu grupo original para compartilhar os aprendizados.

Conclusão

Nossa conclusão foi que os grupos que trabalharam os tópicos “1) Time se formando” e “2) Time com problemas e desmotivados” evoluíram bem e geraram bons insights, mas os grupos que trabalharam com o tópico “3) Time já performando e que quer mais” tiveram mais dificuldade.

Não conseguimos chegar a uma conclusão sobre a causa do cenário com mais dificuldades, pode ser que o cenário estava superficial, mas nossa primeira impressão foi que existem poucos times nesse cenário “3) Time já performando e que quer mais” e por isso os participantes tiveram dificuldades de trazer problemas reais e como consequencia tiveram mais dificuldades em focar as discussões. Outro ponto percebido foi que houve muito foco só no time (olhar para dentro) e pouco foco nas interações do time com o todo e tudo que está ao seu redor (visão sistêmica).

Vale a reflexão

Será que estamos atentos sobre ao que acontece ao redor do nosso time e como o time se conecta com o todo (visão sistêmica)?

Quer aplicar o formato de aprendizagem Learning 3.0 no seu contexto? O Yoris Linhares deixou aqui algumas dicas práticas:

  • Todos ficam no mesmo nível: cada pessoa é importante para o aprendizado das demais, mas ninguém é o “dono da verdade”.
  • Divergir é saudável: divergência de pensamentos é a melhor forma de novas ideias surgirem, do aprendizado ocorrer.
  • Convergir é esperado: durante o aprendizado os insights convergirão em algo que todos tenha concenso sobre ser uma boa solução.
  • A melhor ideia: as pessoas só saberão se a ideia de solução é a melhor após experimentá-la, se der errado volte como uma experiência para gerar novas ideias.
  • Foco em compartilhar: tudo o que acontece vem do compartilhamento, mesmo que uma ideia venha de uma única pessoa, todas as outras devem ter a permissão de processá-la e compartilhar o entendimento dessa ideia ou uma nova criada a partir dessa.
  • Traga conhecimento externo: seja por meio de artigos para lerem e discutirem, seja como pessoas (as chamo de polinizadoras) que podem ser especialistas no tema e compartilharão seu conhecimento ou mesmo vídeos, etc
  • Se possível, acrescente um elemento desestabilizador, que gere desconforto: pode ser uma pessoa que “não se encaixa no perfil das demais”, ou um ambiente que o grupo não esteja acostumado. Tudo ajuda as pessoas a pensarem além do óbvio.

Você já aplicou o Learning 3.0 para resolver algum problema?

Que tal compartilhar sua experiência nos comentários?

Download dos Slides

http://bit.ly/sg-altaperforma

Fique ligado!

Nos próximos dias, vou publicar o resumo da palestra Tecnologia e Sociedade: quem salvará quem? — Gabriela Guerra — ThoughtWorks Brasil — Key Note Scrum Rio 2018

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