03. O dia da cirurgia e o início de tudo • parte 1

Dia 10 de janeiro de 2018.
O dia da cirurgia.

Gabriel em seu soninho em casa, dias antes do procedimento.

Dia em que acordamos cheios de angústias, aflitos e de certa forma aliviados por não ter que precisar esperar mais tempo para poder acontecer tudo e acabar de vez com isso.

Gabriel precisava fazer apenas 4hs de jejum para a cirurgia (mamava no peito). Foram então os últimos momentos em que eu tinha para ter esse carinho único proporcionado. Aproveitei cada minutinho.

Apesar de tantas expectativas, estávamos tranquilos.

Estávamos. Até o momento de chegar no Hospital, coração começou a apertar. O dia parecia se arrastar… e ao chegar no Hospital, já estávamos todos com os nervos à flor da pele.

Subimos, então, para o bloco cirúrgico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Preparativos. Questionário. Roupa hospitalar. E aquele aperto aumentando. Hora de se despedir do papai e entrar com a mamãe para a sala da cirurgia. Papai já do lado de fora, aguardando ansiosamente algo que nem havia começado. Mamãe e Gabriel aguardando na sala de espera o chamado da equipe médica. E demorou, como demorou. Mas o pior ainda estava por vir… não pela questão cirúrgica, mas sim pela questão emocional. Na hora de sedar nosso nenezinho, uma sensação péssima, uma dor de ver ele “partindo” (não no sentido de perda), uma incapacidade.. mas era necessário.

Mamãe é então dispensada do bloco cirúrgico, sai e encontra o papai do lado de fora. Choro, abraço e um sentimento que é impossível de explicar. Ainda havia a possibilidade do Gabriel não precisar fazer a cirurgia, e nós nos agarrávamos a isso com a esperança de que ele fosse sair dali ileso a tudo! "Só que não".

Depois de quase 1h30, a médica otorrino disse que era, sim, necessário o procedimento cirúrgico. Começaria então o procedimento cirúrgico.

Após pouco mais de 1h, veio até nós o Dr. Collares informar que cirurgia foi um sucesso.
“Gabriel passa bem, já foi extubado e agora será levado para a UTIP (Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica) para cuidados intensivos e recuperação”. Estávamos felizes e aliviados, até o momento em que o vimos sair na cama, diretamente do bloco cirúrgico para a UTIP, com fios, tubos, sangrando e chorando, desesperado, chocado e assustado. Foi um “baque” pra nós. Só nos olhamos e as lágrimas caiam.

A cena jamais sairá de nossas memórias.

As primeiras horas na UTIP do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

• • • Pierre Robin: uma (con)sequência de vida • • •

Segue: O dia da cirurgia e o início de tudo • parte 2

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