MCIC*

ETC | UFMA
4 min readDec 20, 2022

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Uma ferramenta de concepção e planejamento organizacional que não é para mais pessoas ficarem ricas, mas para distribuir

ETC UFMA

O Modelo para Criação de Iniciativas Contemporâneas, ou somente MCIC, é resultado de quase quatro anos de pesquisa com o objetivo de estimular a inovação na criação de soluções para problemas diversos em um ambiente de mudanças constantes a partir da conexão entre elementos que existem de maneira não hierárquica em uma rede distribuída.

O livro foi lançado em novembro de 2022, mas se você ainda não teve tempo para fazer a leitura ou se quer um resumo para saber se vale investir no estudo, fizemos aqui uma síntese.

O MCIC ajuda a identificar os públicos envolvidos em uma situação, como podem ser alcançados, quais recursos podem/devem ser gerados, quais as atividades fundamentais para que a iniciativa funcione, os custos que a operação possui, entre outros elementos, ou seja, permite planejar a criação de sentido de uma organização.

A utilização do MCIC começa com a realização de um diagnóstico do problema que você está enfrentando por meio de outra ferramenta (também apresentada no livro): o Mapa das Crises da Contemporaneidade (MCC).

O MCC possui oito áreas de crises, domínios interdependentes que devem ser encarados como esferas de ações coordenadas em busca da resolução de problemas no mundo contemporâneo. Essas áreas não são uma demarcação definitiva, mas uma configuração de partida para a montagem de um mapa que indica como os elos estão organizados, isto é, como os fatos se conectam, o que varia de acordo com o objetivo da iniciativa e seus públicos.

As oito áreas são um ponto de partida. Dependendo do que se pretende pensar, podem surgir outras, alguma ser incorporada por outra, o peso de cada uma delas mudar. É por isso que alguns círculos estão vazios. Assim, realizar um diagnóstico por meio do MCC é focar naquilo que liga as pessoas e as coisas.

A compreensão articulada dos oito domínios permite ir mais longe na solução dos problemas. Nossa civilização construiu a necessidade de termos cada vez mais certezas sobre o futuro, o que favoreceu a busca cada vez maior por controle e previsibilidade. Contudo, nunca existirá segurança absoluta. Ela é sempre precária. Podemos, a qualquer momento, perder a capacidade financeira ou física ou sermos aturdidos por uma pandemia, ou você já esqueceu? Por isso, a proposta é aceitar a vulnerabilidade e a incerteza. Só assim para encarar e resolver os problemas.

Para compreender o Modelo para Criação de Iniciativas Contemporâneas (MCIC), que é uma resposta ao Mapa das Crises da Contemporaneidade (MCC), é fundamental entender duas ideias:

  1. “Iniciativas” significa ações empreendidas com o objetivo de resolver algum problema; pode ser uma política pública, uma empresa, um movimento social, entre incontáveis outros tipos.
  2. “Contemporâneas” indica o esforço de se pensar em uma temporalidade que reúne passado, presente e futuro simultaneamente, sem se identificar demais com o presente para não reproduzir modismos, sem se perder nas idealizações do futuro e consciente do passado para não repetir erros ou tratar como novos modelos gastos.

É importante saber que o MCIC age na concepção de organizações e não na gestão cotidiana. A ferramenta pode ser usada tanto para criar iniciativas novas quanto para revisar experiências já existentes no mundo contemporâneo.

Ao todo, o MCIC possui 21 elementos. Todos eles apresentam diretrizes indispensáveis para se colocar em prática uma iniciativa que se comprometa a não incentivar (pela ação ou pela negligência) nenhuma das áreas do Mapa das Crises. Os pontos estão ligados em todas as direções, sem hierarquia.

A reflexão sobre os oito componentes em roxo no MCIC deve ser acompanhada pelas diretrizes que os demais componentes oferecem (as outras cores), para que uma iniciativa possa responder às áreas de crise. São instruções que devem ser consideradas ao se pensar no sentido da iniciativa, expresso no produto/serviço (solução) a ser oferecido e nos atores com os quais as iniciativas irão interagir.

Lembra da publicação anterior sobre a importância da imaginação e do sonho? Sonho, para nós, não é reflexo da ingenuidade, mas um objetivo a ser preenchido com iniciativas derivadas de uma leitura da contemporaneidade (MCC) e concebidas pelo MCIC.

Afinal, é preciso criar imagens do futuro para não nos perdermos na angústia das crises.

*Texto adaptado do livro MCIC.

Quer saber mais?

O livro completo está disponível, gratuitamente, neste link.

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ETC | UFMA

Grupo de Pesquisa em Comunicação, Tecnologia e Economia da Universidade Federal do Maranhão (ETC/UFMA).